Alergias de gestantes e bebês aos animais de estimação
Saiba quais os cuidados na relação entre gestantes, bebês e animais de estimação para evitar alergias
A relação entre animais de estimação e gestantes ou bebês exige alguns cuidados, especialmente para evitar alergias. Confira uma entrevista com a pediatra e alergista Ana Paula Felgueiras, professora de pediatria na Faculdade de Medicina de Jundiaí, SP, e esclareça suas dúvidas sobre as alergias que os animais de estimação podem causar nas gestantes e bebês e como preveni-los.
BebêMamãe: Existe algum animal de estimação que a pessoa não deva ter ou que seja melhor evitar, por ser considerado clinicamente mais passivo a proliferação de doença alérgica?
Dra. Ana Paula Felgueiras: Geralmente o gato é o animal que mais está relacionado com processos alérgicos respiratórios como asma e rinite e também com alergias dermatológicas como urticária. Porém, qualquer animal doméstico não deve circular no mesmo ambiente da pessoa alérgica evitando assim o desencadeamento das manifestações clínicas da alergia.
BebêMamãe: Quais animais costumam causar menos alergia?
Dra. Ana Paula Felgueiras: Àqueles que não dividem o mesmo espaço que os atópicos, pois estes podem desenvolver alergia para qualquer tipo de animal, basta ter a herança genética para atopia.
BebêMamãe: Uma pessoa que não tem animal de estimação, tem vontade de ter e de repente descobre a gravidez. Recomenda-se esperar quanto tempo para adquirir o bichinho?
Dra. Ana Paula Felgueiras: Depende. Se a gestante for atópica, não seria indicado adquirir um animal neste momento. Pensando no bebê, se os pais apresentam ou apresentaram doença alérgica na infância, deve-se evitar a presença de animais, pois a profilaxia ambiental é uma das principais orientações para tratamento e prevenção das doenças alérgicas.
BebêMamãe: Quais cuidados a mulher que já tem um animal de estimação deve tomar durante a gestação e após o nascimento do bebê?
Dra. Ana Paula Felgueiras: Durante a gestação a mulher que já é atópica pode ter mais quadros alérgicos principalmente rinite e asma devido às alterações hormonais, então o indicado é ter o menor contato possível com o animal, até porque nesta fase não dispomos de muitos medicamentos liberados para o uso durante a gravidez. Para o bebê que vai chegar, sendo filho de mãe atópica, o contato precoce com o animal pode desencadear sintomas respiratórios que podem complicar, evoluindo para infecções já que nessa fase da vida a imunidade está em desenvolvimento.
BebêMamãe: Quais os principais sintomas de que a criança ou o bebê está com alergia ao animal de estimação?
Dra. Ana Paula Felgueiras: Sintomas respiratórios como espirros, coceira no nariz, coriza e obstrução nasal, chiado no peito, tosse, falta de ar e às vezes quadros de urticária.
BebêMamãe: O que fazer para tratar a alergia?
Dra. Ana Paula Felgueiras: Profilaxia ambiental, ou seja, diminuir ao máximo a exposição aos alérgenos no ambiente. Para prevenir e aliviar os sintomas, higiene nasal com solução salina frequente. Já os medicamentos aliviam os sintomas, mas não tratam a doença. É preciso mudar os hábitos e melhorar a higienização do ambiente no qual se permanece a maior parte do dia, diminuindo assim a exposição aos aeroalérgenos.
BebêMamãe: Quais as alergias mais comuns, de pele ou respiratória?
Dra. Ana Paula Felgueiras: Agora no período do outono e inverno as alergias respiratórias são mais frequentes, já no verão, as alergias dermatológicas são mais comuns.
Saiba mais sobre os cuidados que as gestantes que tem gatos precisam ter nesta outra reportagem do portal BebêMamãe.com.