Paulo Gustavo não está sozinho, cada vez mais casais homoafetivos buscam os Estados Unidos para se tornarem pais, mas não é barato
Recentemente, o comediante Paulo Gustavo e seu marido, o médico Thales Bretas, anunciaram que em breve serão pais de gêmeos que vão nascer via barriga de aluguel nos Estados Unidos.
E eles não são os únicos a buscar esta opção. Cada vez mais casais homoafetivos e também solteiros e casais heterossexuais com dificuldades para conceber optam pela barriga de aluguel nos Estados Unidos.
Existem inclusive clinicas americanas que são especializadas nisso e prestam atendimento em português para brasileiros, como a Clínica Ser Papai em Miami.
Estas pessoas acabam optando pela barriga de aluguel nos Estados Unidos devido à maior facilidade para realizar todo o processo. Enquanto no Brasil a barriga de aluguel não pode ser remunerada, por isso é chamada de barriga solidária. E ainda é necessário que haja parentesco entre a gestante e aqueles que buscam serem pais, nos Estados Unidos qualquer mulher pode ser barriga de aluguel para outra pessoa e/ou casal e ela pode ser remunerada por isso.
Contudo, o valor para ter um filho por meio de barriga de aluguel nos Estados Unidos é ALTO. Bem alto. De acordo com informações dadas por algumas das clínicas especializadas aos jornais Folha de S. Paulo e Estado de S. Paulo todo o processo para se ter filho por meio de barriga de aluguel nos Estados Unidos, que inclui fertilização in vitro, o pagamento da mulher que será barriga de aluguel, entre outros gastos, custa cerca de 300 MIL REAIS.
O diretor do Ser Papai em Miami, o médico pediatra Wladimir Lorentz, diretor do programa, explicou em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o motivo do alto valor, que inclusive é maior do que muitos outros países onde a barriga de aluguel é permitida. Veja o que ele disse:
“O processo de fertilização in vitro (FIV) requer um investimento tanto emocional quanto financeiro, e que não tem garantias. Por essa razão, é importante que os indivíduos e casais que optam por esse recurso e outras tecnologias de reprodução assistida busquem por um especialista, que pode oferecer os melhores resultados clínicos e taxas de sucesso com base nos últimos avanços da infertilidade e da embriologia. O método utilizado pela Conceptions Florida, clínica que responde pelo tratamento da FIV da Ser Papai em Miami, dispõe de tecnologia chamada LifeAire, que aumenta as taxas de gravidez em 20%, diminuindo chances de aborto. Além disso, nossa localização em Miami permite oferecer uma diversidade cultural e étnica de opções para casais heterossexuais e homossexuais ao selecionar doadores de óvulos e espermatozoides, bem como suplentes. As taxas de sucesso são elevadas.
O médico também explicou que outro ponto positivo do estado da Flórida, Estados Unidos, são “as leis favoráveis, cobertura de seguro adequada e um extenso processo de seleção e rastreio que fazem da Flórida um local ideal para a seleção de um substituto. No Brasil, como em muitos outros países, regem legislações que limitam o acesso de pacientes a serviço de FIV, especialmente quando envolve o uso de útero de substituição (barriga de aluguel). Para grupos específicos, como casais homoafetivos, essas leis tornam quase impossível realizar o sonho de ter um filho”.
O médico ainda explicou como funciona o dia a dia da gestação da mulher que está sendo barriga de aluguel. Segundo ele, os pais não precisam ficar nos Estados Unidos durante toda a gestação. “Uma vez que o esclarecimento médico e o tratamento necessários estão completos, os pais pretendidos podem retornar ao seu país. Normalmente, eles voltam para o parto”, diz. De acordo ainda com ele, nos EUA, quem faz barriga de aluguel recebe uma média de 30 mil dólares, cerca de 94 mil reais. “Outros fatores podem resultar em um aumento da quantidade de compensação, incluindo a gestação gêmea, parto cesárea, etc. A mãe recebe a sua compensação durante a gravidez por meio de uma conta criada por um advogado de confiança, para evitar a apropriação indevida de fundos”, concluiu o pediatra Wladimir Lorentz, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.