‘Sem querer fiz meu bebê passar fome amamentando e você tem que saber como’
A mãe Penny Flanagan decidiu contar sua história para que outros pais e mães saibam reconhecer se o bebê está com fome
A mãe Penny Flanagan achava que os choros constantes e sem pausa de seu recém-nascido eram algo normal, mas não era. Agora, ela decidiu contar sua história para ajudar outros pais e mães a reconhecerem os sinais de que o bebê não está mamando o suficiente. Veja o depoimento dela a seguir:
“Parecia uma boa ideia na época. Viajar por 16 horas de carro com meu bebê de 5 semanas para irmos visitar minha sogra. Agora que eu sei , o que eu sei, foi a pior ideia da minha vida.
Não é que fomos descuidados. Parávamos a cada duas horas para eu amamentar. Mas, mesmo assim, meu bebê foi chorando o caminho inteiro e mal dormia.
Hoje para mim parece óbvio, mas em minha defesa, eu era uma mãe de primeira viagem e achava que era normal um bebê chorar o tempo todo, de manhã até a noite. Eu achava que a maternidade era isso: não dormir e um bebê que chora o TEMPO TODO.
E eu também achava que estava indo tudo bem com a amamentação. Eu amamentava enquanto jogava cartas com a outra mão, enquanto conversava com outras pessoas, etc. Tudo isso é normal e não tem nenhum problema, para quem não está tendo problemas para amamentar. E hoje eu sei que isto não era meu caso. Eu realmente precisava focar naquilo que estava fazendo: amamentar.
E então, eu acabei não percebendo que estava produzindo pouco leite.
Após passarmos alguns dias na minha sogra com meu bebê chorando dia e noite, ela sugeriu que eu o levasse para o hospital. E eu não dei atenção a ela. Eu achava que sabia o que estava fazendo. E que podia leva-lo ao médico quando voltasse para casa. Isto podia esperar.
No dia seguinte, minha sogra foi lá e simplesmente marcou a consulta. E me disse de maneira casual: “Ahn, eu marquei uma consulta para você, se você quiser ir ver a enfermeira pediátrica”.
E eu me lembro de ter revirado os olhos e pensado no quão intrometida minha sogra era. Mas eu fui na consulta.
Quando eu cheguei lá, vi que não era propriamente uma consulta, era uma sessão em grupo com várias mães. Sentamos em roda e eu esperei minha vez para me apresentar. Quando eu fui me apresentar a enfermeira ficou com meu bebê e tentou acalmá-lo enquanto eu falava. E eu até fiz alguns comentários sobre como eu estava tendo dificuldades para acalmar meu bebê. A verdade é que eu não via a hora de sair daquele lugar.
Quando o grupo acabou, a enfermeira me levou para uma consulta. Ela fez algumas perguntas sobre amamentação: com que frequência eu estava amamentando, se o bebê estava mamando corretamente, etc…etc…
Então, ela pegou meu bebê e o colocou na balança.
“Quanto ele pesava quando nasceu?”, ela perguntou.
Eu respondi.
De repente todo o clima do consultório mudou. Todos os profissionais de saúde foram de “consulta normal” para “emergência” em segundos. Ela devolveu meu bebê para mim e disse: “Ele está pesando menos do que quando nasceu”.
E ela já começou a fazer uma mamadeira de fórmula. Era urgente.
Fiquei com um nó no estômago. Meu corpo todo começou a tremer em pânico. Meu cérebro passou a se lembrar do meu bebê chorando nos últimos dias, todo aquele choro. Por que eu fui tão presunçosa em assumir que eu sabia que o estava fazendo?
O jeito como meu bebê mamou naquela mamadeira foi revelador. Após tomar a mamadeira, ele fechou os olhos, se acalmou e dormiu! Algo que ele não fazia há semanas. Então ficou claro para mim: meu bebê estava chorando tanto porque estava morrendo de fome!
Eu me senti muito mal e muito culpada. Eu voltei para a casa da minha sogra muito envergonhada e humilhada. Minha sogra não se gabou, não disse nada como “eu te avisei”. Ela simplesmente se ofereceu para dar a fórmula para meu bebê para que eu pudesse descansar.
Pelo menos, este foi o início de um melhor relacionamento com a minha sogra. Eu percebi que ela não era intrometida, ela simplesmente queria ajudar.
No dia seguinte, meu marido e eu fomos para uma consulta no pediatra para saber se meu bebê havia sofrido algum dano permanente. O médico observou meu bebê e disse que estava tudo bem, não houve sequelas. Mas meu marido e eu estávamos em choque.
Hoje meu filho é um jovem saudável de 18 anos, mas essa é a primeira vez que falo sobre isso. Até hoje só de pensar sobre isso, eu já me sinto culpada e envergonhada. As fotos do meu filho daquela época me destruíam, ele estava só pele e osso, e eu não conseguia perceber, achava que era normal! Era tão difícil olhar para essas fotos que eu queimei todas.
Quanto a minha sogra, nossa relação é ótima e nós nos tornamos muito próximas ao longo dos anos. Serei eternamente grata por ela ter interferido”.
Veja a seguir, quais os sinais que o bebê dá de que está mamando bem:
O bebê começa a mamar sugando de forma mais rápida e depois passa a sugar mais devagar e de maneira ritmada, com pausas ocasionais;
- É possível ouvir e ver que o bebê está engolindo o leite materno;
- As bochechas do seu bebê ficam arredondadas e não fundas durante as mamadas;
- O bebê fica calmo e relaxado durante as mamadas;
- O bebê para de mamar por conta própria;
- A boca do bebê fica úmida após as mamadas;
- Seu bebê parece estar contente e satisfeito após as mamadas;
- Seus seios ficam mais macios após as mamadas;
- Seus mamilos não mudam muito antes e depois das mamadas, por exemplo, não ficam mais achatados após as mamadas;
- Após as primeiras duas semanas, seu bebê ganha peso de forma constante, cerca de 20 a 25 gramas por dia;
- Os bebês parecem alertas e saudáveis quando estão acordados;
- O bebê deve molhar pelo menos seis fraldas de xixi por dia.
- Caso seu bebê não apresente esses sinais, é importante conversar com o pediatra ou consultora em amamentação.
Fonte consultada
Serviço Nacional de Saúde do governo do Reino Unido