Fernanda Rodrigues desabafa sobre doença misteriosa de seu bebê
A atriz Fernanda Rodrigues estava nos Estados Unidos quando Bento começou a apresentar uma tosse estranha
A atriz Fernanda Rodrigues passou por uma situação muito difícil quando foi para a Disney, nos Estados Unidos, acompanhada da família. Durante a estadia na Disney, o filho caçula de Fernanda, Bento de apenas 10 meses, começou a ter uma tosse estranha e falta de ar, que depois ela veio saber que se tratava do Crupe, doença viral que afeta o sistema respiratório. Mas até descobrir isso e receber o tratamento adequado, Fernanda e seu bebê passaram por uma situação terrível nos Estados Unidos. Veja o relato que Fernanda fez em seu blog sobre o que ocorreu e depois saiba mais sobre o Crupe, doença que afeta principalmente bebês e crianças pequenas:
“Os dias são lindos e felizes na Disney. Mas hoje queria falar sobre os dias difíceis que vivemos lá.
Resolvi dividir com vocês porque talvez ajude alguém em alguma situação dessas. Na verdade eu espero que ninguém nunca passe por isso…mas…vamos lá.
Estávamos na primeira semana de uma viagem de férias em Orlando com os filhos. Fomos preparados para um frio enorme, afinal de contas, é inverno.
Chegamos e estava muito calor. Todos os casacos ficaram guardados na mala.
Fomos a semana toda de short e regata passear, parecia verão…
De repente de um dia pro outro, acordamos e estava 2 graus! Oi?
Isso mesmo!!!! A temperatura caiu completamente e de repente.
Se a gente sente uma coisa dessas imagina as crianças. No mesmo momento começou uma tosse e um mal-estar em todo mundo que estava na viagem com a gente.
Mas o que mais sentiu foi o Bento, nosso filho (de 10 meses).
Ele começou a respirar estranho e a tossir com um barulho que parecia um cachorro latindo. Não era uma tosse normal, seca ou com secreção…a gente conhece tosse! Era uma coisa muito estranha, um barulho que parecia aquele macaquinho que a gente tinha quando era criança, Murph, quem lembra?
Eu fiquei intrigada, mas até ai tudo bem.
Não levamos ele para passear nesse dia, pois pensei ser uma gripe e achamos melhor deixá-lo em casa.
Mas o coração de mãe não falha e eu comecei a ficar preocupada com ele e resolvi voltar pra casa.
Quando chegamos ele tinha piorado muito, a tosse aumentando e de repente começou a faltar o ar. Ele respirava e o ar não vinha!!
Que desespero!
Liguei pra uma amiga que mora em Orlando e tem dois filhos (mãe sempre lembra de outra mãe nessas horas) e ela me indicou ir num hospital de crianças. Um pouco distante, mas que seria mais eficiente.
Lá fomos nós, muito nervosos com o bichinho sem ar dentro do carro.
Chegamos no hospital 40 minutos depois (se chama Arnold Palmer Childrens Hospital) e ele já estava roxo.
Entrei desesperada com ele no colo enquanto o marido estacionava o carro.
Não vinha uma palavra em inglês na minha cabeça! Um bloqueio de nervoso que nunca imaginei ser possível!
Não falo inglês fluente, mas me viro bem! Nesse momento não vinha nenhuma palavrinha…Tilte completo no cérebro.
A moça da recepção me deu um papel e eu escrevi o nome dele e a data de nascimento. Só.
Rapidamente já fomos atendidos por uma enfermeira que começou os primeiros socorros, depois nos encaminharam pra um quarto, explicamos tudo pra médica, o Bento foi se acalmando, nós também…
A médica já no início da conversa nos disse que ele tinha “Croup” . Sem nem examinar muito. Ou seja, desde o início já descobri que era uma coisa comum aqui esse tal de “Croup”.
