A incrível história Dra. Virginia Apgar, inventora do Teste de Apgar
Toda mãe de bebê conhece o Teste Apgar, mas quase ninguém sabe a história de quem o inventou
Uma das primeiras informações que os pais recebem sobre a saúde de seu recém-nascido é a nota do Teste de Apgar. Muitos inclusive se lembram por toda a vida da nota que seu pequeno recebeu neste teste.
O teste de Apgar é feito no primeiro e no quinto minuto após o nascimento. Nele é avaliada a condição do bebê. Os pontos levados em consideração são: respiração, frequência cardíaca, tônus muscular, cor e irritabilidade reflexiva.
A nota do teste de Apgar varia de 0 a 10. Sendo que de 8 a 10, que ocorre com cerca de 90% dos recém-nascidos, significa que o pequeno nasceu em ótimas condições. Nota 7 representa que houve uma leve dificuldade. Já notas de 6 a 4, traduzem dificuldade de grau moderado e de 0 a 3, dificuldade grave.
Mas, você sabia que o teste de Apgar foi inventado por uma mulher e em uma época onde pouquíssimas delas exerciam a medicina? A médica anestesiologista norte-americana Virginia Apgar foi quem criou o teste de Apgar em 1952. E graças a ela, milhões de vidas de bebês foram e ainda são salvas em todo o mundo!
Contudo, para conseguir criar o teste de Apgar e ajudar bebês e gestantes de muitas outras formas que você verá a seguir, a médica Virginia Apgar teve que batalhar muito!
Virginia Apgar começou a cursar medicina na Universidade de Columbia em 1929, logo quando começou a Grande Depressão nos Estados Unidos. Mesmo com grandes dificuldades financeiras, ela conseguiu se formar medicina em 1933.
Após sua formatura, Virginia estava determinada a se especializar em cirurgia geral. Ela passou com altas notas para a residência em cirurgia na Universidade de Columbia. Contudo, o médico responsável por essa área na universidade, Dr. Alan Whipple, a desencorajou a seguir este caminho.
Dr. Whipple fez isto por dois motivos: primeiro, todas suas alunas mulheres que se tornaram cirurgiãs não haviam tido sucesso na área. E ele também sabia que a área de anestesia precisava de grandes inovações e melhorias e por reconhecer a grande inteligência da Dra. Viriginia, Dr.Whipple acreditava que ela era a pessoa ideal para esta área.
Virginia Apgar então concluiu a especialização em cirurgia em 1937, mas decidiu se tornar anestesiologista. Contudo, esta área ainda não era reconhecida como uma especialidade médica e era vista com desprezo pelos outros médicos. Então, Virginia teve grandes dificuldades para conseguir fazer uma especialização.
Ela conseguiu passar um ano treinando com dois grandes anestesiologistas e retornou para a Universidade de Columbia para trabalhar como diretora da divisão de anestesiologia. Apesar do seu cargo de grande importância, Apgar teve dificuldades para contratar pessoas para trabalhar com ela. Isto porque, como já foi mencionado, a anestesiologia era considerada uma área de menor importância da medicina e assim os salários também eram bem menores.
Então, por anos Virigina foi a diretora e também o único membro da divisão de anestesiologia da Universidade de Columbia. Somente em 1946 a anestesiologia começou a ser reconhecida como uma especialidade médica e a residência passou a ser necessária para praticá-la. E então em 1949, quando esta área já recebia maior reconhecimento, a Dra. Virigina Apgar se tornou a primeira professora mulher da Universidade de Medicina de Columbia.
Foi nesta época que a Dra. Virginia começou a estudar os efeitos da anestesia dada na mãe durante o parto. Ela passou a analisar quais eram as consequências desta anestesia nas mães e nos bebês. E então ela criou o Teste de Apgar. Este foi o primeiro método padronizado para avaliar a transição do recém-nascido para a vida fora do útero.
O Teste de Apgar foi apresentado oficialmente em um congresso médico de 1952 e publicado em uma revista científica em 1953. Logo, ele passou a ser usado em todo mundo e a salvar a vida de milhões de bebês.
E após um estudo feito com mais de 17 mil bebês, a Dra. Virginia Apgar elaborou o Teste de Apgar como conhecemos hoje.
E as contribuições da Dra. Virginia Apgar para as mães e seus bebês não parou por ai! A partir de 1959, ela se dedicou à prevenção da má formação do bebê através da educação pública e angariação de fundos para pesquisa. Ela se tornou a diretora da divisão de defeitos congênitos da Fundação Nacional para Paralisia Infantil dos Estados Unidos e recebeu muitas honras e prêmios por seu trabalho. Incrível né?
Curiosamente, apesar de toda sua contribuição na vida das mães e seus bebês, a Dra. Virginia Apgar nunca se casou ou teve filhos e faleceu em 1974.
Fonte consultada:
Biblioteca de Saúde do Governo dos Estados Unidos