Jizo: a tradição japonesa de homenagear bebês que não nasceram
Tradição ajuda os pais e mães japoneses a lidar com a dor do aborto espontâneo
O aborto espontâneo é uma triste realidade que afeta cerca de 15% das gestações. Apesar de ser algo tão frequente, pouco se fala sobre o assunto na cultura ocidental. E os pais praticamente não encontram maneiras de lidar com a dor desta perda.
Porém, no Japão existe uma tradição muito especial que ajuda os pais a lidarem com este luto. No Japão, os pais e mães encontram algum conforto com uma estátua chamada Jizo.
Jizo é considerado no budismo o protetor dos bebês que não nasceram e das crianças. Então, no Japão quando uma mulher sofre um aborto espontâneo, é muito comum que ela compre uma estátua do Jizo. A mulher então veste esta estátua com roupinhas quentes, na esperança que o Jizo faça o mesmo por seu bebê. E a estatua é colocada no cemitério, onde os pais podem levar balinhas, flores e outras coisas para homenageá-la.
No ocidente, esta tradição começou a ser adotada por algumas pessoas. Como no ocidente não é possível deixar a estátua nos cemitérios, os pais têm optado por coloca-la em um canto especial da casa ou mesmo no jardim. “Fiz um espaço especial no meu jardim para colocar o meu Jizo e estou sempre cuidando dele. O arrumo quando é derrubado pelo vento. Já vi meu marido tirando as folhas que haviam caído nele. Quando completou um ano que sofri meu aborto. Eu peguei a estátua, dei banho nela, troquei suas roupas e dei-lhe um beijo. É uma maneira de lembrar e dar amor ao nosso bebê que não chegou a nascer e me ajudou a lidar com a dor da perda”, contou Angela Elson em entrevista ao jornal The New York Times.
Veja a seguir algumas fotos de Jizos nos cemitérios do Japão:
Fonte consultada
Jornal The New York Times