Fizeram uma nebulização com algum tipo de remédio, ele foi voltando ao normal, recuperando o ar e nós o nosso…
Eles nos explicaram o que seria o tal do Croup: uma inflamação nas vias respiratórias, que normalmente se dá por vírus. Isso gera uma dificuldade na laringe e traqueia de respirar, to falando de maneira bem leiga mesmo, os ternos técnicos não ser dizer, e isso também é desesperador. Eles falavam os termos em inglês e nós íamos no tradutor pra tentar entender melhor as palavras.
Se já é difícil ver seu filho nessa situação no seu país imagina num outro com as pessoas explicando as coisas em outra língua? Nossa senhora…
Continuando, eles fizeram a inalação com epinefrina e deram um remédio (que chamam de esteroide, que é a corticoide). E um pra febre, muita febre. Tipo 40 graus.
Com tudo mais calmo, umas 3 horas depois, a médica veio e disse:
“Bom pessoal, Bento já está melhor, podem voltar pra casa. Se ele tiver febre, Tylenol. Ok? Bye”
Mas….moça, pelo amor de deus! E um remédio pra isso que ele tem? Não?
E ela respondeu: “Não. Aqui não damos remédio pra dar em casa. Vai embora e coloca ele no “fresh air”, do lado de fora de casa mesmo ou abre a porta da geladeira/freezer e deixa ele respirando um pouco lá! É virose, tem um ciclo, vai passar… Se ele piorar você volta.”
Entendeu?
Gente, que desespero!!!
Fomos embora tensos com o bebê com muita dificuldade de respirar e com aquela tosse bizarra.
Sempre em contato com a pediatra no Brasil que também ficou um pouco de mãos atadas porque não pode receitar nada de longe. (aqui eles não vendem nada sem receita médica, nem soro fisiológico)
Ele ficou melhor…durante 2 horas.
À noite foi um pesadelo, acordava sem conseguir respirar direito o tempo todo.
Quando acordamos, ele estava com aquela tosse cada vez mais forte e de repente foi ficando sem respirar, o ar não entra, e ele foi ficando vermelho e roxo e…..
Saímos correndo para o hospital de novo.
Já cheguei chorando…não conseguia parar de chorar.
Ok. Atenderam a gente de novo no mesmo processo da primeira vez….
Tudo igual.
Inalação, esteroides, remédio…
Ele foi melhorando.
Passava um tempo ele ficava nervoso começava a chorar e lá vinha uma crise de falta de ar de novo.
Meu deus, que desespero gente!
Eu tava tão arrasada que a médica pediu um serviço de tradutor. É assim: você fica com um telefone no ouvido e ela também, ela fala em inglês pra um cara, ele traduz pra mim o que ela falou eu respondo em português pra ele e ele traduz pra ela em inglês. E assim conversamos durante um tempo.
Esse serviço você pode solicitar na sua entrada no hospital, mas óbvio que ninguém sabe. Só nesse caso de desespero e quando alguém tem a boa vontade de ajudar uma mãe aflita.
Entendi melhor os termos técnicos do que ele estava tendo e das medicações que ele estava tomando.
Insisti pra que ela fizesse alguma coisa que fosse mais contínua e ele melhorasse e não que ela mandasse ele pra casa daquele jeito…
Não há o que fazer. Entendi nas duas línguas isso!
Aqui eles agem de forma diferente da nossa e temos que entender isso, né?
E lá fomos nós embora pra casa de novo. Com a sensação de impotência de não poder fazer nosso filho ficar bem e ter que passar por isso sabe lá deus quanto tempo.
Comecei a falar com várias pessoas que conheço pra ver se alguém tinha um remédio que a pediatra do Brasil disse que melhoraria muito a situação. (O nome do remédio é Predsim, nunca mais viajo sem! Consulte seu médico). Uma santa alma tinha.
Até que a médica da amiga que indicou o hospital sugeriu uma pediatra brasileira.
Gente. Sério.
Meu coração se encheu de uma força saber que alguém ia fazer alguma coisa pelo meu filho.
Marcamos uma consulta no dia seguinte cedinho.
Lá fomos nós. O bichinho mal de novo.
