O que é normal o bebê falar em cada mês: dos 0 aos 12 meses
Você normalmente fica se perguntando com quantos meses o bebê começa a falar? Saiba que, antes de usar uma linguagem verbal, ele se comunicará com você e com outras pessoas das mais diferentes maneiras. Ou seja, a comunicação do bebê começa muito antes das primeiras palavras.
Neste artigo, detalharemos como é a comunicação dos bebês de 0 a 12 meses de vida. Confira também as principais causas para atraso na fala e quais são os tratamentos indicados. Continue a leitura e saiba tudo!
Com quantos meses o bebê começa a falar
Quando for bem pequeno, o bebê se expressará principalmente por meio do choro, até crescer e ser capaz de pronunciar as primeiras palavras. O primeiro ano da criança costuma ser recheado de mudanças e aprendizados — para ela e para os pais. Pensando nisso, separamos esse período para explorar mais detalhadamente as transformações que ocorrem ao longo do seu desenvolvimento.
É possível aprender a transmitir informações e emoções à criança da melhor forma por meio de estímulos. Você pode entender quais são os comportamentos mais comuns conforme a idade do seu bebê. E assim saber identificar alguma dificuldade que mereça atenção. Confira algumas dicas para cada fase:
De 0 a 3 meses
Desde o nascimento e ao longo de muitos meses, a primeira forma de linguagem utilizada pelos pequenos será o choro. Porém, com o passar do tempo, a comunicação da criança será ampliada, deixando de ser restrita à choradeira. Por volta de 1 mês, os bebês já começam a responder diante do som da sua voz.
Eles podem ficar mais calmos ao ouvir a voz do papai ou da mamãe, sorrir ou ficar animados, movimentando os bracinhos e as perninhas. Eles também passam a sorrir para os pais, mas podem demorar um pouco mais para fazer isso diante de pessoas que não são tão próximas. Nessa idade, provavelmente, o bebê não sorrirá diante de estranhos.
Aos 2 meses de vida, as crianças já começam a descobrir a habilidade de vocalizar. Então, eles passam a fazer sons como “ah-ah” ou “ooh-ooh”. O seu bebê vai falar com você por meio de uma grande variação de sons. Ele também sorrirá para você, aguardará que você faça o mesmo em resposta e poderá imitar algumas expressões faciais dos pais.
Como estimular a fala nessa fase
Nesse momento, a melhor maneira de estimular a fala do bebê é se comunicar com ele. Fale, leia histórias e cante para o pequeno. Além disso, é importante responder de forma entusiasmada aos sons e sorrisos. Também é recomendado nomear os objetos para os quais o seu bebê olha.
Por fim, repita sons que o seu bebê emitir, espere até ele emitir outros sons e repita-os também. Dessa maneira, você ensina para ele lições valiosas sobre o tom e ainda a se revezar quando conversa com outra pessoa.
Quais sinais são preocupantes
Converse com o pediatra caso a criança chore por períodos muito longos e não se acalme de forma nenhuma. Ainda será válido falar com o médico se, ao final desses primeiros meses, ele não atingir os seguintes marcos de desenvolvimento:
- prestar atenção aos rostos e ao que está à sua volta;
- sorrir ao som da voz dos pais;
- sorrir como uma forma de se comunicar com os pais, ou seja, uma espécie de contato social;
- emitir sons quando falam com ele;
- imitar alguns sons e expressões faciais.
De 4 a 7 meses
A gama de sons e expressões faciais do seu bebê continuará a crescer, com muita risada e balbucio. Ele também passará a imitar sons e, assim, desenvolverá uma habilidade que é importante para aprender a conversar.
Entre os 4 e 7 meses, as crianças começam a experimentar os sons que conseguem emitir com a boca. O seu pequeno passará ainda mais tempo balbuciando e aprendendo a imitar barulhos. Essas são as suas primeiras tentativas de falar e ele deve ser encorajado pelos pais a fazer isso.
“Quando começa a balbuciar, dar gritinhos e emitir as primeiras vocalizações, tem o início da etapa pré-linguística, vindo a seguir um período de monólogos, a repetição das vocalizações, acompanhado de respostas gestuais expressando satisfação e agrado”, explica Jose Gabel, presidente do Departamento Científico de Cuidados Domiciliares da Sociedade de Pediatria de São Paulo.
Se você prestar atenção, perceberá que o tom da voz emitida pelo seu bebê ficará mais alto ou mais baixo. Dessa forma é como se ele estivesse fazendo uma pergunta ou dando uma declaração.
Como estimular a fala nessa fase
Uma boa maneira de estimular a fala da criança nessa fase é reproduzir os mesmos sons que ela fizer. Os pais podem imitar os “bah” e “ah-goo”. Depois, podem falar palavras que tenham um som semelhante ao que o bebê emitiu.
Também é indicado conversar com ele e deixar algumas pausas para que ele possa responder com os seus balbucios. Faça perguntas para ele e recompense de forma entusiasmada ao som que ele emitir.
Você pode apresentar à criança palavras simples do cotidiano. Dessa forma, é recomendado nomear pessoas conhecidas, objetos e atividades. Nessa idade, as crianças conseguem entender as palavras antes mesmo de conseguirem dizê-las.
Além disso, quando for falar com ele, faça isso de forma mais lenta e dê ênfase para algumas palavras. Por exemplo, ao mostrar um brinquedo para o seu pequeno, pode dizer: “você quer o brinquedo? Este é o seu brinquedo”.
