Estes bebês recém-nascidos choram por drogas e não por leite
A epidemia dos opioides está fazendo com que cada vez nasçam mais bebês viciados em drogas
Bebês recém-nascidos que choram desesperadamente, mas o motivo não é fome, sono, cólicas ou fralda suja, mas sim drogas. Cada vez mais é isto o que se vê nos hospitais dos Estados Unidos. Isto porque o país está sendo assolado pela epidemia dos opioides.
Opioides são remédios derivados da papoula, planta que também é usada para produção de ópio e heroína. E nos últimos anos, o país norte-americano tem vivido uma crise de saúde pública por causa do uso indiscriminado destes medicamentos. No começo, os remédios são prescritos por médicos, mas acabam viciando milhares de pessoas. Já foi revelado que alguns médicos inclusive receberam propina de empresas farmacêuticas, como a Insys Therapeutics, para receitar esses medicamentos viciantes para pessoas que não necessitavam deles.
De acordo com o jornal norte-americano The New York Times, a cada 15 minutos nasce um bebê nos Estados Unidos que foi exposto a drogas na gestação. No estado norte-americano da Virgínia, 14% dos recém-nascidos foram expostos a drogas na gestação.
O caso está tão grave que diversas maternidades e hospitais no país, como o CAMC Women and Children’s Hospital, estão buscando voluntários para dar carinho a esses recém-nascidos.
Os recém-nascidos viciados em opioides costumam ter sintomas como tremor incontrolável, choro estridente e manchas na pele. De acordo com o The New York Times, em alguns casos os médicos precisam dar um pouco de drogas para estes recém-nascidos para poder realizar o processo de abstinência. “As enfermeiras saem chorando no final do dia de trabalho”, contou o médico Stefan Maxwell ao The New York Times.
O médico inclusive revelou imagens de um dos recém-nascidos que nasceu viciado em opioides. “Ele não está dormindo, não está comendo, não está crescendo. É um desastre”, desabafou o Dr. Maxwell sobre o pequeno. Alguns recém-nascidos começam a experienciar a síndrome de abstinência assim que o cordão umbilical é cortado.
O jornal ainda revelou que 85% destes recém-nascidos são frutos de gestações não planejadas e que a grande maioria das mães sentem grande culpa. “A maioria destas mães têm boas intenções. A grande maioria ama seus filhos e sente uma culpa tremenda”, contou o médico neonatologista do Ruby Memorial Hospital, