Mãe desabafa após perder quíntuplos: ‘Estou com coração despedaçado’
Carla Oliveira engravidou de quíntuplos naturalmente, mas acabou perdendo seus bebês após um parto muito prematuro
Carla Oliveira, 24 anos, e o marido Luciano Gomes, 40 anos, estavam vivendo um momento de grande alegria. Um ano após perderem seus filhos gêmeos no parto, Carla estava grávida de quíntuplos! O caso foi considerado muito raro, pois Carla engravidou naturalmente.
Porém, infelizmente, com 23 semanas de gestação, Carla entrou em trabalho de parto. E por terem nascido extremamente prematuros, os cinco bebês não resistiram e faleceram. Dois morreram logo após o parto e três faleceram um dia depois, no último sábado, 15.
Agora, Carla concedeu a primeira entrevista sobre esta difícil perda ao portal UOL. “A gente não quer acreditar. Mas esse é o momento em que temos que agir mais com a cabeça e não com o coração. Tem que brigar com a gente mesmo. Tem hora que me dá um desespero, mas eu falo ‘não, era para ser assim’. Eu estou passando forças para mim mesma, porque se não for assim a gente enlouquece, entra em depressão e se descabela”, disse Carla em entrevista ao UOL.
Carla também falou sobre o que levou a perda de seus filhos. “O motivo da perda foi porque entrei em trabalho de parto prematuramente. Pela quantidade de bebês, meu corpo estava vendo como se já estivesse com nove meses de gestação. Comecei a ter contrações, como se já fosse a data certa de parto”, afirma.
Quando entrou em trabalho de parto, Carla estava no hospital, mas apenas para um tratamento clínico. “Em nenhum momento passou pela minha cabeça ou pela do médico que eles poderiam nascer tão rápido. Na sexta-feira, às 19h, a médica passou lá, olhou, falou que estava tudo bem e que conseguiríamos ganhar mais uns dias. Mas às 22h eu comecei a entrar em trabalho de parto”.
Os médicos tentaram dar medicações a Carla para que as contrações parassem, mas não adiantou. “Então o médico fez o toque e notou que os bebês já estavam saindo. Pelo pouco tempo de gestação, eles não tinham capacidade para sobreviver fora da barriga”, afirmou Carla.
Durante o parto haviam cinco pediatras, um para cada bebê, quatro obstetras e um anestesista. Mesmo assim, os pulmões dos bebês ainda estavam fracos demais e eles não resistiram.
“É um sentimento de perda, uma tristeza enorme. Ainda mais seguido de outra perda, um ano atrás, e na mesma época de gestação. Na outra gravidez foi com 22 semanas e essa com 23. Eu já estava um pouco receosa, porque estava chegando próximo à época em que eu tinha perdido. Daí aconteceu isso. Estou com o coração despedaçado. Não tem nem explicação. Mas eu tenho muita fé em Deus e acredito que todo mundo tem uma missão aqui na Terra. No dia em que a gente a realiza, morre. Acredito que a missão deles foi realizada. Foi o tempo que eles ficaram na barriga, foi o amor. Eles eram as crianças mais desejadas na vida de qualquer pessoa da família. Eles uniram a família e eu e meu esposo, que já éramos unidos, ficamos ainda mais próximos durante a gravidez”, contou Carla.
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