“Sou pai biológico de 97 crianças”, diz doador de sêmen
Imagina descobrir que você é o pai biológico de 97 crianças espalhadas em pelo menos seis países diferentes?! É isso o que aconteceu com o norte-americano Dylan Stone-Miller, 33 anos. Ocorre que Dylan é doador de sêmen.
Ele decidiu se tornar um doador de sêmen em 2011 quando cursava a faculdade Georgia State University. Ele tomou esta decisão simplesmente para ajudar a pagar as contas, já que ganhava 100 dólares (cerca de 500 reais) a cada doação.
Sendo assim, entre os 20 e 25 anos de idade, Dylan acabou fazendo 400 doações! Ele conseguiu ganhar 40 mil dólares (200 mil reais). Mas agora, ele está descobrindo que este dinheiro que parecia, digamos fácil, teve consequências impressionantes. “Na época em que eu doei o pessoal da clínica me disse que no máximo minhas amostras poderiam ser usadas 40 vezes. Eu pensei que jamais chegaria a tanto”, contou ele.
Até que quatro anos atrás, Dylan estava em suas redes sociais e recebeu a mensagem de uma mulher. Ela havia concebido com uma de suas amostrar e queria agradecê-lo. A mulher havia tido uma menina. “Um dos motivos de eu ter decidido doar na época foi porque me disseram que minha identidade seria protegida até a criança completar 18 anos. Mas acontece que as famílias que tiveram filhos com o meu material conseguiram me achar facilmente usando informações básicas que foram dadas a eles na seleção do doador, como primeiro nome, cidade de nascimento, pais e profissão minha e dos meus pais. Juntando essas informações ela conseguiu me achar”, contou ele para a People.
Ao entrar em contato com esta mãe, Dylan fez uma descoberta ainda mais impressionante. Ela lhe contou que com o seu número de doador, os pais que o escolheram se reuniram e criaram até mesmo um grupo nas redes sociais! Um grupo apenas de pais que usaram seu material genético para ter seus filhos! “Atualmente, que eu sei são 97 filhos biológicos. Até agora sei de 62 famílias que usaram meu material genético, o número de filhos é maior porque várias famílias tiveram mais de um filho com o meu material. Mas pelas contas que tenho feito, acho que o número de filhos biológicos pode chegar a 250!”, contou.
Diante de todas essas informações, Dylan, que ainda não é pai de fato, decidiu conviver com essas crianças. Então, quando os pais aceitam, Dylan visitas as crianças geradas com o seu material genético. “Eu tive essa ideia porque eu sei o quanto as crianças querem saber sobre suas origens. E nós temos momentos muito legais, criamos memórias valiosas, geralmente esses encontros também são repletos de muita conversa e emoção. A parte mais difícil na verdade é dar tchau, porque eu sei que vai demorar para eu ver aquela criança de novo e quando nos reencontrarmos ela já vai estar com outra idade, em outra fase da vida”, afirmou.
Uma das crianças que é filho biológico de Dylan falou sobre as visitas dele. O menino de seis anos contou: “Eu chamo ele de doador Dylan. Eu adoro as visitas dele. A gente joga baseball, vamos no shopping e brincamos juntos. Ele me faz rir”.
Apesar de estar conseguindo criar um bom relacionamento com essas famílias e as crianças, a descoberta de que era pai biológico de tantos filhos fez com que Dylan mudasse para sempre sua vida. Agora, ele tem uma ONG que ajuda doadores e famílias que usaram sêmen e/ou óvulos doados para conceber.
Dylan descobriu que seu filho biológico mais novo nasceu há apenas quatro meses. “As clínicas agora me dizem que aposentaram o meu material e não vão usá-lo mais. Porém, a verdade é que eu não acredito porque não tem nenhuma lei nos Estados Unidos que limite isso. Eu mesmo não sei se quero ter filhos meus sabe? Eu penso que seria muito antiético colocar mais filhos no mundo”, afirmou.