Na consulta conhecemos Dra. Flavia Fioretti. Eu nem sei dizer o alívio que eu senti já na hora que ela abriu a porta e disse:
“Oi Bento! Vamos fazer você melhorar tá?”
Ôoooh Dra, você pegou meu coração, fez um carinho nele e colocou de volta.
Ela examinou, explicou tudinho na nossa Língua, tirou todas as nossas dúvidas e entendemos que o tratamento do hospital uma hora até ia melhorar, mas ele ia ficar sofrendo (e nós também ) alguns dias.
Então ela começou um novo tratamento. Com uma regularidade, tomando remédio de tanto em tanto tempo, nebulizando (a clinica dela emprestou o nebulizador, já que aqui eles não vendem em lugar nenhum).
Enfim, voltamos pra casa, começamos o tratamento que ela passou e assim ele foi melhorando aos poucos….
A febre foi espaçando até acabar, a respiração foi melhorando, nós fomos nós acalmando e nosso pequeno foi voltando ao normal…
Ufa. Que alívio pessoal.
Com isso adiamos nossa volta em 1 semana. Pra que ele ficasse bem pra viajar de avião, como indicou a Dra Anja.
E chegou a hora de voltar pra casa.
Com o coração calmo, com a família unida e saudável”.
Veja as conclusões que Fernanda Rodrigues tirou desta experiência difícil no restante do post aqui.
Entenda o Crupe
O crupe é uma infecção viral contagiosa dos canais respiratórios superiores que provoca dificuldade em respirar, sobretudo ao inspirar. O crupe pode ser causado por muitos vírus diferentes. No Outono, o vírus parainfluenza é a causa mais provável. Com menor frequência, o crupe pode ser causado pelo vírus do sarampo ou por outros vírus, como o sincicial respiratório ou o da gripe, sobretudo durante o Inverno e a Primavera. O crupe afeta principalmente crianças entre os 6 meses e os 3 anos de idade, embora ocasionalmente afete crianças mais pequenas ou as mais velhas. O crupe provocado pelo vírus da gripe pode ser particularmente grave e ocorre com maior frequência nas crianças entre os 3 e os 7 anos de idade. A doença costuma transmitir-se ao respirar microgotas transportadas pelo ar que contêm o vírus ou então através do contato com objetos infectados.
Sintomas e diagnóstico
A infecção inflama a membrana que reveste os canais respiratórios, pelo que estes se estreitam e torna-se difícil respirar. A dificuldade ao inspirar, juntamente com a tosse forte e a rouquidão, costuma manifestar-se primeiro à noite. A dificuldade em respirar pode acordar a criança. A respiração é acelerada e profunda e metade das crianças tem febre. O estado da criança pode melhorar pela manhã mas voltar a piorar à noite. A doença normalmente dura entre 3 e 4 dias. O crupe recorrente denomina-se crupe espasmódico. A alergia pode ser uma das causas do crupe espasmódico, mas normalmente começa com uma infecção viral. O médico reconhece o crupe pelos seus sintomas característicos.
Tratamento
A criança que contrai crupe ligeiro pode ser tratada em casa. É colocada numa posição cômoda, assegurando que ingira muitos líquidos. Também é necessário o descanso porque a fadiga e o choro podem piorar a doença. Os humidificadores de uso doméstico (por exemplo, vaporizadores de frio) podem reduzir a secura dos canais respiratórios superiores e facilitar a respiração. A humidade pode ser rapidamente aumentada deixando aberta a água quente do chuveiro para criar vapor no banho. No caso de dificuldade respiratória aumentar ou se manter, a frequência cardíaca acelerar ou a pele adquirir uma cor azulada ou se desidratar, a criança deve ser hospitalizada.
Já no hospital, pode ser administrado oxigênio. Um médico pode prescrever um esteroide para os casos mais persistentes. Raramente, um caso mais grave pode necessitar de internação hospitalar.
Medicamento que dilatam as vias respiratórias também podem ser indicados. Estes medicamentos podem ser utilizados para facilitar a respiração da criança.
Fonte consultada:
Manual MSD