Mãe se forma na faculdade para poder cuidar do filho autista
A mãe virou especialista em psicologia e em educação infantil
Quando Kanesha Burch se tornou mãe, ela logo percebeu que seu filho era “diferente” das outras crianças. Antonio Gaylord não gostava de interagir, tinha muita sensibilidade ao som e certa resistência a alimentos com cores e texturas diferenciadas. Depois que ele foi rejeitado em três creches, Kanesha decidiu agir. As instituições sempre lhe diziam a mesma coisa: “não podemos atender as necessidades de seu filho”.
A mamãe procurou médicos e aos 3 anos o pequeno foi diagnosticado com atraso expressivo da linguagem e distúrbio do espectro do autismo. “Eu não tinha conhecimento sobre isso, estava com medo porque não sabia como ajudá-lo. Não sabia o que fazer e quais recursos estavam disponíveis”, revelou Kanesha ao Good Morning America.
Foi então que ela decidiu mergulhar nos livros para ajudar o próprio filho. Kanesha dava aulas no Jardim de Infância e resolveu terminar sua graduação em educação infantil. Depois, começou um mestrado em psicologia com especialização em Terapia ABA (Análise do Comportamento Aplicada). O método consiste em utilizar reforços positivos para ensinar comportamentos e dividir as tarefas em pequenos passos, a fim de simplificar os processos para as crianças autistas.
A mamãe lecionava o dia inteiro e depois ainda participava de programas de treinamento. O desafio não foi nada fácil e lhe exigiu muito tempo e disciplina. Mesmo assim, em outubro de 2018 ela conseguiu se formar. “O mestrado fez uma tremenda diferença na minha vida e na dele”, afirmou.
O menino agora tem 6 anos e consegue interagir com outras crianças e conversar com as pessoas. Recentemente, Antonio recebeu um prêmio de Estudante do Mês. Na cerimônia organizada pela a escola, o garotinho atravessou o palco para receber sua premiação – algo que antigamente seria impossível para ele. “Eles são capazes de fazer qualquer coisa que qualquer criança típica do desenvolvimento possa fazer”, orgulha-se Kanesha.
Embora já tenha alcançado grandes avanços com o filho, a mamãe não parou por aí! Ela retornou para a sala de aula para outro mestrado, desta vez em educação infantil. Kanesha espera que as escolas sejam mais preparadas para receberem crianças deficientes e quer usar seu conhecimento para abrir uma própria instituição. “Se um dia eu for dona de uma creche não afastarei essas crianças, porque entendo o que elas estão enfrentando e o que os seus pais estão passando. Quero estar lá para eles”, garante.