Bebê morre por bactéria em SP e 1 vacina que só tem na rede privada teria evitado

A pequena Sophia faleceu por causa da bactéria meningocócica e sua mãe decidiu contar a história para alertar
Aos 8 meses, a pequena Sophia contraiu uma infecção nos rins e morreu por causa da bactéria meningocócica. E sua mãe Tatiane Rone,33 anos, decidiu contar sua história para alertar outras mães.
O caso ocorreu em Itu, interior de São Paulo, no dia 8 de julho. E de acordo com a mãe, foi tudo muito rápido. Mas a tragédia poderia ter sido evitada se a menina tivesse recebido a vacina contra meningite B.
A vacina contra a meningite B infelizmente só está disponível na rede privada. Na rede pública há apenas a vacina contra a meningite C.
As sociedades brasileiras de Pediatria (SBP) e de Imunizações (SBIm) recomendam o uso rotineiro de quatro doses da vacina meningocócica B aos 3, 5 e 7 meses de vida e entre 12 e 15 meses.
Entenda a meningite B
A meningite B, assim como outras meningites, causa a infecção das membranas que recobrem o cérebro. Porém, este tipo de meningite é bacteriana e é o mais letal de todos. No geral, este é o segundo tipo de meningite mais comum no Brasil, responsável por cerca de 20% dos casos. Sendo que a meningite mais frequente é a tipo C, responsável por 70% dos casos.
Contudo, como a vacina contra a meningite tipo C está disponível para os bebês tanto nas redes privada quanto pública, os casos de meningite C caíram muito entre bebês menores de dois anos. Então, atualmente, entre os bebês menores de dois anos o tipo de meningite mais comum é a meningite B.
A meningite B é tão perigosa entre os bebês que 30% dos pequenos afetados por esta doença morrem. Entre os bebês que sobrevivem, 20 a 50% apresentam sequelas graves como lesões cerebrais e nos nervos, surdez, membros amputados e atraso mental.
A meningite B é transmitida pela saliva ou cuspe, de modo que pode chegar até a pessoa por meio beijos ou tosse ou espirros. Em recém-nascidos e bebês, os sintomas clássicos da meningite são febre, dor de cabeça e no pescoço. O bebê pode parecer estar mais devagar ou menos ativo e também pode vomitar, ter dificuldades para se alimentar e ficar irritado com maior facilidade. Diante desses sintomas é essencial entrar em contato com o médico. O tratamento da meningite B é feito com antibióticos.
O caso da pequena Sophia
À revista Crescer, Tatiane relatou os últimos acontecimentos que antes da morte da filha. Ela contou que, no dia 7 de julho, Sophia estava com febre muito alta e, mesmo após ser medicada, a menina continuou quente e teve de ser levada ao hospital.
Enquanto os exames eram feitos na bebê, a mãe descobriu pontinhos avermelhados espalhados pelo corpo dela. O médico havia pedido um hemograma e, enquanto o resultado não saía, a febre de Sophia passou e a criança foi liberada pelo hospital. Tatiane foi para casa, acreditando que a filha estivesse bem. Foi então que o mundo dos pais de Sophia virou de cabeça para baixo.
“Assim que colocamos a Sophia na maca, ela ficou toda manchada de sangue. Seus olhos estavam com sangue. Nunca vou me esquecer dessa cena. Mas ela me ouvia… Enquanto eu falava com ela, ela gemia, tentando responder”, disse Tatiane durante a história.
A morte de Sophia foi causada pela bactéria meningocócica, responsável pela meningite. Tatiana alega não ter ideia de como a bebê contraiu a bactéria, já que sequer frequentava uma creche.
Confira todo o relato de Tatiana Rone na Crescer.