Mãe faz relato emocionante sobre violência obstétrica que levou à morte da filha
A atriz Yanna Lavigne está ajudando a divulgar a história de Jenny Cardoso e sua bebê Bethina, que faleceu durante o parto
Na noite desta sexta-feira (09/06) a atriz e mãe Yanna Lavigne compartilhou a história de violência obstétrica sofrida por Jenny Cardoso em 23 de abril, que ela compartilhou em uma nota no Facebook. O parto foi tão traumático que a pequena Bethina não sobreviveu.
A atriz também compartilhou um apelo em seu stories do Instagram: “Violência obstétrica acontece nas mais diversas circunstâncias, chegando a resultados graves e irreversíveis, como o da Be! :( Mas talvez você passe por uma e nem saiba que é uma violência, qualquer indução que você não concorde ou entenda que está sendo lesada por mínima que seja já é violência obstétrica!! FIQUE ATENTA a qualquer uma delas e DENUNCIE essa triste realidade”.
Veja a história de violência obstétrica sofrida por Jenny
Jenny divulgou o texto no dia 24 de maio e conta sua história em um centro que teoricamente era para partos humanizados, apesar de não ter havia nada de humano na situação.
Quando ela chegou no hospital ainda de madrugada, haviam dilatações e contrações, mas nada suficiente para que ela já pudesse entrar em trabalho de parto. Foi administrado ocitocina, o que aumentou suas dores. Entre 13h30 e 14h30 a bolsa estourou, mas mesmo assim ela sentia que o corpo não estava pronto para a situação. “Nesse momento disse para a residente que apesar de ter desejado um parto normal, havia percebido que meu corpo não aguentaria. Mas eu agonizava de dor e a médica me olhava de braços cruzados, sem sequer uma palavra de apoio”, conta Jenny.
Às 17h30 ela foi encaminhada à sala de parto, que não estava em condições adequadas, e não conseguia fazer força para a bebê sair. Foi executada então a manobra de Kristeller, que é proibida no Brasil pelo Ministério da Saúde. “Então, a técnica de enfermagem apoiou as duas mãos sobre a minha barriga empurrando com toda força, de repente ela apoiou o joelho na cama fazendo assim mais força tornando a minha dor insuportável, foi tanta força que ficou marcas roxas dos dedos na barriga”, relata.
Bethina nasceu sem nem chorar, e o pediatra tentou a ressuscitação, mas foi tarde demais, até porque o sistema de oxigênio do hospital estourou. Nesse momento, ninguém da sala prestou solidariedade à mãe.
Por fim, ao questionar a médica porque não foi feita uma cesariana, Jenny ouviu que não havia pedido e que como havia outro parto ocorrendo ao mesmo tempo, a médica teve que escolher em qual a cesárea seria feita. “Enquanto isso ela me costurava, eu berrava de dor por sentir a costura (eu sentia tudo cada ponto) ela falou grosseiramente’ainda tá doendo!?’”, relata a mãe.
Por fim, a médica deu a notícia da morte da bebê sem emoção alguma e ainda gritou com a irmã de Jenny, que ficou desesperada ao saber de tudo isso. No final de tudo, a causa morte no laudo foi colocada inicialmente como “desconhecida”, até o Instituto Médico Legal exigir uma causa, e eles informarem que foi “cordão umbilical circular”.
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