Conjuntivite em recém-nascido: causas e tratamento
A conjuntivite em recém-nascidos é muito grave e pode deixar o bebê cego, saiba como prevenir e tratar o problema
A conjuntivite em recém-nascidos ocorre quando a mãe está infectada com as bactérias gonococo e Chlamydia trachomatis, que são adquiridos por meio da relação sexual e causam gonorreia e clamídia. “Na mulher, essas bactérias podem iniciar um processo infeccioso no colo do útero e, se entrarem em contato com os olhos do bebê no momento do parto normal, podem causar conjuntivite bacteriana. O problema também pode ocorrer quando o pequeno nasce por meio da cesárea, isto porque em alguns casos, quando há ruptura da placenta, existe a chance de microorganismos subirem e contaminarem os olhos do bebê”, explica o pediatra e neonatologista Jorge Huberman.
Este problema é muito grave e os bebês que adquirem a conjuntivite causada pela gonococo, bactéria da gonorreia, podem ficar cegos em questão de horas.
Prevenção e tratamento
A prevenção da conjuntivite causada pelas bactérias gonococo e clamídia é feita por meio do nitrato de prata aplicado no máximo até uma hora após o nascimento. “Ele é pingado no olhinho do recém-nascido e o excesso da medicação é removido com gaze. Não se deve lavar os olhos do bebê em seguida. Portanto, não se assuste se o bebê lhe for entregue com olhos e pálpebras ‘manchados’ pela medicação”, explica Huberman.
Algumas vezes, o uso do colírio de nitrato de prata não é 100% eficaz para evitar a conjuntivite. “Algumas clamídias são resistentes. Neste caso é preciso usar o nitrato associado a outros medicamentos”, observa Huberman.
Consequência do uso do nitrato de prata
O uso do colírio de nitrato de prata no recém-nascido pode causar uma conjuntivite química. “Isto leva a uma resposta inflamatória com efeito antibiótico secundário”, conta Huberman.
Muito pediatras e ginecologistas obstetras, inclusive a Academia Americana de Pediatria recomendam o uso do colírio de nitrato de prata em todos os bebês, independente da mãe estar com gonorreia ou clamídia, doenças que causas a conjuntivite bacteriana no bebê.
Contudo, há outros ginecologistas obstetras e pediatras que consideram o uso do colírio desnecessário e invasivo quando a mãe não apresenta gonorreia ou clamídia. Converse com o seu ginecologista obstetra sobre se há ou não a necessidade do uso deste colírio.
Confira quais são os procedimentos desnecessários realizados no recém-nascido após o nascimento e que causam uma série de problemas na saúde deles quando feitos de forma rotineira nesta outra reportagem do portal BebêMamãe.com.