Quais sinais são preocupantes
Ao completar 7 meses de vida, se o seu bebê não fizer as seguintes coisas, você pode levar essa preocupação ao pediatra:
- responder ao próprio nome;
- responder aos sons externos fazendo os seus próprios sons;
- imitar barulhos.
De 8 a 12 meses
Nessa idade, o seu bebê se prepara para começar a falar as primeiras palavras de fato. Assim, ele começará a balbuciar sílabas, como “ga”, “ba”, “da”, etc. A criança também pode dizer o seu primeiro “mamãe” ou “papai”, que provavelmente será algo como “mama” ou “papa”.
Ao ver como os pais ficam animadas com isso, as crianças se sentirão estimuladas e falarão ainda mais. Eles também podem ser comunicar ao apontar para objetos, fazendo “sim” ou “não” com a cabeça. No final do primeiro ano, o seu bebê seguirá pedidos simples, como “dar tchauzinho”.
Como estimular a fala nessa fase
Os pais podem continuar fazendo o que já realizavam com a criança, como conversar com ele, ler e responder aos seus sons. “Os pais precisam manter o hábito de se dirigir ao bebê como uma outra pessoa que já tem capacidade de compreender o significado de muitas conversas. Também conte histórias utilizando livros curtos e com várias figuras”, afirma o pediatra Renato Santos Coelho, presidente do Comitê de Desenvolvimento e Comportamento da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul.
Além disso, você pode apontar para os objetos como forma de incentivá-lo a nomear as coisas. Nesse caso, use as mãos para indicar algum objeto e pergunte ao seu bebê o que é. É importante nomear objetos ao longo do dia a fim de reforçar a mensagem de que tudo tem o seu próprio nome. Do leite tomado durante a manhã a um urso de pelúcia para brincar à noite, os objetos familiares nomeados devem ajudar o seu bebê a armazenar essas informações.
Quais sinais são preocupantes
Pode ser uma indicação de alerta quando a criança, aos 12 meses de vida, não emite nenhum som ou nenhuma palavra. “Isso não é necessariamente sinônimo de patologia, mas uma investigação cuidadosa se faz necessária, para que se verifique o que está causando aquele sintoma ou atraso de uma habilidade que já deveria ter sido adquirida”, membro do Departamento Científico de Desenvolvimento e Comportamento da Sociedade Brasileira de Pediatria, Ricardo Halpern.
Nesta fase, é esperado que o bebê:
- responda a um “não”;
- obedeça a comandos simples;
- use gestos comuns, a exemplo de apontar para um objeto e fazer “não” com a cabeça.
Quais as causas para atraso na fala
O papai e a mamãe devem prestar atenção e tomar alguns cuidados para evitar as possíveis causas do atraso na fala em uma criança. É preciso ter cautela tanto com o excesso quanto com a ausência de estímulos. Além de conversar, dar nomes a objetos e ler com o bebê, é importante não falar demais para também dar oportunidade a ele de se expressar.
A maneira como você alimenta o seu pequeno também deve ser outro ponto de cautela. Se os alimentos forem introduzidos em uma consistência muito amassada, em que a criança não precise mastigar, ela poderá desenvolver problemas de aprendizado da fala.
Também é possível que a criança demore para falar devido a condições como o déficit cognitivo. É preciso que você observe os aprendizados do seu bebê e se ele consegue prestar atenção aos estímulos oferecidos. Os pais devem perceber se o pequeno apresenta alguma dificuldade de concentração e demora para sentar e andar, por exemplo.
Uma das causas de dificuldade e atraso na fala das crianças é o autismo, que afeta a comunicação não verbal e verbal. O transtorno é caracterizado pela deficiência na compreensão da linguagem e na utilização da imaginação com jogos simbólicos. Também é possível observar problemas de socialização e um tipo de comportamento restrito e frequente na criança com autismo.
“Outra dica muito importante é o cuidado com as telas. Alguns estudos apontam que: a cada 30 minutos de telas estima-se um atraso de até 49% no desenvolvimento da fala. Por isso, até os dois anos o uso de telas não é recomendado e depois há restrições ao tempo diário”, pondera a pediatra Francielle Tosatti.
Quais tratamentos são indicados para atraso na fala
Caso você tenha questionamentos a respeito do desenvolvimento da linguagem do seu pequeno, não deixe de procurar um especialista para avaliar a situação. Você precisará falar com o pediatra do seu bebê sobre a sua preocupação e, além disso, pode ser necessário buscar a ajuda de um neuropediatra.
Os pais podem procurar imediatamente um fonoaudiólogo que tenha especialização no tratamento infantil para lidar com os eventuais transtornos no desenvolvimento da fala e da linguagem do seu bebê. Não há uma idade mínima para buscar esse exame. Isto porque o profissional pode avaliar o processo de evolução ainda em crianças bem pequenas.
Procurar um tratamento personalizado é importante porque, além de transtornos mais conhecidos, a exemplo do autismo, o pequeno também pode apresentar condições frequentes, porém pouco abordadas. Alguns desses problemas são o Atraso Motor de Fala e a Apraxia de Fala na Infância, por exemplo.
Por isso, não deixe de ter atenção aos sinais que a criança apresenta durante o seu crescimento. O papai e a mamãe devem adotar as melhores práticas para que ele desenvolva efetivamente a fala. É indicado acompanhar cada fase de evolução do seu pequeno para verificar se está de acordo com o que é esperado.
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