Os riscos da cesárea agendada
Realizar cesárea agendada sem necessidade traz uma série de riscos para a saúde da mãe e do bebê
O parto cesárea é um procedimento cirúrgico que só deve ser realizado quando há uma real necessidade para isto. Portanto, quando ele é realizado em grávidas saudáveis pode acarretar uma série de problemas para a saúde da mãe e do bebê. Saiba quais são eles.
Maior risco de prematuridade
Quando a cesárea é agendada existe um maior risco de o bebê nascer prematuro. “É preciso ter certeza da idade da gravidez para marcar uma cesárea. Ela não pode ser agendada com menos de 39 semanas. Existe uma fase de transição em que o bebê não está totalmente maduro do ponto de vista do pulmão e esta é a maior causa de mortalidade entre os recém-nascidos que vem ao mundo fora do tempo”, explica o ginecologista obstetra Sérgio Floriano Toledo, professor de obstetrícia da Faculdade de Ciências Médicas de Santos e diretor da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo.
Maior chance de problemas respiratórios
O processo de passagem do bebê pelo canal vaginal durante o parto normal é importante porque esta compressão ajuda o pequeno a colocar para fora todo o líquido dos pulmões. Assim, ele já nasce respirando melhor. “O trabalho de parto é o processo final de amadurecimento pulmonar”, constata a médica Carmen Simone Grilo, professora do Departamento de Saúde Materno-Infantil da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. Assim, os riscos de complicações respiratórias quando o bebê nasce de um parto cesárea são maiores.
Bebê sob efeito de anestesia
Há o risco dos anestésicos utilizados durante a cesárea surtirem efeito no bebê que pode ter uma diminuição dos reflexos nas primeiras horas após o nascimento.
Maior risco de morte para a mãe
De acordo com o Ministério da Saúde, que acompanhou parturientes entre 2000 e 2011, o risco de morte materna de quem realiza cesárea é cerca de 3,5 vezes maior do que das mulheres que optaram por parto normal.
Maior risco de infecção materna
Como é um procedimento cirúrgico, o risco de infecção em mulheres que fizeram o parto cesárea é maior. Segundo o Ministério da Saúde, que acompanhou parturientes entre 2000 e 2011, o risco de infecção puerperal é cinco vezes menor em mulheres que optaram pelo parto normal do que aquelas que fizeram cesárea.
Descida do leite é mais devagar
A ocitocina liberada durante o parto normal irá contribuir para uma descida mais acelerada do leite materno. Mulheres que se submetem a cesárea não liberam este hormônio, logo a chegada do leite pode ser mais lenta.
Primeiro contato é afetado
A ocitocina que é liberada durante o parto normal é conhecida como o hormônio do amor, isto porque ela estimula a relação mais próxima entre mãe e filho desde o início. “A ocitocina vai fazer com que eles se vinculem e estimular o contato pele a pele e visual”, observa Grilo. Este hormônio não é liberado no parto cesárea.
A recuperação materna é mais lenta
Como a cesárea é uma cirurgia, o tempo de recuperação da mulher é muito maior do que quem realizou um parto normal.
Maior risco de obesidade para os bebês
Uma pesquisa da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP) comprovou que o parto cesárea aumenta o risco de obesidade em adultos jovens. Isto porque a cirurgia faz com que ocorram mudanças na microbiota intestinal dos bebês. Afinal estas crianças nascidas por meio de uma cesárea não passaram pelo canal vaginal, como acontece com os pequenos que vieram ao mundo via parto normal.
Saiba como é feito o parto cesárea. E veja quando a cesárea é necessária.