Veja triste história dos bebês que foram primeiros quíntuplos do mundo
As bebês nasceram há 85 anos e são os primeiros quíntuplos que se tem registro no mundo
Em 1934 uma mãe deu à luz cinco bebês em um sítio em Ontario no Canadá. As pequenas Annette, Cécile, Marie, Yvonne e Émilie Dionne nasceram prematuras de sete meses, mas conseguiram sobreviver.
Assim, elas se tornaram os primeiros quíntuplos a se ter registro no mundo. Na época em que nasceram, como ainda não existiam tratamentos para engravidar, gestações múltiplas eram raríssimas e as chances de ter quíntuplos eram de uma em 57 milhões!
Mas o que poderia ser apenas um fato curioso da ciência acabou se tornando uma verdadeira tragédia na vida das cinco meninas. Tudo começou nos primeiros dias de vida delas. Quando ainda eram recém-nascidas, o governo do Canadá retirou a guarda das meninas de seus pais, Olivia Edouard e Elzire Dionne.
O governo canadense alegou que fez isso porque os pais não tinham condições financeiras e nem o conhecimento para manter as cinco recém-nascidas vivas.
As pequenas então passaram a viver em uma casa com babás. E na residência elas eram expostas ao público três vezes por dia. É isso mesmo, havia uma sala inteira de vidro na casa na qual as meninas eram expostas ao público como se fossem animais de algum zoológico! E vinham muitas pessoas de todos os lugares para verem as meninas. Para se ter uma ideia, nos anos 1930 passaram pela casa cerca de 3 MILHÕES DE PESSOAS.
Além disso, o governo também colocou as pequenas para fazerem publicidade. Elas foram garotas-propaganda de diversas marcas. O dinheiro arrecadado com a exposição e as publicidades ia quase todo para o governo. Os pais das bebês ganhavam apenas uma pequena porcentagem e nem um centavo era guardado para o futuro das pequenas.
As meninas renderam muito dinheiro. Para se ter uma ideia, de acordo com a revista norte-americana Time apenas o médico Allan Roy Dafoe que supervisionava os cuidados com elas conseguiu uma fortuna de 10 milhões de reais com divulgações relacionadas às meninas.
Quando as quíntuplas completaram nove anos, seus pais conseguiram a guarda delas de volta. Mas, infelizmente, tudo piorou para as irmãs Dionne, como eram conhecidas. A família se transformou por causa da riqueza que ganharam com as meninas. “Eles não nos tratavam como crianças. Nós éramos…”, disse Annette em entrevista para o jornal New York Times em 2017. E sua irmã Cécile completou a frase: “éramos as servas deles, escravas. Não nos consideravam humanas”.
As gêmeas só puderam se livrar das explorações quando alcançaram a maioridade aos 18 anos. Nesta data, as cinco se mudaram da casa dos pais.
Em 1998, duas das quíntuplas, Émile e Marie, haviam morrido. E as três sobreviventes, Annette, Cécile e Yvonne, estavam sem dinheiro, apesar das grandes quantias que diversas pessoas ganharam com elas.
As mulheres então processaram o governo canadense pedindo uma compensação pelos anos de exploração. Elas conseguiram ganhar 3 milhões de dólares, o equivalente a 12 milhões de reais.
Foi quando uma das sobreviventes foi explorada mais uma vez. O filho de Cécile roubou a parte que ela ganhou com o processo e desapareceu. Yvonne faleceu em 2001. Cécile e Annette vivem atualmente em uma casa de repouso em Montreal também no Canadá.
As irmãs, atualmente, falam muito pouco sobre seu passado. Mas em 1997 quando os pais Kenny e Bobbi McCaughey dos Estados Unidos tiveram sétuplos, as três irmãs sobreviventes fizeram questão de enviar um apelo aos recém-pais de múltiplos.
Em uma carta aberta a estes pais, elas disseram: “Nós esperamos que seus filhos recebam mais respeito do que nós tivemos. O futuro dos seus filhos não deve ser diferente das outras crianças. O nascimento de múltiplos não deve ser confundido com entretenimento e também não deve ser uma oportunidade para vender produtos”.
Parece que os pais ouviram esta recomendação, já que atualmente seus filhos têm 21 anos e cresceram com uma pouquíssima exposição ao público.