Chupar o dedo: entenda os problemas e como parar
Chupar o dedo: entenda os problemas e como parar
Saiba o que fazer para que seu bebê deixe de chupar o dedo e o que não é recomendado
Chupar o dedo pode causar problemas para o bebê. “No sugar o dedo a criança não faz só sucção. Ela apoia o dedão no céu da boca e parte interna do maxilar, empurrando para cima o primeiro e para frente o segundo. O céu da boca sobe formando uma ogiva e a mandíbula vem para frente e, o encontro entre os dentes de cima e os de baixo, para uma boa mastigação, se perde. É a chamada má oclusão que vai exigir tratamento fono-odontológico para correção”, explica o pediatra Evandro Baldacci, coordenador do Núcleo Avançado de Ensino em Saúde da Faculdade de Ciências da Saúde de São Paulo.
Além de alterar a mastigação, pelas deformidades das estruturas da face e internas da boca, acontecem problemas da fonação. “Externamente você percebe a criança a bicuda com a protrusão do lábio superior”, diz Evandro Baldacci. Problemas na alimentação e desenvolvimento da fala também podem ocorrer.
Chupar o dedo é um ato instintivo que é observado já na vida intrauterina. “A finalidade disto é exercitar o ato de sucção que a criança vai necessitar depois de nascida. É frequente ser visto no ultrassom, feito durante a gestação, o nenê na barriga da mãe sugando o dedo, conta Evandro Baldacci.
Depois do nascimento o ato de chupar o dedo também está relacionado com uma condição de apoio emocional. “O hábito traz aconchego e segurança. Interessante é notar que crianças que não recebem leite materno tem o hábito de sugar o dedo com mais frequência”, afirma Evandro Baldacci.
Enfim, o ato de sugar o dedo uma condição instintiva e natural, que deve desaparecer já no início da vida, até os 3 para 4 meses. Se persistir deve ser corrigido. “A partir desse ponto não é normal e deverá ser evitado sob pena de acontecerem os problemas já mencionados”, diz Evandro Baldacci.
Como parar o hábito de chupar o dedo
Para cessar o hábito de chupar o dedo pode-se usar algumas estratégias que vão ter maior sucesso quanto antes for feita a tentativa. “É menos dificultosa a retirada do hábito quanto menor for a idade”, observa Evandro Baldacci.
Substituir pela chupeta: Ao perceber que a criança tem a tendência de chupar o dedo, deve-se iniciar o uso da chupeta. “A luta é longa e deve-se procurar o tipo de chupeta que a criança mais se adapte e ter paciência na sua introdução. A indicação do uso da chupeta já desde o início da vida (depois dos 15 dias de vida) pode ser útil na prevenção do hábito de chupar o dedo”, diz Evandro Baldacci.
Amamentar no seio: As crianças que mamam no peito têm tendência menor de desenvolver o hábito de sugar o dedo. Aparentemente o sugar o seio satisfaz a necessidade de sucção.
Converse e negocie: Quanto mais forem feitas tentativas agressivas, como passar substâncias com mau gosto, prender as mãos ou os dedos, mais o processo fica difícil. “Conversar e apresentar o que é ruim, como os riscos de alterações na face, mostrar fotos de má oclusão da internet, e de pegar infecções pelo dedo sujo, pode surtir resultado. Mandar lavar o dedo antes de cada vez que ele vai para a boca pode ajudar. Negociar um horário para o fato acontecer também pode funcionar”, constata Evandro Baldacci.
Hábito noturno de chupar o dedo: Observe se o chupar o dedo é só para conciliar o sono ou se prolonga pela noite. “Se for para conciliar o sono, os males serão menores. Aqueles que continuam chupando ao longo da noite terão graves problemas da arcada, fonação e mastigação. Conforme a idade, fale com o dentista para fazer uma placa para uso noturno que impeça a colocação do dedo no céu da boca”, orienta Evandro Baldacci.