Após ter passado por duas cesáreas, a mãe Maya Fieweger enfrentou sérias complicações em sua terceira gestação
É fato: quando indicado corretamente, o parto cesárea salva vidas. Porém, no Brasil e em muitos outros países este parto tem sido feito sem a real necessidade. Por aqui, quase metade dos partos realizados são cesárea, sendo que a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é que a taxa ideal de cesáreas seja de apenas 10 a 15% de todos os partos realizados!
E essa grande quantidade de partos cesárea pode ter algumas complicações sérias. Você provavelmente já ouviu falar de alguns dos riscos da cesárea, como maior chance de infecção materna, maior risco do bebê ter problemas respiratórios — confira outros riscos da cesárea para o bebê.
Porém, existe um outro risco do parto cesárea que é muito pouco mencionado. Tratam-se das complicações que podem ocorrer quando a mulher passa por múltiplas cesáreas. Uma gestação após duas cesáreas, mesmo quando feitas anos atrás, já apresenta riscos.
E foi justamente isso que ocorreu com a mãe americana Maya Fieweger. Após suas duas filhas terem nascido por meio de cesáreas, Maya engravidou pela terceira vez. Tudo parecia bem na gestação, até que ela começou a ter sangramentos. “Eu comecei a ter sangramentos significativos, o que obviamente não é normal para uma gestação”, disse Maya em entrevista ao canal CBS4.
Então, ela buscou ajuda médica e exames indicaram que sua placenta estava muito baixa. Além disso, Maya estava com a placenta percreta. Isto significa que a placenta havia crescido através da parede do útero. Placenta percreta é a forma mais grave de três problemas que ameaçam a vida agrupados sob o guarda-chuva da placenta accreta. “Maya foi um dos piores casos de placenta percreta que eu já vi. Sua placenta estava invadindo a parte externa do útero e chegando até sua bexiga!”, contou o médico cirurgião Dr. Saketh Guntupalli, responsável pelo caso.
Os médicos acreditam que as cicatrizes de várias cesáreas, como foi o caso de Maya, podem aumentar muito o risco da mulher ter placenta percreta.
Por causa da complicação, o pequeno Grayson precisou nascer por meio de uma cesárea com apenas 31 semanas de gestação. E agora está internado na UTI neonatal. Na mesma cirurgia, Maya teve que passar por uma histerectomia, ter o útero removido, para que a placenta pudesse ser totalmente retirada. Este parto foi tão grave que Maya precisou de transfusão de sangue duas vezes durante a cirurgia. “Eu tenho sorte de estar viva”, conclui Maya que decidiu contar sua história para alertar outras mães para os riscos das múltiplas cesáreas.