Como a ginástica para o cérebro funciona nas crianças?
Você sabia a ginástica para o cérebro não apenas estimula habilidades, mas também é muito divertida?
Muitas pessoas buscam entender como funciona a ginástica para o cérebro para crianças. A diversão no cérebro é um processo fascinante que envolve uma série de mecanismos neurobiológicos. O humor como um todo desempenha um papel importante no cérebro humano, não apenas como uma forma de entretenimento, mas também como um mecanismo de enfrentamento. Pesquisas científicas mostram que o riso e o humor têm efeitos benéficos na saúde mental e física, reduzindo o estresse, fortalecendo o sistema imunológico e promovendo o bem-estar geral.
A neurocientista parceira do SUPERA – Ginástica para o cérebro, Livia Ciacci explica que o humor, do ponto de vista de “achar graça”, nasce da forma como o cérebro projeta e antecipa eventos e situações. “A comédia envolve uma quebra de padrões ou uma reviravolta inesperada, desafiando as previsões do cérebro e resultando em uma reação de riso. O riso e o sorriso são expressões sociais que vão além do humor, comunicando aos outros que ‘está tudo bem’. Quando exercitamos o cérebro, o humor está presente em todas as etapas e desafios, pois é ele quem dará a leveza necessária para que o esforço cognitivo não seja cansativo”, explicou.
Como é possível estimular o cérebro de forma leve?
O cérebro tem um sistema de monitoramento constante do ambiente especializado em buscar por novidades. É o que faz você virar o olhar para as notificações no celular ou na direção de um barulho diferente.
Existe uma região chamada “zona incerta”, que fica escondidinha lá no meio do cérebro, sempre que algo no ambiente muda ou surge uma informação nova a zona incerta se comunica com o mesencéfalo que então movimenta os olhos na direção da novidade.
Ou seja, nós somos curiosos naturalmente e o princípio da variedade usa essa característica para nos envolver em contextos variados (que não nos envolveríamos na rotina normal) e ao mesmo tempo estimular habilidades cognitivas.
A importância da variedade para o cérebro
É possível que alguém trabalhe 10 horas por dia em uma lanchonete servindo cafés e se sinta relaxada ao fazer cálculos matemáticos com o ábaco depois desta jornada de trabalho ao fim do dia? A resposta é sim. Isso acontece porque cada tipo de tarefa que realizamos usa regiões específicas no cérebro e todas tem uma limitação biológica de desempenho até chegarem à fadiga.
Imagine que você está há 3 horas escrevendo com a mão direita e ela já está dolorida. Você pode descansá-la e se manter ativo ao mesmo tempo enquanto faz uma caminhada ou dança uma música, porque estará poupando a mão e usando outras partes do corpo.
“O ábaco – usado no método de ginástica para o cérebro, apesar de exigir muita concentração, pode ser relaxante porque enquanto a atenção está nos cálculos as outras áreas cansadas conseguem se recuperar. Direcionar o foco de atenção para uma tarefa só também é um fator que facilita diminuir o cansaço mental e a ansiedade da correria do dia a dia”, explicou Livia.
Novidade, variedade e grau de desafio crescente?
A ginástica para o cérebro funciona com três princípios: novidade, variedade e desafio crescente são responsáveis por manter as pessoas interessadas, curiosas e ampliar o repertório de modos de pensar.
O desafio crescente é o responsável tanto pela motivação, porque não gostamos nem do muito fácil e nem do muito difícil, quanto pela repetição que vai garantir que o cérebro desenvolva os circuitos necessários para conseguir executar tarefas um pouco mais complexas em seguida.
A combinação desses elementos tem duas grandes vantagens: nos manter engajados e motivados e estimular o desenvolvimento das habilidades através de todos os sentidos.
“Quanto mais se cria o desejo de superar as metas, mais as pessoas se engajam nas aulas e tarefas e por mais tempo executam o treino. E por outro lado, quanto mais sentidos envolvidos na tarefa, como o tato, a visão, a audição e a posição corporal no ábaco, mais a atenção fica envolvida e melhor a qualidade do estímulo para o cérebro”, concluiu a especialista.