Influencer troca nome do filho trans de 7 anos no RG e fala

Bruna Stuppiello

A influencer e mãe Cinthya Cristina revelou que seu filho trans de sete anos teve o seu nome trocado nos documentos, mais especificamente no RG. A criança que nasceu menina e tinha por nome Maria, agora trocou este seu nome feminino para o masculino no documento. E Cinthya Cristina falou sobre isso em carta aberta nas redes sociais.

A influencer Cinthya tem quatro filhos e é acompanhada por mais de 154 mil pessoas nas redes sociais. Ela é mãe solo de gêmeos adolescentes e tinha gêmeas de sete anos. Até que uma de suas meninas começou a transição para menino. A criança começou a transição aos seis anos de idade e agora com sete anos trocou o seu documento. A criança já havia cortado o cabelo curtinho e também usava roupas masculinas.

A influencer falou sobre esta mudança agora também nos documentos. “Carta aberta ao nome do Miguel. Miguel Rafael. Seu nome carrega uma história. Carrega coragem, identidade, escolha. Carrega amor. Durante muito tempo, ouvi que era só uma fase. Que era cedo demais. Que eu não deveria dar ouvidos, que não era real. Mas eu ouvia… com o coração de mãe. E o coração de mãe sente antes da palavra vir, antes do pedido acontecer, antes do mundo permitir”.

A influencer continuou: “E quando você me disse que queria um ‘pozinho mágico pra virar menino’, algo em mim entendeu tudo. Era você. Sempre foi. Mesmo quando o mundo ainda não enxergava, você já brilhava como Miguel”.

A influencer Cinthya ainda comentou: “O seu nome é mais que letras no papel, é a vitória de sermos quem somos, mesmo quando é difícil. É o resultado de cada conversa que tivemos no sofá, de cada lágrima que escondi no banho, de cada ‘eu acredito em você’ sussurrado na hora de dormir”.

A influencer também comentou: “Hoje, ver essa imagem sua, sorrindo com seu RG nas mãos, com o seu nome estampado ali, me faz lembrar que vale cada batalha. Que cada ‘não’ que enfrentamos serviu pra abrir caminho pro nosso ‘sim’. Que você tem o direito de ser reconhecido por quem é, com orgulho, com verdade, com respeito”.

A influencer também escreveu: “Miguel Rafael, o mundo pode ser barulhento, cruel às vezes… Mas eu estarei sempre aqui, sendo seu escudo, sua voz quando for preciso. Porque eu sou a mãe de um menino corajoso. Sou a mãe do Miguel. E você não imagina o quanto me honra poder dizer isso. Com amor eterno, mamãe”.

Influencer trouxe à tona assunto que divide opiniões

Ao abordar publicamente o fato de que sua criança de sete anos que nasceu menina está realizando a transição para ser um menino, já tendo até mesmo documentos com nome masculino, a influencer Cinthya Cristina acabou dividindo opiniões.

Alguns internautas a apoiaram, mas muitos outros a criticaram. “E se essa criança se arrepender um dia? Será que 7 anos tem maturidade pra decidir algo? É preocupante demais…”, comentou uma internauta.

E outra internauta disse: “Eu com essa idade também fazia só brincadeiras de menino, era bem molecona. Agradeço imensamente que meus pais não interpretaram isso como mudança de gênero, se na época me perguntassem se eu queria ser menino, provavelmente teria dito que sim porque achava tudo no mundo dos meninos mais legal. E hoje estou muito bem sendo mulher, as chances de errar nessa idade são enormes”.

E o assunto que a influencer abordou não divide opiniões apenas entre os internautas, mas também em meio aos profissionais da área da saúde que trabalham com a transição de gêner0. É o caso de Jamie Reed, profissional de saúde da área de medicina de gênero0.

O trabalho de Jamie por anos era de capacitar juízes e divisões hospitalares em medicina de gênero. “Eu treinava juízes no estado do Missouri (Estados Unidos) em relação ao atendimento para afirmação de gêner0. Eu treinei todas as outras divisões dentro do ambiente hospitalar acerca do que é definido como atendimento para afirmação de gênero. Eu acreditava de corpo e alma neste protocolo”, disse ela.

Porém, agora, a especialista mudou completamente de opinião e se tornou contrária a transição de gêner0 em crianças e adolescentes. Ela apontou os três motivos pelos quais mudou a sua opinião. “Houve três aspectos que me fizeram mudar de ideia. Número um: este protocolo em si, foi desenvolvido em cima de estereótipos regressivos e é h0m0fóbic0”, disse Jamie.

A especialista também escreveu: “Das primeiras 70 crianças que foram submetidas a este protocolo, 68 tinham atração por pessoas do mesmo s3x0. Todo o protocolo é baseado em estereótipos sobre como dever ser o comportamento sexuado e a maioria dos gays e lésbicas na infância não se encaixam no molde do estereótipo regressivo para o comportamento sexuado”.

A especialista Jamie Reed ainda contou: “Das primeiras 70 crianças que foram colocadas neste protocolo, uma m0rreu porque o protocolo em si destruiu o que costumava ser a forma pela qual invertíamos o p3nis de um adulto para se transformar em uma v4gin4. O bloqueador de puberdade em si fez o p3nis não crescer ao ponto de que aquela criança foi submetida a uma vaginoplastia em que usaram o seu cólon e não o p3nis e m0rreu devido a uma infecção generalizada”.

Ela ainda disse: “Número 2: eu vi o número de pacientes saltar de 4 entradas por mês de crianças que eram, na maioria meninos pré-púberes, para 50 a 60 novos pacientes por mês e 80% deles eram meninas adolescentes. Advinha o que as meninas adolescentes têm em comum? Elas são totalmente suscetíveis a contági0 social. Isto ocorreu exatamente quando teve a p4ndemia e exatamente quando colocamos celulares nas mãos dos adolescentes. Nós de fato nos referíamos a elas como ‘meninas do t1kt0k’. Elas literalmente estavam imitando e chegavam à clínica exatamente com a mesma história que viram online sobre o que significa ser trans”.

A especialista ainda continuou: “E em terceiro luar, e por fim, é que eu realmente prejudiquei pacientes. Este protocolo em si machucou meus pacientes ao ponto de que eu estava enviando crianças para o Pronto-Socorro para cirurgias de emergência após elas terem tido suas primeiras experiências s3xu4is e suas v4ginas estavam se rasgando! Removemos os seios de uma adolescente que nos ligou de volta anos depois implorando para recolocá-los. Ela não só havia destransicionado e se identificava como a mulher que ela nasceu como também estava grávida! Ela também cresceu em lares temporários e nos contou literalmente que parte dessa identidade para ela foi contági0 social”.

Ela então concluiu dizendo: “Então, eu certamente tive que mudar de ideia porque eticamente é a única coisa certa a se fazer e eu imploro: por favor, façam o que é correto cientificamente! Obrigada”.

Influencer ao lado dos seus quatro filhos
Influencer junto com os seus quatro filhos. / Reprodução Instagram
Influencer mostrou seu filho após mudar o nome no RG
Influencer mostrou o filho trans após ter mudado o nome no RG. / Reprodução Instagram

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