4 benefícios da amamentação que continuam por toda a vida do seu filho
A amamentação proporciona benefícios que vão acompanhar seu filho por toda a vida
Os benefícios da amamentação para o bebê são muitos! Existe uma série de benefícios imediatos, e os principais são a proteção contra doenças, como diarreia, infecções respiratórias e alergias, e o menor risco de morte do bebê.
O leite materno possui nutrientes essenciais para um desenvolvimento mais saudável das crianças e, por isso, é recomendado até os dois anos de idade ou mais. Ele possui todos os nutrientes de que o bebê precisa nos primeiros seis meses de vida e, após esse período, mesmo com a introdução de alimentos complementares saudáveis, o leite continua oferecendo nutrientes essenciais para os pequenos. O que muita gente não sabe é que a amamentação também proporciona benefícios que vão durar por toda a vida do seu filho! Confira a seguir quais são esses benefícios:
Maior inteligência e renda: Uma pesquisa da Universidade de Pelotas, Rio Grande do Sul, que acompanhou 3.5 mil recém-nascidos por três décadas, descobriu que uma criança amamentada por pelo menos um ano obteve, aos 30 anos, quatro pontos a mais de QI (quociente de inteligência) e um acréscimo de R$ 349,00 na renda média.
Esse estudo começou a ser realizado em 1982 e comprovou que, quanto mais duradouro o período da amamentação na infância, maiores os níveis de inteligência e renda média na vida adulta até os 30 anos.
É importante ressaltar que a orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é amamentar até dois anos ou mais e de forma exclusiva nos primeiros seis meses!
Melhor desenvolvimento orofacial: Sugar o peito é um ótimo exercício para o desenvolvimento dos músculos da face da criança, contribui para que ela tenha dentes bonitos, boa respiração e para desenvolver a fala.
Isso acontece porque o exercício que a criança faz para retirar o leite da mama contribui muito para o desenvolvimento craniofacial. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, uma metanálise com 49 estudos concluiu que a amamentação pode reduzir em 68% a má oclusão dental.
Menor risco de obesidade: De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), após análise de uma série de estudos sobre o assunto, pessoas que foram amamentadas têm menor risco de se tornarem crianças e/ou adultos com obesidade ou sobrepeso. Um dos estudos analisados pela OMS constatou que crianças que foram amamentadas têm 24% MENOS chances de se tornarem adultos com sobrepeso ou obesidade quando comparadas às crianças que não foram amamentadas.
Vale lembrar que a obesidade é associada a problemas de saúde como doenças cardiovasculares e diabetes.
Menor risco de câncer: Diversos estudos apontaram que a amamentação está relacionada ao menor risco de a pessoa desenvolver câncer no futuro.
Uma análise de 18 estudos publicada na revista científica Pediatrics descobriu que bebês amamentados até os seis meses de vida ou mais têm 19% MENOS chances de ter leucemia na infância quando comparados a pessoas que não foram amamentadas ou que mamaram por menos de seis meses. A pesquisa contou com a participação de 27 mil crianças.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer infantil é a principal causa da morte de crianças por doenças no Brasil.
Amamentar salva vidas!
Em uma das análises mais detalhadas sobre amamentação, uma série de estudos publicados na revista científica The Lancet, em 2016, revelou que, se ocorresse o aumento da amamentação no mundo inteiro, a morte de 800 mil bebês ao ano poderia ser evitada!
Afinal, a amamentação proporciona uma série de benefícios imediatos para os bebês, como reduzir o risco de morte súbita infantil para mais de um terço e, principalmente em países de baixa renda, amamentar pode reduzir pela metade os casos de diarreia e infecções respiratórias!
Amamentar também pode salvar a vida da mãe
Não é apenas a vida do bebê que a amamentação salva: o ato também pode salvar muitas mamães! Ainda de acordo com os estudos publicados na revista científica The Lancet, 20 mil mortes de mulheres por câncer de mama ao ano poderiam ser evitadas com a amamentação.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia, a cada ano de amamentação, o risco de a mamãe desenvolver câncer de mama diminui de 3 a 4%. “Isso ocorre devido à substituição de tecido glandular por gordura nas mamas. O aleitamento também ajuda a prevenir o câncer de útero e de ovário”, afirma o mastologista Anastasio Berrettini, presidente da Comissão de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM).
Além de todos esses benefícios, a recuperação da mulher após o parto é mais rápida devido à amamentação. Amamentar contribui para que o útero recupere seu tamanho normal, diminuindo o risco de hemorragia após o parto. Até mesmo o risco de a mulher desenvolver diabetes tipo 2 é menor com a amamentação.
Benefícios da amamentação para a sociedade
Os autores do estudo publicado na revista científica The Lancet concluíram que aumentar a amamentação entre bebês menores de 6 meses para 90% nos Estados Unidos, China e Brasil e para 45% no Reino Unido pode reduzir pela metade os custos com tratamentos de saúde comuns (como pneumonia, diarreia e asma) entre os bebês. Assim, seriam economizados 2.45 bilhões de dólares nos Estados Unidos, 29.5 milhões de dólares no Reino Unido, 223 milhões de dólares na China e 6 milhões de dólares no Brasil. Impressionante, não?
Amamentar até dois anos ou mais faz TODA a diferença
Como você viu acima, muitos dos benefícios da amamentação estão ligados à amamentação prolongada, ou seja, até os dois anos de vida do bebê ou mais. E isso não é à toa. A OMS recomenda que a amamentação seja até os dois anos ou mais, sendo de forma exclusiva nos primeiros seis meses de vida da criança.
Após os seis meses de vida, continuar amamentando faz toda a diferença. “A Unicef aponta em estudos que, no segundo ano de vida, 500ml de leite materno fornecem 95% das necessidades de vitamina C, 45% das de vitamina A, 38% de proteína e 31% do total de energia de que uma criança precisa diariamente, e outros estudos mostram que, depois dos 2 anos, o leite materno ainda é uma importante fonte de nutrientes”, conta a médica de família e comunidade Denize Ornellas, membra da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC).