‘Bebi 8 cervejas por dia na gravidez e nunca vou me perdoar pelo que houve com bebê’
Confira a seguir o emocionante desabafo de uma mãe que consumiu muitas bebidas alcoólicas na gravidez
A mãe australiana Linda McFadden decidiu fazer um emocionante desabafo após sua segunda filha nascer com sérias complicações devido ao fato de Linda beber muito em sua gestação: ela consumia oito cervejas por dia!
A filha de Linda quase morreu devido à Síndrome do Alcoolismo Fetal e até hoje, aos 23 anos, convive com as sérias consequências desta síndrome.
Linda decidiu contar sua história para alertar gestantes e futuras gestantes sobre os riscos das bebidas alcoólicas na gestação. É importante lembrar que de acordo com a Organização Nacional da Síndrome do Alcoolismo Fetal dos Estados Unidos, não existe uma quantidade segura de álcool que pode ser consumida pelas gestantes.
Linda começa seu relato contando que consumia bebidas alcoólicas desde os 15 anos de idade. Aos 22 anos ela já estava viciada em álcool, mas não admitia. Foi quando em 1989, ela engravidou de sua primeira filha. Nesta época, ela ainda tentou parar com o álcool, mas não conseguiu. “’Você não prefere tomar uma limonada?’, lembro desta pergunta que meu marido me fez quando eu já estava grávida de 5 meses e havia pedido mais uma cerveja no bar. Mas ele não entendia que eu não conseguia parar. Eu precisava beber álcool”, recorda-se Linda em entrevista ao portal Kidspot.
Quando a primeira filha de Linda, Sarah, nasceu, ela já sofreu as consequências do excesso de álcool da mãe na gestação. A bebê nasceu pesando apenas 2 quilos e tinha grandes dificuldades para amamentar, precisando ser alimentada por um tubo durante algum tempo. “Os médicos suspeitaram que isto era uma consequência do álcool que eu havia bebido na gravidez, mas como ela começou a melhorar depois de um tempo e alcançou todos os seus marcos do desenvolvimento, eu decidi me enganar e não achava que o álcool tinha causado qualquer problema”, conta Linda.
Com o passar do tempo, o alcoolismo de Linda só piorou e frequentemente seu marido retornava do trabalho e a encontrava desmaiada em casa devido à bebida e com a filha pequena sem nenhuma supervisão.
Então, quando a pequena Sarah estava com cinco anos, Linda descobriu que estava grávida novamente. Desta vez, ela sequer considerou parar com a bebida. E bebeu intensamente durante toda a gestação.
Por causa disso, Linda precisou ter uma cesárea de emergência aos sete meses de gestação. Sua filha Claire nasceu pesando menos de um quilo e com apenas 50% de chances de sobreviver. “Lembro de sentar em frente a incubadora chorando e a consultora chegou até nós e disse: ‘Dá para notar pelo formato de seu rosto que Claire tem Síndrome do Alcoolismo Fetal. Ela explicou que bebês com esta síndrome sempre tem olhos pequenos e o espaço entre os olhos e o nariz é chato”, recorda-se Linda.
Mas nem mesmo este drama vivido por sua filha impediu Linda de continuar com seu vício. “Eu não queria admitir que a bebida tinha afetado minha filha, então eu continuei”.
Um dia, o marido de Linda, David, chegou do trabalho e encontrou a esposa bêbada e desmaiada na cozinha com o fogo do fogão aceso e parte do cômodo já em chamas. As duas filhas do casal estavam na cozinha. Os bombeiros foram chamados e após isso o serviço social interferiu e ameaçou tirar as filhas de Linda. “Foi só ai que eu percebi que tinha um vício e que precisava ficar sobrea pelas minhas filhas”.
David ficou cuidando das meninas, enquanto Claire passou três meses em uma clinica de reabilitação. Ela conseguiu ficar sobrea, mas sua filha Claire ainda sobre as consequências da Síndrome do Alcoolismo Fetal. “Ela sofre de ansiedade e tem dificuldade de aprendizado, enfrentou muitos problemas na escola. Contar para minha filha que todos esses problemas dela são resultado de seu ter bebido na gravidez foi a coisa mais difícil que eu já fiz na vida”, contou Linda.
Claire hoje tem 23 anos e durante muito tempo culpou sua mãe pelo que ocorreu a ela. “Ela inda sofre muito! Mas ainda bem que hoje eu consegui o perdão dela e somos muito próximas. Ela sabe o quanto eu sofro por ter causado isso a ela e que vou me culpar para sempre. Eu nunca vou me perdoar”, concluiu Linda.