Mãe com atrofia cuida do filho especial com a boca e desabafa
Entenda a história desta mãe que tem atrofia e precisou se adaptar para cuidar do filho especial
Atividades do dia a dia que para a maioria das pessoas podem ser simples, para a mãe Natália de 33 anos de Barra Bonita, São Paulo, são um verdadeiro desafio. Acontece que ela tem uma condição chamada artrogripose.
Esta condição causa a atrofia dos músculos e má formação das articulações. Natália passou por diversas cirurgias para conseguir andar, mas, infelizmente, não foi possível recuperar os movimentos de seus braços.
Então, muitas atividades que a maioria das pessoas realizam com as mãos, Natália faz com a boca. Isto não a impediu de trabalhar, casar e constituir uma família. Ela está casada há 12 anos com William, 36 anos, e juntos eles têm dois filhos. Uma menina de 11 anos e o caçula de seis anos, Davi.
A vida de Natália como mãe ficou mais desafiadora com o nascimento de Davi. Isto porque o menino nasceu com hidrocefalia e tem duas válvulas na cabecinha para drenar o líquido. Além disso, ele tem autismo e asma. E o menino ainda usa fralda.
Por causa das necessidades especiais de Davi, Natália precisou sair do seu trabalho de auxiliar de escritório para cuidar dele, já que o menino tinha muitas convulsões na sua ausência. “Foi muito difícil para todos nós, achei que perderia meu filho”, contou.
Atualmente, ela e o marido vendem quadros, muitos dos quais a mãe faz com sua boca. Ela se adaptou e utiliza a boca tanto para cuidados com o filho como a alimentação e também para fazer seus quadros. A família estava enfrentando uma difícil situação financeira. Além de tudo, Natália também ajuda a cuidar de sua própria mãe, que vive com ela e teve atrofia cerebral, de modo que também precisa de cuidados constantes. “Eu amo a vida, me amo do jeitinho que sou, amo pintar, amo minha independência. Minhas vendas caíram muito, por isso estamos nessa situação difícil”.
A família conseguiu arrecadar 154 mil reais com a vaquinha do Razões para Acreditar, que permitiu que eles construíssem sua casa própria. “Minhas pernas eu tenho poucos movimentos e nas mãos eu não tenho nada. Eu viralizei com o vídeo de eu alimentando meu filho que nasceu especial também. Pessoal me perguntava muito como eu fazia, e eu postei. Foi através desse vídeo que a Razões chegou na minha vida. Quando eu soube que ia ter a vaquinha do razões para me ajudar eu senti alívio, porque estava faltando alimento, a gente estava pagando o aluguel na maior dificuldade, a gente priorizava pagar o aluguel para não correr o risco de ficar sem casa e o alimento a gente falava: ‘Deus vai prover’. Quando vieram cortar a força, eu pedi para ele: ‘moço, pelo amor de Deus não corta a minha força porque meu filho é autista e o que acalma ele são os desenhos’. Quando colocou no ar a vaquinha, eu já falei: ‘a gente vai conseguir respirar agora’. E então, a gente sentiu a tranquilidade de saber que dias melhores estavam por vir”, contou ela.
Natália e sua família posaram diante da casa nova e agradeceram a ajuda que receberam por meio das doações. “Vou apresentar a vocês nossa casa nova que graças a vocês se tornou realidade”, afirmou.