Após 2 meses de mistério, justiça revela quem é a mãe do bebê abandonado no PR
Apesar de veículos de comunicação terem falado sobre a identidade da jovem, a justiça só confirmou a informação agora
Em outubro, um triste caso de um bebê em Cascavel no Paraná comoveu o país. O bebê de um ano e sete meses foi encontrado em uma rua de Cascavel. A princípio acreditou-se que ele havia sido abandonado ou estava perdido. Porém, depois a polícia descobriu que se tratava de um caso de tráfico de crianças.
A mulher que afirmou ter encontrado o menino, Maria Conceição Queiroz, conhecida como Maria Paraguaia, na verdade estava tentando entrega-lo para um casal por meio de adoção ilegal. Maria trouxe o bebê do Paraguai e quando o casal percebeu que se tratava de um caso de adoção ilegal, não quis continuar com o processo e então Maria fingiu que encontrou o bebê abandonado na rua.
Maria Conceição Queiroz, conhecida como Maria Paraguaia, foi autuada em flagrante pela Polícia Federal (PF) por tráfico internacional de crianças no dia 24 de outubro porque além do bebê, na casa dela havia uma menina, de 10 anos, que não tinha documentação, e outra adolescente de 17 anos. Ela permanece detida.
A justiça confirmou nesta sexta-feira (29) que o menino de um ano e sete meses é filho da adolescente de 17 anos que estava na casa da mulher suspeita de intermediar adoção ilegal. O promotor e o juiz que atuam no caso concederam entrevista coletiva nesta sexta.
Conforme a Justiça, os três menores são da mesma família. A garota de 10 anos é prima do menino. As identidades foram confirmadas pela polícia do Paraguai por meio de exame datiloscópico, visto que os três tinham documentação paraguaia.
A Justiça, no entanto, não confirma a relação da mulher presa com as adolescentes e a criança. Ela deverá ser ouvida novamente na próxima semana pela PF.
Para o promotor de Justiça Luciano Machado, há elementos suficientes no caso para se enquadrar em tráfico internacional de pessoas.
“É muito claro que uma criança foi encontrada e não se sabia quem era. A pessoa que acionou o Conselho Tutelar [Maria Paraguaia] dizendo que não sabia quem era tinha mais outras crianças que não tiveram entrada oficial no Brasil”, explicou em entrevista ao portal G1.
Além disso, segundo ele, “essas crianças teriam sido entregues a alguém para adoção. Para mim, isso é uma adoção irregular de estrangeiros. É tráfico de pessoas”, afirmou Machado.
Os três voltaram ao país de origem na sexta-feira (22) depois de ficarem acolhidos por cerca de dois meses em Cascavel. De acordo com o juiz da Vara da Infância e da Juventude Fabrício Mussi, foram eles que pediram para retornar ao Paraguai.
Segundo o juiz, a adolescente nega que tenha dado o filho para adoção e afirmou que quer ficar com a criança.
O bebê foi resgatado pelo Conselho Tutelar no dia 10 de outubro. Conforme Maria Paraguaia, que diz ser inocente, foi quem acionou o conselho afirmando tê-lo achado abandonado em frente à casa onde ela mora. Depois, ela afirmou que o garoto era filho de uma sobrinha.
Quando foi transferida da delegacia de Cascavel para a Cadeia Pública de Corbélia, Maria Paraguaia declarou que “ela não queria mais o menino”.
A informação sobre a identidade da mãe do menino só foi mencionada pela justiça brasileira agora, porém ela já havia sido divulgada na imprensa do Paraguai por meio de uma entrevista com a tia do bebê. Confira a entrevista aqui.