Desconforto e ansiedade no bebê: reconheça os sinais
Seu bebê pode dar alguns sinais de que está passando por ansiedade e desconforto, veja quais são
Assim como os adultos, os bebês também têm uma série de sentimentos, como felicidade, ansiedade, tristeza, entre outros. “Mas o complicador é que o bebê ainda está em desenvolvimento, por isso ele precisa que o adulto o ajude a processar todas essas emoções”, explica a psicanalista Denise de Sousa Feliciano, membro dos departamentos de Saúde Mental e de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria de São Paulo.
E prestar atenção às emoções do bebê é muito importante. “Assim os pais podem ir acompanhando e aconchegando o bebê em suas angustias. Afinal, às vezes uma coisa que o adulto toma como normal para o bebê é o fim do mundo”, observa Denise Feliciano.
O bebê pode sentir angústia por duas razões. Uma delas está relacionada às mudanças pelas quais ele está passando. “O bebê estava dentro do útero todo aconchegado e com tudo adaptado as suas necessidades e quando ele nasce há muitas mudanças, ele vai ter fome, fazer xixi, cocô, coisas que não fazia antes. Os pais devem ficar atentos a essa rotina do bebê para perceber quando algo não vai bem e não deixar que o bebê viva um desconforto excessivo e por um tempo maior do que possa suportar. O bebê também sente como se a mãe fosse uma parte dele, uma continuidade, por isso ela tem que estar por perto para que ele não sinta desamparado”, conta Denise Feliciano.
O outro motivo que pode fazer com que o bebê sinta angustias é o ambiente familiar em que está. Isto porque o bebê sente se os pais estão passando por algum problema, mesmo se seja algo inconsciente até mesmo para eles. “O bebê tem uma ligação muito sensível com a mente dos pais, qualquer situação que ocorre com a família o bebê sente. O bebê sente porque nos mínimos cuidados que os pais vão ter com ele, o pequeno vai perceber essa tensão e reagir a isso”, explica Denise Feliciano.
Quando está passando por momentos de ansiedade e angustias o bebê dá alguns sinais. São eles:
- Dificuldades na amamentação/ Risco de desmame precoce;
- Problemas alimentares;
- Sono excessivo ou inquietude que leva à insônia
- Choro incessante, birras constantes;
- Funcionamento intestinal atípico;
- Dificuldades no desfralde;
- Apatia e desinteressem em brincar;
- Pouca interação com expressões e olhar;
- Agressividade (mordidas e demais agressões frequentes);
- Desinteresse por outras crianças;
- Dificuldades em socialização e adaptação;
- Adoecimento frequente sem causa aparente;
- Demora para falar, fala truncada ou infantilizada sem causa funcional;
- Sofrimento excessivo e resistência no processo de desmame;
- Ou qualquer outro comportamento que expresse sofrimento e/ ou dificuldades.
Diante de algum desses sinais é importante que os pais fiquem atentos. “Isso pode ser uma coisa passageira, todo mundo passa por angustias e quando nasce um bebê tudo sai um pouco fora do lugar, ocorrem problemas, mas as coisas vão se encaixando. O que a família deve fazer é buscar ajuda quando algo continua não indo bem, por exemplo, se o bebê ficou uma semana inteira sem dormir direito. Nestes casos os pais devem procurar ajuda de um psicanalista especializado em Psicoterapia Conjunta Pais-Bebê”, que é uma especialidade da psicanálise, conta Denise Feliciano. Esses poderão ajudar os pais a compreender as questões inconscientes e o bebê recupera seu bem estar.