Amniocentese: quando fazer, como é e mais
Saiba tudo sobre a amniocentese, exame que ajuda a descobrir alguns problemas e síndromes que o feto pode desenvolver
A amniocentese é um exame no qual é feito a coleta de uma amostra de líquido amniótico. “Atualmente é realizada por meio da via abdominal materna, em que é utilizado o ultrassom para guiar a introdução da agulha pela qual será colhida a amostra de líquido amniótico”, explica o ginecologista obstetra Jurandir Piassi Passos, especialista em medicina fetal do Lavosier Medicina Diagnóstica.
Normalmente se utiliza a agulha de raquianestesia para esse fim por ser fina e comprida, o que permite atravessar toda a espessura da parede abdominal materna, a parede uterina e atingir a cavidade amniótica.
Como a amniocentese é feita
Este exame deve ser realizado de forma asséptica, ou seja, em um ambiente livre de qualquer causador de doenças. “Caso seja feita em locais inapropriados e sem os cuidados necessários, pode levar à contaminação da cavidade amniótica e predispor à ocorrência de complicações como a rotura das membranas ou infecção”, diz Passos.
A paciente é colocada com a barriga para cima, a barriga é exposta e é feito uma limpeza do abdômen materno. “É colocado um campo estéril no abdome e deixado uma área descoberta para o contato do transdutor que orientará a punção, sendo que esse transdutor deve estar coberto por uma capa estéril também. Uma vez localizada a área que será puncionada, é introduzida a agulha, após anestesia local da pele, até a cavidade amniótica. São colhidos normalmente 20 ml de líquido e uma vez obtido esse volume, o procedimento é encerrado”, conta Passos.
Quando é feito e o que detecta
A amniocentese só é recomendada em algumas situações específicas e em muitos casos a decisão sobre realiza-la cabe aos pais. “A amniocentese pode ser realizada para pesquisa de infecções congênitas para saber se o feto foi acometido por alguma doença que a mãe apresentou ao longo da gravidez, como a toxoplasmose, por exemplo, estudo da maturidade pulmonar fetal, ocorre no final da gestação caso o médico pretenda adiantar o parto, e para a determinação de paternidade quando assim for desejado”, explica Passos.
Este exame também consegue identificar centenas de síndromes. Os problemas cromossômicos, como a síndrome de Down e a trissomina do cromossomo 18 são alguns deles. Defeitos congênitos no tubo neural como a espinha bífida e anencefalia também são detectadas na amniocentese. A incompatibilidade do fator Rh entre mãe e bebê também é observada no exame. O estudo do cariótipo fetal também é feito com a amniocentese, entre a 15ª e a 24ª semana de gestação.
Riscos da amniocentese
As chances de complicações decorrentes da amniocentese são baixas, a incidência varia de 0,5 a 1% dos procedimentos. “A complicação mais frequente é a rotura das bolsas amnióticas, o que acaba levando à perda de gestação se for uma gravidez muito precoce ou à antecipação do parto em gestações mais avançadas. Infecções e sangramentos são outras complicações que podem ocorrer neste tipo de diagnóstico”, afirma Passos.