Mãe pega sarna após parto na maternidade Carmela Dutra no RJ

Bruna Stuppiello

A mãe Aline Pinto de Souza também afirmou que outros pacientes contraíram sarna

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O parto de Aline Pinto de Souza no hospital maternidade Carmela Dutra na cidade do Rio de Janeiro não foi nada fácil. Primeiro, seu filho João nasceu com uma lesão no plexo braquial, nervo que passa pelo pescoço e axila. Infelizmente, este tipo de lesão de fato pode ocorrer tanto após o parto normal, que foi o caso de Aline, quanto após o parto cesárea. Estima-se que esta lesão afeta de 0,46 a 4,6 bebês a cada mil nascidos e é imprevisível saber antes do nascimento se o problema irá ocorrer ou não.

Mas o que ocorreu com Aline após a chegada de João certamente poderia ter sido prevenido. Aline teve que passar quatro dias após seu parto com fortes dores até que o hospital a submetesse a um procedimento para retirada de uma parte da placenta que havia ficado em seu útero.

Além disso, devido à lesão, o bebê de Aline passou os primeiros cinco dias na UTI, sem que a mãe pudesse segurá-lo e só podia tocá-lo com luvas. Isto porque Aline afirma que contraiu sarna, condição que afeta a pele e causa coceira intensa, no hospital e que não foi a única. “Na UTI onde eu estava a mãe falou que voltou para a maternidade porque o filho pegou sarna e foi do hospital e no outro andar tinha uma mãe na mesma situação que eu e estava muito pior”, disse Aline em entrevista ao RJTV da Rede Globo.

O RJTV também mostrou o vídeo de uma outra mulher que afirma que também contraiu sarna no hospital.

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Aline e seu filho João só receberam alta oito dias após o parto. E os pais afirmam que não receberam nenhum tipo de orientação especial em relação à lesão no plexo braquial sofrida pelo filho. “Foi liberado, e nos disseram só: tá aqui o papel ele está com a lesão e a partir de agora é com vocês!”, disse o pai de João em entrevista ao RJTV da Rede Globo.

João nasceu no dia 25 de novembro de 2016 e foi liberado do hospital com oito dias de vida. De acordo com um artigo da Associação Médica Brasileira, a orientação é que bebês que sofreram a lesão semelhante a de João devem começar a fisioterapia com 10 dias de vida. E foi justamente o que Aline ouviu de uma pediatra, quando buscou ajuda médica após deixar o hospital. “A médica pediatra falou que ele já tinha que ter começado a fazer fisioterapia”, disse Aline em entrevista ao RJTV da Rede Globo.

A demora para o tratar um caso de lesão no plexo braquial aumenta o risco do bebê perder os movimentos do braço. “Eu não desejo para mulher nenhuma o que eu passei, eu me senti um lixo”, afirmou Aline em entrevista ao RJTV da Rede Globo.

Resposta da maternidade

Em resposta ao RJTV, a Secretaria Municipal de Saúde afirmou que a maternidade vai reavaliar o quadro do recém-nascido na próxima quarta-feira. Sobre a denúncia da Aline e de outra mãe, que contaram que contraíram sarna na maternidade, a secretaria disse que não é possível saber onde ocorreu o contágio e que nenhum outro paciente se queixou.

Fontes consultadas:

Sociedade Portuguesa de Pediatria

Associação Médica Brasileira

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