Mãe fala da dor de perder gêmeos com 37 semanas

Tudo corria bem na gestação de Jaqueline Hoy até que seus gêmeos pararam de se mexer na barriga
Quando a mamãe Jaqueline Hoy e seu marido descobriram que estavam esperando seus terceiro e quarto filhos, eles ficaram muito surpresos! Nenhum dos dois tinham casos de gêmeos na família e agora eles seriam pais de dois meninos gêmeos idênticos! Logo, o casal, que já eram pais de dois meninos com 8 e 2 anos, começou a fazer planos para receber os gêmeos da melhor forma possível.
De acordo com Jaqueline, correu tudo bem durante a gestação. Sua gravidez era considerada de risco por se tratarem de gêmeos, mas tirando esta questão, Jaqueline e os bebês estavam saudáveis e muito bem.
O casal decidiu chamar seus gêmeos de Henry e William e em todas as visitas ao médico os bebês pareciam saudáveis. Porém, quando Jaqueline acordou uma manhã quando já estava com 37 semanas de gestação, sentiu que algo estava errado. “Eu tinha visto os bebês dois dias antes no ultrassom e eles estava chutando e super bem. Não havia nenhuma indicação de que acabaria da forma como acabou. Mas quando eu acordei naquela manhã de uma segunda-feira notei que os bebês não estavam mexendo. Eu bebi um copo de água e deitei de lado para ver se eles se mexiam e nada. Então, eu senti muita vontade de vomitar. Liguei para a ambulância na hora”, recorda-se Jaqueline em entrevista ao portal POPSUGAR.
Quando chegou ao hospital, Jaqueline foi avaliada por uma enfermeira, naquele momento ela não estava muito preocupada quando a enfermeira teve dificuldades para ouvir os corações porque isto realmente é mais difícil quando se tratam de gêmeos. Porém, quando o ginecologista obstetra chegou, a situação mudou. Ele examinou Jaqueline e então deu a notícia devastadora: Henry havia morrido. “Eu senti como se eu estivesse presa em um pesadelo e precisava acordar, mas não conseguia escapar”, recorda-se Jaqueline.
O médico viu que o coração de William ainda estava batendo, então ela foi encaminhada para uma cesárea de emergência. “Eu me lembro de estar deitada em uma mesa, cercada pelo que pareciam ser 30 pessoas, elas falavam que estava tudo bem e que eu tinha que continuar respirando. Mas o que eu queria mesmo era gritar, fazer essa dor dentro de mim parar”, contou Jaqueline.
Quando começou a acordar do procedimento, a primeira coisa que Jaqueline ouviu foi o choro de seu marido. Imediatamente ela entendeu o que havia ocorrido e não queria mais abrir os olhos. Ela sabia que William também não tinha resistido e morreu. “A semana que se seguiu a morte dos meus gêmeos foi cheia de dúvidas e muita dor. Meu coração estava completamente partido. Eu me lembro que uma vez uma pessoa me disse: ‘você não vai saber o que é amor até você ter um filho’. Eu concordo com isso. Mas eu posso te garantir que você também só saberá o que é ter um coração partido quando você perde um filho”,
Desde esta perda devastadora, Jaqueline afirma que cada dia tem sido muito difícil. “Meu corpo não entendeu que eu havia perdido meus bebês, então ele passou por todo o processo de um pós-parto, estou me recuperando da cesárea e meu corpo produziu leite, só que eu não tinha meus bebês para amamentar”, lamentou Jaqueline.
Os médicos diagnosticaram a morte de Henry como inexplicável e disseram que William acabou falecendo porque os irmãos compartilhavam uma placenta. Passaram-se três meses desde o falecimento dos gêmeos e a família ainda tenta se recuperar destas terríveis perdas. “Alguns dias meu marido me dá forças, em outros dias eu dou força para ele. Descobrimos que temos que ser honestos sobre nossos sentimentos”, disse Jaqueline.
Jaqueline se tornou membro de uma organização que busca entender e prevenir a morte de bebês na gestação. “Espero que ao compartilhar minha história eu possa trazer maior atenção a este assunto e talvez mais pesquisas capazes de evitar que isso ocorra novamente”, conclui Jaqueline.