O que é o fator Rh e como ele pode afetar a gravidez?
Entenda quando o fator Rh pode causar problemas na gravidez
Logo no começo da gravidez, um dos exames pedidos pelo médico é o de tipagem sanguínea. Este irá identificar o grupo sanguíneo que a mãe pertence (A, B, AB ou O), bem como o fator Rh do sangue (positivo ou negativo).
Caso a futura mamãe tenha Rh positivo, não é preciso se preocupar com essa questão. Porém, as com Rh negativo devem ficar atentas a possibilidade de incompatibilidade sanguínea. Isso acontece, principalmente, nos casos em que a mulher tem o Rh negativo e o homem positivo; fazendo com que o bebê possa herdar a Rh do pai, que é incompatível com o da mãe.
Nessas situações podem ocorrer a eritroblastose fetal, que de forma simples pode ser entendida como um mecanismo de defesa do organismo da mãe. Este acaba produzindo anticorpos anti-Rh que entendem o agente positivo do feto como um “corpo estranho” e tentam combatê-lo. “Caso o bebê seja Rh positivo e a mãe negativo, o sangue materno que circula no corpo dele e volta para o da mãe faz com que ela produza anticorpos contra o feto”, explica o pediatra Marun David Cury, diretor de Defesa Profissional da Associação Paulista de Medicina (APM).
Esses anticorpos são extremamente perigosos para os bebês, já que atravessam a placenta. Eles podem causar polidrâmnio, problemas hepáticos ou cardíacos, paralisia cerebral, morte fetal, entre outros malefícios a saúde dos pequenos. “Quando o anti-Rh volta a circular no organismo do bebê, eles destroem seus glóbulos vermelhos e geram uma anemia profunda, além de levar ao excesso de bilirrubina – uma das causas da icterícia”, alerta Cury.
É importante lembrar que com o avanço da medicina, os casais com incompatibilidade sanguínea podem tomar algumas medidas para evitar todas essas complicações. Uma vacina tomada na 28ª semana é capaz de garantir uma gestação segura, desde que a mãe não tenha desenvolvido o anti-Rh no organismo. A mesma conduta é repetida em até 72 horas após o parto para evitar problemas em futuras gestações.
“A orientação é que a grávida tome a imunoglobulina anti-D na 28ª semana. Quando o bebê nasce deve-se verificar a tipagem do recém-nascido. Se ele for Rh negativo, não é preciso fazer nada; se for positivo, a puérpera deve receber nova dose de imunoglobulina anti-D dentro das primeiras 48-72 horas depois do parto”, afirma o ginecologista obstetra Roberto Antonio de Araujo Costa, professor assistente da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista – “Júlio de Mesquita Filho”.