Adenomiose uterina: entenda o que é e quais os sintomas

Kelly Ferreira
Veja tudo o que você precisa saber sobre adenomiose uterina

Saber identificar a adenomiose uterina é importante para evitar que a doença se agrave

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A adenomiose é caracterizada pela invasão de tecido do endométrio — camada externa do útero — no miométrio — a parede muscular interna do útero. Assim, a adenomiose uterina pode ser definida como uma doença que provoca um espessamento dentro das paredes do próprio útero, trazendo sintomas que exigem atenção e cuidado.

Tendo isso em vista, vamos explicar o que é adenomiose, suas causas e os principais sintomas que ela provoca. Veja quais são os perigos dessa doença e a relação dela com a infertilidade. Confira, também, como é feito o diagnóstico e o tratamento. Além da importância da avaliação médica para minimizar os efeitos desse problema. Boa leitura!

Afinal, o que causa a adenomiose uterina?

Ainda que a adenomiose uterina seja uma doença descoberta há muito tempo, não está muito claro o que a causa. Porém, há algumas suposições que estão em estudo. Estas serão úteis para confirmar a origem de uma patologia que gera preocupação no meio médico, pela gravidade dos seus sintomas.

Alguns especialistas dessa área defendem que o distúrbio pode ser causado por problemas congênitos, como os que provocam a má-formação uterina durante a fase embrionária. Mas, por outro lado, a ideia mais aceita é que a adenomiose surja durante a adolescência ou mesmo na fase adulta.

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Diferença de um útero saudável de um com adenomiose uterina
Shutterstock Na 1ª imagem, um útero saudável. Na 2ª, um que apresenta adenomiose uterina

Quais são as principais situações que podem provocar a adenomiose uterina?

De acordo com a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), a adenomiose uterina é mais comum entre 40 e 50 anos de idade. Porém, a doença também afeta meninas após a primeira menstruação, a chamada menarca. Devido aos traumas provocados no útero, e que podem romper a barreira muscular que separa o endométrio do miométrio, a adenomiose pode surgir após a gravidez.

Além disso, procedimentos como cesariana, curetagem e ligadura de trompas também aumentam as chances do desenvolvimento da adenomiose. Há evidências de que esse problema também pode ser desenvolvido por descontrole dos hormônios femininos. Nesses casos, a tendência é que a doença melhore depois da menopausa.

Portanto, alguns procedimentos após o parto influenciam o desenvolvimento da adenomiose, inclusive em mulheres mais jovens. Pacientes submetidas a cirurgias no útero e que necessitam de curetagem tornam-se mais vulneráveis à disfunção. Outros fatores relevantes são a primeira menstruação precoce e os ciclos menstruais irregulares ou curtos.

Quais são os sintomas mais comuns?

Para facilitar a sua compreensão sobre as principais características dessa doença, vamos listar seus principais sintomas. Leia com atenção e aprenda a identificar o problema:

  • aumento da quantidade e duração do fluxo menstrual;
  • barriga inchada mesmo fora do período menstrual;
  • gases, prisão de ventre frequente e dor ao evacuar;
  • cólicas muito fortes durante a menstruação;
  • dor ou desconforto durante o ato sexual.

Vale destacar, ainda, que toda mulher que já teve filho precisa prestar atenção a esses sinais. Pois, em alguns casos, os primeiros sintomas de adenomiose surgem em até 2 a 3 anos depois do parto. Mesmo que seja parto normal, é importante ficar atenta se houver algum sintoma suspeito, para buscar ajuda médica o quanto antes.

A adenomiose uterina também pode provocar sérias complicações durante a gestação. As mais preocupantes são a gravidez ectópica, quando o feto se forma fora do útero, ou o aborto. Nesses casos, a orientação é fazer o acompanhamento regular com o médico obstetra.

Existe relação entre adenomiose e infertilidade?

A adenomiose é uma doença muito parecida com a endometriose e também está incluída entre os fatores favoráveis à infertilidade. Assim como na endometriose, ela provoca dores fortes e sangramentos excessivos durante a menstruação, principalmente em mulheres que já tiveram filhos.

Há evidências de que a adenomiose seja uma doença feminina relacionada às causas da infertilidade, em especial em mulheres com idade maior do que 40 anos. Isso acontece porque ela provoca um processo inflamatório nas células do tecido que revestem o útero.

No entanto, é necessário destacar a principal diferença entre a adenomiose e a endometriose. Enquanto, na primeira, o tecido endometrial mais espesso invade a própria parede do miométrio e causa inflamação e dor, na endometriose, as células inflamadas podem cair nos ovários ou até na cavidade abdominal, crescer e sangrar.

Como diagnosticar a adenomiose uterina?

O diagnóstico da adenomiose exige a realização de um exame minucioso pelo ginecologista. Além da análise dos sintomas e do histórico de saúde da mulher, o médico vai requerer exames importantes, como a ressonância magnética. Relatos de queixas sobre dificuldade para engravidar também são considerados para a confirmação da doença.

Além da ressonância, dependendo do caso, ainda podem ser necessários exames de imagem, principalmente a ultrassonografia transvaginal ou histerossonografia. Tais exames são específicos para avaliação do espessamento do útero, uma das principais características da adenomiose. A análise do aspecto do útero também é relevante, pois ele pode ficar maior, amolecido e doloroso.

O ginecologista vai solicitar alguns exames para diagnosticar a adenomiose uterina
Shutterstock No caso de sintomas, consulte um ginecologista para investigar a adenomiose uterina

Como é feito o tratamento?

Aqui, vale frisar que ter adenomiose não significa que a mulher será estéril. Esterilidade é diferente de infertilidade, já que o segundo caso é possível uma reversão. Portanto, há tratamentos voltados para a correção dos problemas provocados pela doença e que podem possibilitar uma gravidez.

Por tal razão, o diagnóstico precoce é fundamental, pois as condutas serão definidas pelos médicos conforme o grau de comprometimento do problema. O uso de medicamentos que impedem ou reduzem o espessamento do tecido endometrial para dentro do miométrio é um dos meios de controle da adenomiose.

Listamos mais algumas práticas que ajudam a diminuir o impacto dessa doença feminina na qualidade de vida. Confira:

  • uso de anti-inflamatórios – ajudam no alívio da dor e no controle da inflamação;
  • terapia com remédios hormonais – são usados quando a adenomiose ocorre por influência de hormônios;
  • cirurgia – indicada quando há necessidade de retirada do excesso de tecido endometrial do útero;
  • histerectomia – procedimento cirúrgico para retirada completa do útero, indicado para os casos mais graves, em que, geralmente, os ovários são preservados.

Como você percebeu, ainda que a adenomiose uterina seja uma doença preocupante e muito comum, é possível evitar a evolução para situações mais graves. Como a que exige a retirada do útero, por exemplo. Assim, o acompanhamento médico regular é essencial para manter a saúde em dia e controlar problemas semelhantes.

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