Qual mãe não se sente sobrecarregada? O cansaço materno que é considerado algo comum e rotineiro, muitas vezes pode evoluir para uma espécie de “burnout materno/parental”, ou seja, um real esgotamento físico e mental. Neste mês de janeiro, mês que é dedicado à conscientização sobre os cuidados com a saúde mental, a MAM Baby, marca especialista em bebês, realizou uma pesquisa junto às mães que participam do Club MAM, sobre o assunto.
Os dados apontam informações muito relevantes sobre o chamado “burnout materno”. Das cerca de 800 mães que participaram da pesquisa, 96,9% já se sentiram emocionalmente sobrecarregadas desde o nascimento do filho por causa das demandas constantes da maternidade. Foram ouvidas mulheres com bebês de até 2 anos. Além disso, 60,7% alegaram que sempre ou frequentemente se sentem exaustas.
Outros dados interessantes do levantamento são que embora praticamente todas as entrevistadas acreditem na importância da busca de apoio emocional ou prático, apenas 76,2% sentem-se confortáveis ou muito confortáveis para debater sobre desafios emocionais. Mesmo que 76,9% das mulheres garantiram estar cientes da relação entre a sobrecarga materna e possíveis impactos na saúde mental.
Soma-se a isso o fato de mais da metade das mães ouvidas não buscarem nenhum recurso ou suporte que as ajudem a lidar com o estresse e a pressão associados à maternidade. Foram 54,5% das entrevistadas que responderam não buscar esse tipo de auxílio fundamental para as mulheres, em especial no puerpério e nos primeiros meses, período importante de amamentação e desenvolvimento.
Vale destacar que, após o parto, as mulheres já têm, naturalmente, uma queda nos níveis de progesterona e estrogênio, hormônios que desempenham papéis vitais. Esta alteração em si já é um fator de risco para quadros de depressão. Junto a essa condição, a privação de sono, o sentimento de solidão que passam no início e as mudanças físicas, entre outros fatores, podem aumentar o quadro, em alguns casos.
Com base na pesquisa, Bruna Medeia de Campos Ramos, consultora de aleitamento, deu algumas dicas práticas para as mamães aliviarem as pressões e desafios diários. Segundo ela, com apoio e compreensão, as mães conseguem dar mais atenção aos cuidados com o bebê e a si própria. “Muitas não têm rede de apoio e o parceiro ou não ajuda ou é ausente e a sobrecarga de cuidar de um bebê, junto à recuperação do parto e todas as outras tarefas diárias podem demandar muita energia e levar a problemas de saúde mental”, explicou.
Justamente pelo aumento de demanda, a profissional sugere uma das formas de amenizar a extensa lista de tarefas, é contar com muita ajuda. “Essa rede de apoio pode vir de várias formas, desde parentes e amigos que estejam no dia a dia do período de puerpério ou até uma ajuda financeira para os custos de contratação de uma babá ou diarista”, sugeriu Bruna Ramos. A profissional destaca ainda que utilizar técnicas de respiração, yoga, práticas regulares de exercícios físicos e boa alimentação (sem dietas restritivas) ajudam a lidar com as mudanças, nesta fase tão única.
Confira 7 medidas que podem auxiliar a lidar com o “burnout materno”:
1. Evite se isolar;
2. Saia de casa com o bebê para ambientes tranquilos e ao ar livre;
3. Retome algum hobby ou atividade que sinta prazer, após o nascimento do bebê. É fundamental tirar um tempo para si;
4. Converse com outras mães;
5. Evite conteúdos nas redes sociais que causem algum tipo de ansiedade;
6. Aproveite o sono do bebê para descansar também;
7. Busque apoio terapêutico.