Remédio usado por muitas grávidas causa má formação de mais de 4 MIL bebês
Medicamento indicado para casos de epilepsia e transtorno bipolar pode causar sérios problemas no bebê
O medicamento valporato de sódio, usado para o tratamento da epilepsia e também do transtorno bipolar foi responsável por mais de 4 mil casos de bebês que nasceram com má formações severas. E isto apenas na França.
O levantamento foi feito pela Agência Nacional Francesa para Segurança dos Medicamentos e foram analisados casos desde 1967 de gestantes que tomaram este remédio.
As má formações causadas pelo valporato de sódio são: espinha bífida, condição em que a espinha não se forma adequadamente e má formações no coração e também nos órgãos genitais.
O risco de autismo e de problemas no desenvolvimento também aumentam quando a gestante ingere este medicamento.
Outros estudos feitos na Europa haviam observado que o valporato leva a má formação do bebê em cerca de 30 a 40% das vezes em que ele é ingerido na gestação.
Já se sabia que o valporato na gravidez poderia aumentar os riscos de má formação do bebê. Porém, este estudo do governo francês mostra o quão grave este medicamento pode ser.
O estudo também vai de acordo com o que muitas mães que usaram este medicamento na gravidez já afirmavam: os riscos são muito maiores do que se imaginava. “O número de vítimas é imenso e nós não fomos suficientemente informadas, nem pelo fabricante e nem pelos médicos, sobre os riscos que este remédio poderia causar para nossos bebês”, afirma Marine Martin, presidente da APESAC, associação das famílias que foram afetadas por esse medicamento. Marine tem dois filhos, um menino e uma menina, e os dois nasceram com má formações porque ela tomou o valporato na gestação.
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, ANVISA, afirma que o valporato não deve ser usado para o tratamento de gestantes, a não ser que outros tratamentos tenham falhado no controle adequado dos sintomas. E que este medicamento só pode ser utilizado por gestantes após avaliação médica.
Contudo, diante das últimas descobertas, há quem defenda que o uso deste medicamento por grávidas seja ainda mais restrito. “Agora está claro que este remédio NÃO deve ser dado para as gestantes de maneira nenhuma”, afirmou Gerard Bapt, membro da Agência Nacional Francesa para Segurança dos Medicamentos em entrevista ao jornal britânico DailyMail.