Moleiras dos bebês: onde elas estão e quais cuidados ter
As moleiras são partes sem ossos que aparecem nas cabeças de todos os bebês
Quando nascemos, nossas cabeças são um pouco diferentes de quando somos adultos. Não estamos falando apenas da diferença de tamanho. O próprio crânio dos pequenos não é completamente fechado.
Existem espaços sem ossos nas cabeças deles, as fontanelas. Mais conhecidas como moleiras do bebê. São duas regiões sem cobertura óssea que são mais perceptíveis.
Tratam-se da fontanela anterior, localizada no centro da cabeça dele, quando o olhamos de cima. Além da fontanela posterior, que fica no centro da parte de trás da cabeça. (Conforme a ilustração abaixo).
As moleiras têm como principal função servir como um amortecedor na passagem da cabeça do bebê pelo canal de parto. Com o passar do tempo, esses dois espaços que não têm ossos vão se fechando. Geralmente, a fontanela posterior fechará até os três meses de vida. Enquanto a anterior entre os sete e dezoito meses.
“Vale lembrar que o crânio é formado por vários ossinhos que estão crescendo de maneira separada. Apenas por volta de 2 a 2 anos e meio que esses ossos ficam unificados. Assim, a moleira é uma defesa do organismo. É fundamental que ela exista e também é super segura”, explica José Paulo Ferreira, médico pediatra e associado da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS).
A seguir, aprenda quais são os principais cuidados que os pais devem ter com a moleira do bebê. Saiba também dicas importantes sobre o desenvolvimento da criança. Confira!
Devemos nos preocupar com a moleira do bebê fechada?
De acordo com o artigo “O mito da Fontanela Fechada”, escrito por Ricardo Santos de Oliveira, presidente da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia Pediátrica e neurocirurgião pediátrico, muitas famílias vão a consultórios preocupadas com o fechamento supostamente precoce das moleiras. No entanto, eles apontam que, na maioria dos casos, isso não significa nada de anormal.
Os especialistas afirmam que a abertura ou o fechamento da fontanela não tem relação com o crescimento do crânio infantil. Ainda no artigo, os neurocirurgiões pediátricos explicam que existe uma doença denominada craniossinostose. Esta causa mudanças no formato da cabeça do bebê e restringe o crescimento cerebral. Ela pode ser associada, erroneamente, ao fechamento da moleira.
“Na craniossinostose, a deformidade craniana é observada logo após o nascimento. Ela não melhora com o crescimento do bebê”, escrevem os médicos. Por isso, a moleira da criança pode ficar aberta até os dois anos de idade ou mesmo estar fechada desde o seu nascimento. Sem que isso implique em algum problema de saúde.
Em caso de dúvidas, as crianças devem ir ao pediatra. O profissional irá observar três fatores: o formato da cabeça, o perímetro do crânio e o desenvolvimento neurológico. Se esses pontos estiverem corretos, o fechamento da fontanela não deve demandar a realização de exames.
Moleira do bebê: quais aspectos devemos prestar atenção?
Apesar de as moleiras não terem ossos, é importante deixar claro que o cérebro do bebê está protegido por outras estruturas em sua cabeça. Portanto, os papais e mamães precisam ter com as moleiras o mesmo cuidado que têm com o restante da cabeça.
A única diferença é que devem prestar atenção ao aspecto da moleira. A fontanela normal é aquela que não está funda ou alta, aparenta ser plana e às vezes pulsátil. “Ela também tem o tamanho de uma a duas polpas digitais”, explica a pediatra Rita de Cassia Silveira, Diretora Executiva da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS).
Algumas moleiras podem ficar mais baixas. Isto depende de vários fatores que devem ser observados. Contudo, não necessariamente essa situação aponta a existência de uma doença.
“Isto ocorre se os ossos estão interpostos ou em um parto difícil. Pode haver cavalgamento entre as suturas da tábua óssea e as moleiras ficam menores ou até mais fundas; sem significar doenças. Mas, também pode ser um sinal de desidratação”, avalia a Dra. Rita.
Diante disso, o pediatra deve analisar qual a causa do afundamento da moleira. Ele poderá solicitar exames, como de sangue e de urina. Se realmente for desidratação, o médico pode indicar um simples aumento na ingestão de água, por exemplo.
Por outro lado, também é preciso atenção com moleiras que estejam altas e com tensão. “Pode significar uma lesão ocupando espaço no cérebro e causando o que chamamos de hipertensão intracraniana, condição grave e com uma série de riscos. Ainda pode indicar um edema cerebral com hipertensão intracraniana”, esclarece a doutora. Por isso, nesse caso, também é recomendado levar a criança ao médico.
Quais cuidados devemos tomar com as moleiras do bebê?
É recomendado que o papai e a mamãe tenham cautela principalmente com lugares pontiagudos que podem entrar em contato com a cabeça da criança. Assim, eles devem cuidar para que não aconteça nenhum acidente com o bebê.
Se ocorrer uma leve batida, sem objetos pontiagudos, os especialistas acreditam que geralmente não haverá problemas. Caso contrário, os pais devem prestar atenção com os eventuais machucados e higienizar bem a cabeça da criança para não surgir uma infecção na pele. Além de procurar um médico, assim que isso acontecer.
Agora, você já consegue reconhecer onde as fontanelas estão localizadas na cabeça da criança. Além de saber a função que essa estrutura, que não tem ossos, desempenha para o bebê. Você ainda entendeu o que deve fazer se eventualmente essa parte do corpo estiver mais alta ou mais baixa e a importância de um médico especialista avaliar eventuais problemas, nessa região.
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Fonte consultada:
Biblioteca de Saúde do Governo dos Estados Unidos