“Falta amor no mundo, mas também falta interpretação de texto”, disse a atriz Taís Araújo
Um texto escrito pela atriz Taís Araújo em suas redes sociais sobre a filha de dois anos, Maria Antônia, gerou grande polêmica na internet. E infelizmente, a atriz acabou passando por algo chato que as mães conhecem bem: o julgamento dos outros.
A atriz foi duramente julgada como mãe e alguns até mesmo a xingaram por causa de seu texto. “Você não tem equilíbrio psicológico para ser mãe”, disse uma internauta. Já outra falou: “Você é problemática”.
Todas essas críticas terríveis ocorreram apenas porque Taís escreveu um texto falando sobre como sua filha era completamente diferente dela, como tinham gostos diferentes, etc. Veja o texto de Taís a seguir:
“Tenho uma filha de 2 anos e oito meses que ama rosa, enlouquece com princesas, brinca de mãe e filho o dia todo e chora quando entra numa loja de brinquedos querendo ferro e tábua de passar! Socorro! Confesso que, cada vez que vejo esse movimento todo dela, me arrepio da cabeça aos pés. Parece piada que minha filha aja de maneira tão contrária a tudo que eu acredito; mais ainda, de maneira contrária a tudo que prego no meu dia a dia, a tudo que acredito que seja uma construção social das mais cruéis que segregam meninas e traçam pra elas um único e fatídico destino, a tudo que fuja do roteiro traçado por essa construção que seja carregado de culpa e julgamentos! Não acredito que existam brinquedos de menina ou de menino. Quando minha filha nasceu, não comprei um brinquedo. Bom, ela tinha um irmão de 3 anos, a casa já estava cheia de brinquedos e ela não precisava de nada além daqueles. Assim ela ficou, sem brinquedos novos até completar um ano, se não me engano. Foi ali que chegaram as primeiras bonecas, não sei quem deu, não me lembro, mas me lembro com perfeição quando ela, com um ano de idade, pegou uma boneca no colo e ninou. Fiquei muito espantada, mas sabia que ela estava reproduzindo o que fazíamos com ela, mas e as princesas? Pode ser influência das amiguinhas. E a cor rosa? E a predileção por saias e saias que rodem? E a paixão por panelinhas e fogão? E o ferro e a tábua de passar, minha gente?! Acredito que seja tudo repetição do que ela vê à sua volta, mas ela também vê (e muito) outras coisas… até porque quando senti esse movimento, a minha primeira ação foi apresentar a ela outras opções, para que ela pudesse perceber que além do mundo de fadas, bonecas, saias, panelinhas e princesas existe muita coisa legal com que ela também pode brincar. Não adianta, ela gosta desse mundo, esse é o mundo de brincadeiras que ela escolheu pra chamar de seu. Eu, como mãe, acredito que devo continuar dando opções para que ela sempre saiba que pode sim ser o que quiser: astronauta, bailarina, bombeira, princesa, médica, fada, engenheira, cozinheira, professora, princesa, passadeira… não importa, o que importa é ela conquistar a liberdade de ser o que ela quiser”, disse a atriz.
A resposta de Taís Araújo
Diante das críticas, a atriz respondeu:
“Gente, estou acompanhando aqui os comentários de vocês e queria pedir apenas pra vocês relerem o que escrevi e percebam que estou propondo uma reflexão, inclusive para mim. Participo do movimento feminista, acredito que as meninas devem ter liberdade de escolha, e não serem sentenciadas a um único destino. Não há problema em fazer serviço de casa, não há problema algum em gostar de tarefas domésticas, desde que isso seja opção DELA e não uma decisão imposta pela sociedade. Por isso quero oferecer outras coisas. Para que ela saiba que pode brincar de absolutamente tudo! Minha filha adora cor de rosa, é um direito dela. E isso é uma reflexão pra mim, como mãe, sobre como devo deixar que ela siga a própria natureza, que as minhas certezas não são as certezas da minha filha e isso tem que ser respeitado. Eu acho ótimo vocês estarem contestando isso, porque estimula nossa conversa e esse debate é fundamental”.
E ela também fez este post: