Atitudes na gravidez que aumentam o risco de autismo no bebê
Autismo é uma das condições mais frequentes entre pessoas. Para se ter uma ideia, uma em cada 68 crianças será autista. Ainda não se sabe exatamente o que causa o autismo, mas a ciência já descobriu que trata-se de uma combinação de fatores e que inclusive que o autismo pode ser influenciado pelo comportamento da mãe na gravidez. Confira a seguir que atitudes durante a gestação que a ciência já sabe que aumentam o risco de autismo no bebê.
8 comportamentos que podem influenciar o risco de autismo no bebê
Os genes têm grande influência no autismo. Por isso, bebês que possuem familiares próximos com autismo, como um irmão mais velho, correm maior risco de ter a condição. Porém, os genes não são o único fator. O ambiente também tem uma grande influência.
Por isso, veja a seguir quais são as atitudes na gestação que a ciência já sabe que aumentam o risco de autismo no bebê:
Alguns outros remédios
Antes de tomar qualquer medicamento é importante informar o seu médico que você está grávida. Já se sabe que o uso de alguns remédios para a depressão e outras doenças psiquiátricas podem favorecer o autismo no bebê. Outros estudos também associaram o uso do paracetamol na gestação ao maior risco de autismo no bebê, saiba mais sobre o assunto aqui.
Não tomar ou abusar do ácido fólico
O ácido fólico na gravidez pode ser um aliado ou um inimigo quando se trata da prevenção do autismo. Isto porque as pesquisas já apontaram que o excesso de ácido fólico na gestação pode elevar os riscos de autismo no bebê. Por outro lado, não tomar ácido fólico em quantidades suficientes na gravidez também eleva o risco de autismo no bebê.
Sendo assim, o ideal é que a mulher comece a tomar ácido fólico antes mesmo de engravidar e consuma este suplemento na medida certa tanto antes de engravidar quanto durante a gestação. “A orientação é que as gestantes consumam 400 microgramas de ácido fólico por dia a partir de três meses antes da concepção e continue até a 12ª semana de gestação”, afirma a ginecologista Anaglória Pontes, professora do Departamento de ginecologia de obstetrícia da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”.
Não tomar suplemento de vitamina D
Uma pesquisa feita pela Universidade de Queensland, na Austrália, descobriu que baixas quantidades de vitamina D no organismo da gestante aumentam o risco do bebê desenvolver autismo.
Por isso, converse com seu ginecologista sobre a possibilidade de tomar suplementos de vitamina D durante a gestação.
Menos de um ano entre gestações
Uma pesquisa publicada na revista científica Pediatrics descobriu que um curto espaço entre as gestações, especialmente quando a mulher engravida em um espaço de tempo menor de um ano após a gravidez, aumenta o risco de autismo no bebê.
Por isso, é importante esperar pelo menos seis meses após o parto para começar a tentar a segunda gravidez.
Atenção às frutas e verduras
É muito importante comer frutas e verduras durante a gestação. Contudo, é essencial lavar MUITO BEM esses alimentos antes do consumo e se possível optar pelas versões orgânicas.
Lavar bem as frutas e verduras reduz as concentrações de agrotóxicos. O consumo em excesso de agrotóxicos na gestação pode favorecer o risco de autismo nos bebês.
Comer muitas comidas prontas congeladas e outras fontes de BPA
Sabe aquela deliciosa lasanha congelada? Melhor não abusar. Isto porque estes alimentos congelados costumam conter Bisfenol A em suas embalagens. O Bisfenol A (BPA) é um composto utilizado na fabricação de policarbonato, um tipo de resina usada na produção da maioria dos plásticos.
Uma pesquisa realizada por Rowan University School of Osteopathic Medicine (RowanSOM) e Rutgers New Jersey Medical School (NJMS) foi o primeiro realizado em seres humanos a comprovar que de fato existe uma relação entre autismo e BPA.
Os pesquisadores analisaram 46 crianças com autismo e descobriram que elas possuem problemas para metabolizar o BPA. “Observamos que houve uma relação entre a dificuldade de metabolizar o BPA e crianças com autismo. Ainda é necessário pesquisar muito mais sobre o assunto para entendermos se o consumo de BPA realmente favorece os casos de autismo. Mas já podemos orientar que o BPA deve ser evitado por gestantes e bebês”, disse o autor do estudo Peter Stein da RowanSOM.
Saiba como evitar a exposição ao BPA
1 – Use mamadeiras e utensílios BPA free para os bebês.
2 – Jamais esquente no microondas bebidas e alimentos acondicionados no plástico. O bisfenol A é liberado em maiores quantidades quando o plástico é aquecido.
3 – Evite levar ao freezer alimentos e bebidas acondicionadas no plástico. A liberação do composto também é mais intenso quando há um resfriamento do plástico.
4 – Evite o consumo de alimentos e bebidas enlatadas, pois o bisfenol é utilizado como resina epóxi no revestimento interno das latas.
5 – Evite pratos, copos e outros utensílios de plástico. Opte pelo vidro, porcelana e aço inoxidável na hora de armazenar bebidas e alimentos.
6 – Descarte utensílios de plástico lascados ou arranhados. Evite lavá-los com detergentes fortes ou colocá-los na máquina de lavar louças.
7 – Caso utilize embalagens plásticas para acondicionar alimentos ou bebidas, evite aquelas que tenham os símbolos de reciclagem com os números 3 e 7 no seu interior e na parte posterior da embalagem. Eles indicam que a embalagem contém ou pode conter o BPA na sua composição.”
Exposição ao cigarro e bebidas alcóolicas
Não fumar e evitar o fumo passivo durante a gestação pode contribuir para a prevenção do autismo no bebê. O consumo de bebidas alcoólicas durante a gestação também foi associado a maior risco de autismo no bebê, então, mais um motivo para não beber durante a gravidez.
Fonte consultada:
Autism Speaks, ONG dos Estados Unidos dedicada aos estudos sobre prevenção e tratamento do autismo.