Seus pais queriam leva-lo para os Estados Unidos para um tratamento experimental, mas não foi autorizado
Charlie Gard, o bebê britânico cuja história comoveu o mundo, faleceu nesta sexta-feira (28). O caso de Charlie tornou-se conhecido em todo o mundo porque seus pais Chris Gard e Connie Yates, lutaram para que pudessem levar o filho aos Estados Unidos onde realizaria um tratamento experimental para sua doença considerada terminal.
Com seis semanas de vida, Charlie foi diagnosticado com miopatia mitocondrial, uma condição que causa perda progressiva de força muscular entre outros problemas. Por causa desta doença, o bebê foi perdendo forças rapidamente e precisou ser internado no Hospital Great Ormond Street, depois de desenvolver pneumonia por aspiração.
A vida do bebê passou a depender dos aparelhos aos quais ele está ligado. Então, o hospital entrou na justiça para obter autorização para suspender a respiração artificial e os cuidados paliativos, ou seja, parar com aquilo que mantinha Charlie vivo. Isto porque os médicos britânicos afirmavam que não existia cura para a doença de Charlie e, portanto, ele deveria ter o direito de morrer com dignidade.
Os pais de Charlie tinham esperança de levar o filho aos Estados Unidos onde há uma nova opção de tratamento para sua doença. Eles organizaram uma campanha na internet e conseguiram arrecadar mais de seis milhões de reais para tratar o filho nos Estados Unidos. Mas a justiça britânica também não deu aos pais o direito de tentar salvar o filho nos Estados Unidos. Alegando que este tratamento não surtiria nenhum efeito no menino e o submeteria a um sofrimento desnecessário.
Na véspera de sua morte, Charlie foi transferido do hospital onde estava internado para uma casa de repouso dedicada a pacientes terminais. Os aparelhos que o mantinham vivo foram desligados em seguida.
Após perderem a luta judicial para tratar o filho nos Estados Unidos, os pais de Charlie queriam que ele passasse seus últimos dias em sua casa em Londres. Mas o hospital alegou que não havia condições práticas de realizar a transferência. “Antes quando conversamos com os médicos sobre a possibilidade de sermos obrigados a desligar os aparelhos de nosso filho, estes profissionais tinham nos dado três opções: desligar os aparelhos e deixar Charlie morrer no hospital, leva-lo para uma casa de repouso ou leva-lo para casa e deixa-lo morrer em casa. Nós tínhamos escolhido que queríamos que ele morresse em casa. Mas agora o hospital nos informou que não podemos mais fazer isso e nosso filho terá que morrer na casa de repouso”, lamentou a mãe Connie em entrevista ao jornal britânico Mirror assim que soube que não poderia levar o filho para morrer em casa.
Charlie morreu uma semana antes de completar um ano de idade. “Nosso lindo bebezinho se foi, estamos orgulhosos de você, Charlie”, disse a nota divulgada pelos pais.