A mãe Tifanny não percebeu o quão perigosa uma febre poderia ser e agora quer alertar outros pais
Em novembro de 2012, o pequeno Hayden O’Shea não estava muito bem. Ele não estava vomitando. Não tinha diarreia. Não estava com o nariz escorrendo. Enfim, não tinha nenhum outro sinal que pudesse ajudar seus pais a entender o que se passava. O único sintoma que o pequeno tinha era uma febre. “Nós havíamos deixado Hayden e nossa filha mais velha com a minha mãe, pois tínhamos um casamento para ir”, disse a mãe Tifanny em entrevista ao portal Kidspot.
Quando Tiffany e seu marido James chegaram para buscar os filhos, o pequeno Hayden estava dormindo e foi difícil acordá-lo. A avó contou que ele havia ficado o dia todo bem quietinho. E ele estava com uma febre. Mas quando o menino chegou em casa se animou, brincou e comeu normalmente. “Achei que meu filho não estava tão mal, já que ele fez todas essas coisas. Ele ainda estava irritadinho e com febre, mas eu lhe dei um banho, jantar e ele parecia melhor”, contou Tiffany em entrevista ao portal Kidspot.
Porém, a febre continuou. O pequeno estava com 39 graus e a temperatura não baixou mesmo com o remédio que Tiffany costumava dar para o filho. Tiffany só percebeu que esta febre que não baixava indicava algo muito mais grave quando era tarde demais. “Eu não achei que meu bebê precisava de tratamento urgente, ele não estava letárgico, estava comendo e sua temperatura estava abaixo de 40 graus”, disse Tiffany.
Então, Tiffany decidiu levar seu bebê para o médico no dia seguinte. “Geralmente você leva seu filho para o médico e é só um vírus. O médico passa um remédio e você volta para casa, eu achei que seria isso”, disse Tiffany. Mas não era.
O último ‘boa noite’
Tiffany colocou seu filho cedo na cama, às 17:30. Ela foi ver como o pequeno estava às 18:30 e ele olhou para a mãe com um sorriso. “Você deveria estar dormindo”, Tiffany se lembra de ter dito a ele.
Quando Tiffany foi ver como seu filho estava às 20:30, o pequeno havia falecido. Depois disso, Tiffany não lembra muito desse dia. Ela lembra de ter tentado acordar seu filho, tentar ressuscitá-lo, chamar a ambulância… A ambulância chegou em questão de minutos e ela se lembra vagamente de ter gritado na porta de casa horrorizada, enquanto os vizinhos tentavam confortá-la. “Fomos para o hospital e os médicos nos contaram que ele estava morto. Os médicos disseram que poderia ser meningite ou sepse. Eu só conseguia pensar: ‘Não é possível! Como ele parecia estar tão bem se tinha algo tão grave?!’”, recorda-se Tiffany.
Demorou 12 meses para que os médicos obtivessem uma resposta sobre o que de fato causou a morte do pequeno Hayden. “Eu ligava para o hospital todos os meses para saber se já tinham uma resposta. Eu não conseguia entender como meu filho tinha morrido”.
Foi então que os médicos descobriram o que causou a morte do bebê. O pequeno havia desenvolvido sepse que foi causada por uma bactéria que está presente na pele da maioria das pessoas e geralmente é inofensiva. Porém, quando em contato com alguém com imunidade baixa, o que pode ser o caso de um bebê, pode se tornar uma sepse. Sepse acontece quando um agente infeccioso, como um vírus, um fungo ou uma bactéria, entra na corrente sanguínea de uma pessoa e prejudica todo o sistema imunológico, o que leva à uma reação em cadeia que pode ser fatal.
Diante desta descoberta, Tiffany decidiu contar a história de seu bebê para alertar outros pais e mães sobre a sepse. “Fiquei chocada ao descobrir que algo assim poderia acontecer. Eu quero ajudar a informar os pais sobre a sepse. Quero que os pais levem os filhos ao médico diante de qualquer suspeita, não tenham medo de parecer exagerados ou bobos”, concluiu Tiffany.
Os sintomas da sepse
A sepse pode se manifestar com diferentes sintomas em cada caso. Além de ser pouco mencionada, os sintomas da sepse podem ser confundidos com uma gripe, dor de barriga e até mesmo com uma infecção respiratória o que pode fazer com que a doença seja descoberta tarde demais.
Por isso, saiba que os sintomas de sepse nos bebês são: não mamar ou comer bem, vomitar frequentemente e não molhar uma fralda em 12 horas. Diante de qualquer um desses sintomas é essencial ir ao pronto-socorro. A febre também pode ser um dos sintomas da sepse.
O tratamento da sepse envolve internação na UTI, uso de antibióticos e às vezes até mesmo cirurgias. A boa notícia é que na maioria dos casos os pacientes se recuperam completamente.
Fonte consultada:
Sepsis Trust