“Eu me lembro de quando eu era uma recém-nascida e o que eu lembro é INCRÍVEL!”
Rebecca Sharrock tem Memória Autobiográfica Altamente Superior e consegue se lembrar de sua vida desde os 12 dias
A australiana Rebecca Sharrock é uma das cerca de 60 pessoas no mundo que tem Memória Autobiográfica Altamente Superior. Quem tem esta síndrome não se esquece de quase nada do que aconteceu em sua vida.
O caso de Rebecca é tão raro que ela participa de duas pesquisas universitárias ao mesmo tempo. “Eu estou participando de dois estudos de memória, um da Universidade da Califórnia nos Estados Unidos e outro na Universidade de Queensland, na Austrália. Em ambos os casos, os pesquisadores querem compreender melhor como a memória funciona para poder ajudar pessoas que lutam contra o Alzheimer e demência. Alzheimer é uma doença que mexe muito comigo porque o pai do meu padrasto faleceu devido a ela, e eu gostava muito dele”, explicou Rebecca em depoimento ao portal Omni.
Devido a esta síndrome, Rebecca é capaz de se recordar de quando era um bebê e as memórias dela desta fase são incríveis e nos dão uma boa ideia de como é o mundo pelos olhos dos pequenos. Veja o depoimento que Rebecca deu ao portal Omni sobre suas memórias de quando era um bebê a seguir:
“Minha memória mais recente é de quando eu tinha doze dias. Meus pais me levaram para o banco do motorista do carro para tirar uma foto (a ideia foi do meu pai) e me colocaram no banco para a foto.
Como uma recém-nascida, eu estava muito curiosa em relação ao banco do carro e ao volante na minha frente. Mas naquela idade eu ainda não tinha desenvolvido a habilidade de querer explorar os objetos curiosos na minha frente.
No começo da minha vida, eu passava muito tempo no berço olhando os brinquedos ao redor. No meu primeiro aniversário eu não fazia ideia de qual dia era, tudo que eu sabia era que minha mãe tinha colocado um vestido que estava coçando e eu comecei a chorar. Lembro dos meus pais me falarem que era um dia especial e que muitas pessoas iriam vir me ver. Eu ainda não entendia o que se passava, mas acabei parando de chorar. Naquele dia meus pais também me deram uma Minnie de pelúcia e a cara daquela Minnie me assustou MUITO. Tudo que eu conseguia fazer era chorar e coloca-la longe de mim.
Por volta dos 18 meses de vida (eu acho que foi mais ou menos essa idade porque lembro que foi pouco antes do meu aniversário de dois anos), eu comecei a sonhar quando ia dormir. Naquela idade, eu realmente achava que eu saia de casa sempre que eu sonhava, então queria minha mãe por perto quando ia dormir.
Pouco depois do meu segundo aniversário, minha irmã Jessica nasceu. Eu não entendia o que era ter uma irmã e eu estava muito mais interessada em brincar com meu trem de brinquedo.
Mas o nascimento da minha irmã acabou me fazendo ficar mais mal comportada durante mais ou menos um ano quando fui percebendo que eu não era mais filha única”, disse Rebecca.