Descolamento de placenta: sintomas, tratamento e mais
Saiba tudo sobre o descolamento prematuro da placenta, complicação que afeta a saúde da mãe e do feto
O descolamento prematuro da placenta ou placenta abrupta é caracterizado pelo desprendimento parcial ou total da placenta antes do nascimento do bebê. Este problema pode ocorrer em qualquer fase da gestação. “A complicação acontece entre 2 e 5% das gravidezes e é mais comum nas 12 últimas semanas de gestação”, explica o ginecologista obstetra Jurandir Piassi Passos, especialista em medicina fetal do Lavosier Medicina Diagnóstica.
Sintomas do descolamento de placenta
Os principais sintomas do descolamento de placenta são:
- Dor abdominal intensa, acompanhada de uma contração uterina prolongada
- Presença de sangramento vaginal de volume variado, quanto mais intenso for o sangramento, maiores são os riscos tanto para a mãe quanto para o feto.
Problemas que o descolamento de placenta pode causar
O quadro pode ter consequências sérias para a mãe e o bebê. “O descolamento de parte ou da totalidade da placenta tem como consequência a perda de área de troca de nutrientes e oxigenação entre a mãe e o bebê, o que pode levar a um sofrimento fetal agudo ou até mesmo ao óbito fetal se a área descolada for muito grande, pois o bebê perde a sua fonte de oxigenação e acaba morrendo”, conta Piassi.
Caso a área do descolamento seja grande, as chances da gestante ter uma perda sanguínea intensa são altas. “O que pode levar a mãe a ter um quadro de choque hipovolêmico e correr risco de óbito também, pois pode desencadear quadros associados à hemorragia maciça, como a CIVD (Coagulação Intravascular Disseminada), com alto grau de mortalidade”, afirma Piassi.
Tratamento do descolamento de placenta
O tratamento do descolamento da placenta varia de acordo com a extensão do quadro. “Se for uma área pequena, apenas na borda placentária, o uso de medicações que inibam as contrações, repouso e o controle de sua evolução podem conter o quadro sem necessidade de interrupção da gestação. Algumas vezes, pequenas áreas de descolamento placentário podem formar ‘coágulos’ que acabam atuando como fontes estimuladoras de contrações e a paciente pode cursar toda a gravidez com a presença de contrações leves, que tornam necessário o uso de medicações e repouso para controle desse quadro”, observa Piassi.
Ema casos de descolamento de grandes áreas, em que há o risco tanto materno quanto fetal, a interrupção da gestação é necessária.
Prevenção do descolamento de placenta
Não há uma causa específica para a ocorrência do descolamento da placenta. “Mas alguns fatores associados à gestação podem facilitar o descolamento prematuro da placenta, tais como: hipertensão arterial materna, inserção baixa da placenta, grande quantidade de líquido amniótico (polidrâmnio), traumas abdominais como em acidentes de carro, por exemplo, idade materna avançada e tabagismo”, diz Piassi.
Caso a gestante apresente um desses fatores de risco é importante controlá-los, como no caso da hipertensão, ou abandoná-los, como no caso do cigarro. Isto irá prevenir o surgimento do descolamento de placenta.