O que é a reserva ovariana e como ela é medida, afinal?
Conhecer a reserva ovariana é fundamental para a mulher que deseja engravidar
É cada vez mais comum as mulheres decidirem ter seus primeiros filhos mais tarde. Porém, é importante ressaltar que existe uma determinada reserva ovariana que diminui a cada ciclo menstrual da mulher. Sendo assim, isso interfere na fertilidade feminina com o passar dos anos.
Para entender melhor sobre o assunto, continue a leitura. Veja como é feita a medição da reserva ovariana, qual a quantidade considerada normal e os tratamentos indicados para quem deseja engravidar.
O que é reserva ovariana?
Denomina-se reserva ovaria a quantidade de folículos presentes nos ovários. A cada ciclo menstrual da mulher, cerca de mil folículos são liberados e apenas um óvulo entre eles amadurece. Os outros folículos que não se desenvolvem acabam sendo eliminados pelo corpo.
Ao contrário dos homens (cuja produção de espermatozoides ocorre durante a vida inteira), a quantidade de folículos diminui com os anos. Isso significa que a mulher que deseja ter filhos precisa ter uma boa reserva ovariana para que o sonho se realize, já que isso pode ser considerado como um marcador da sua fertilidade.
Com a redução do volume dos óvulos (que se trata de um processo natural e não há como ser impedido), a ocorrência da gravidez fica cada vez mais difícil. Outro fator a ser considerado é que os últimos óvulos liberados têm maiores chances de apresentar defeitos genéticos. Dessa forma, podem resultar em abortos espontâneos, síndromes e má formação.
Como a reserva ovariana é medida?
A partir dos 30 aos de idade, o recomendado é que a mulher realize exames para identificar o tempo de vida útil dos óvulos. A fim de ter uma gestação mais saudável e tranquila. Há diversas maneiras de avaliar a reserva ovariana e, na maioria das vezes, é possível tratar os distúrbios de ovulação.
Sendo assim, os resultados dos exames permitem definir qual é o tratamento mais recomendado para cada paciente. Lembrando que o indicado é que eles sejam realizados quando a mulher não está fazendo o uso de anticoncepcional ou contraceptivo hormonal, o que pode causar a redução dos valores. Veja a seguir quais são os exames mais comuns.
Ultrassonografia transvaginal
A medição pode ser feita por meio da ultrassonografia transvaginal, que detecta os folículos menores nos ovários. Esse é o teste mais utilizado e ajuda a determinar o volume ovariano e a quantidade de folículos que têm potencial para ovular, informações importantes para orientar o tratamento.
Dosagem dos níveis de FSH
Para que o diagnóstico seja complementado, outros exames podem ser solicitados. Como os níveis de FSH (hormônio folículo-estimulante), por exemplo, que é realizado pela coleta de sangue. Esse hormônio participa do crescimento e maturação dos folículos ovarianos. A produção do FSH é regulada por proteínas como inibina-B e estradiol. Assim, quanto mais a idade da mulher avança, menor a quantidade de folículos e de produção dessas proteínas, elevando o nível de FSH.
AMH – hormônio antimülleriano
Esse também é um exame feito por meio de coleta de sangue. Diferentemente do FSH, o hormônio AMH quase não varia durante o ciclo menstrual, o que aumenta as chances de uma medição mais precisa. Assim, quanto maior for a quantidade de folículos armazenados no ovário, maior será a reserva ovariana e a concentração sanguínea de AMH.
Biópsia ovariana
Por se tratar de um exame mais invasivo, a biópsia ovariana é indicada para casos bem específicos. Ela é realizada através da análise feita no tecido ovariano da mulher, o que permite definir qual é a reserva ovariana com base na densidade folicular (ou seja, a quantidade de folículos presente por unidade de volume do tecido).
Qual é a reserva considerada normal?
A qualidade da reserva ovariana é medida de acordo com a idade da mulher. Assim, uma paciente de 40 anos com uma quantidade menor de AMH em relação à outra com 32 anos pode ser considerado normal. Também vale ressaltar que é possível ter uma quantidade adequada e, assim mesmo, a mulher ter dificuldade para engravidar. Em seguida, veja quais são as quantidades consideradas normais em cada exame:
- Ultrassom vaginal: esse procedimento é realizado no início do ciclo menstrual e apresenta um bom resultado quando a Contagem de Folículos Antrais (CFA) é > 8;
- FSH: uma boa reserva ovariana geralmente é de FSH < 10 UI/L, com a coleta feita no segundo ou terceiro dia do ciclo menstrual. Porém, a dosagem hormonal pode oscilar em pacientes que apresentam uma baixa reserva;
- AMH: o exame é coletado em qualquer fase do ciclo menstrual, com uma quantidade considerada normal de AMH > 1,0 ng/mL.
Quando a paciente é diagnosticada com uma baixa quantidade de folículos, geralmente o recomendado é fazer a fertilização in vitro. Também é possível optar pelo congelamento de óvulos maduros, o que vai permitir que a mulher preserve os seus óvulos antes que eles se esgotem. Vale citar que, quando os óvulos são congelados, não há nenhuma perda de qualidade em relação à idade em que foram vitrificados.
Além disso, também é possível que uma mulher que esteja fazendo o tratamento de fertilização in vitro doe uma parte de seus próprios óvulos para quem tem dificuldade de engravidar com seus próprios oócitos. Para isso, a doadora deve ter até 35 anos de idade e não apresentar nenhuma doença grave.
O que pode reduzir a reserva ovariana?
Além do avanço na idade da mulher, outros fatores podem ser responsáveis pela baixa quantidade na reserva ovariana. Uma das causas pode ser a proximidade precoce da menopausa. A obesidade também pode prejudicar a fertilidade, levando até mesmo à ausência da ovulação e da menstruação.
Neste artigo, vimos a importância de conhecer sobre a reserva ovariana, os exames que podem identificá-la e os tratamentos para realizar o sonho de ser mãe. É fundamental dar atenção a todas essas questões para que, no caso de uma reserva abaixo do normal, você possa tomar as medidas necessárias. Por isso, caso deseje engravidar, não espere mais e converse a respeito com o seu médico.
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