A menina foi morta em Teresópolis pelo próprio padrasto e a mãe sabia do crime
Foram presos nesta sexta-feira (16) por policiais da 110ª DP de Teresópilis, o casal Janoir Martins Custódio e Raiane de Oliveira Gonçalves. A prisão foi feita pelo crime de ocultação de cadáver.
A prisão dos dois aconteceu após terem sido encontrados os restos mortais da menina Mikaelly de Oliveira Ribeiro, que tinha 1 ano e sete meses quando foi morta em agosto do ano passado.
Os restos mortais foram encontrados no quintal de uma casa na Rua Beira Rio, em Teresópolis, Rio de Janeiro. O padrasto Janoir Martins foi acusado de ter matado e enterrado o corpo da menina. Já a mãe da bebê, Raiane, sabia do crime e disse à polícia não ter denunciado o companheiro por ter sofrido ameaças.
De acordo com o delegado Diogo Schettini, os policiais militares receberam denúncias sobre o crime. Ainda segundo a polícia, Raiane foi ouvida e afirmou, inicialmente, que conhecera Janoir pela rede social e concordou em ir morar com ele em Teresópolis, saindo assim de sua cidade, Juiz de Fora, em Minas Gerais.
Ela também relatou que Janoir a agredia, bem como sua filha, e a mantinha em cárcere privado. De acordo com Raiane, no dia 4 de agosto do ano passado, Janoir espancou impiedosamente sua filha, matando-a e enterrando o corpo na casa onde moravam em Teresópolis.
À polícia, Raiane alegou que não fez contato com as autoridades porque Janoir ameaçou-a de morte caso o fizesse. A mulher, apesar de não saber apontar o endereço da casa onde a menina fora enterrada, forneceu duas informações que viabilizaram a localização da residência.
A tia de Raiane, Pâmela Mara Ferreira, que mora em Juiz de Fora, afirmou que a jovem saiu de casa em julho do ano passado para viver como Janoir e levou a filha. Raiane fazia contatos com a família por telefone e sempre dizia que a estava tudo bem. Até que ela parou de fazer contato por vários meses. No dia 13 de fevereiro, Raiane ligou e disse que a menina tinha morrido no dia 4 de novembro devido a um derrame cerebral.
— O mais estranho é que durante um período, sempre que ela ligava, a gente pedia para falar com a Mikaelly e ela colocava a menina ao telefone. Só que a bebê sempre repetia as mesmas palavras. Agora, acreditamos que era uma gravação — disse Pâmela.
Com base na data da morte de Mikaelly, Pâmela diz que a menina foi assassinada dias depois de ser levada para viver em Teresópolis. A mãe durante todo esse tempo teria mantido a farsa.
O delegado também explicou que foram mobilizados policiais para encontrar a casa, e após diversas diligências foi possível localizar a residência onde o corpo da criança fora enterrado. Após o trabalho dos bombeiros, foram localizados os restos mortais da criança e realizada perícia. Após isso foram localizados Janoir e Raiane. Após uma série de interrogações, o casal confessou o crime e a ocultação de cadáver.
O delegado também informou que vai pedir a prisão preventiva do casal, em razão dos indícios do homicídio, e ainda será apurada eventual participação dos demais moradores da casa.