ONU defende direito ao aborto em países afetados por zika
“Como o governo pode pedir para as mulheres não engravidarem, mas não oferecer a elas a possibilidade de abortar, caso queiram”, disse porta-voz
O principal comissário de Direitos Humanos da ONU, Zeid Ra’ad Al Hussein, aconselhou na última sexta-feira, 05, que os países afetados pelo zika vírus permitam o direito ao aborto e ofereçam melhores aconselhamentos sobre saúde sexual e reprodutiva para mulheres. “As leis e as políticas que restringem acesso a esses serviços devem ser urgentemente revistas em consonância com os direitos humanos, a fim de garantir na prática o direito à saúde para todos”, disse ele em comunicado, disse ele em comunicado.
Lembrando que é cada vez mais forte a relação entre o zika vírus e a microcefalia e outras má formações no cérebro. “Estamos pedindo aos governos para mudar essas leis, porque como eles podem pedir a estas mulheres para não engravidar? Mas também não oferecer-lhes informação que está disponível e também a possibilidade de interromper a gravidez se assim desejarem”, disse em entrevista coletiva a porta-voz do comissário da ONU, Cecile Pouilly, quando questionada sobre países tais como Brasil e El Salvador que criminalizam o aborto.
No Brasil, os crescentes casos de microcefalia relacionada ao zika trouxeram à tona a discussão sobre o aborto. Especialmente porque nos últimos dias foram divulgados diversos casos de mulheres que realizaram o aborto clandestino após terem contraído o zika vírus na gestação, algumas vezes sem sequer terem o diagnóstico de microcefalia confirmado. Lembrando que atualmente o aborto no Brasil só é permitido em casos de estupro, risco à vida da mãe e anencefalia.
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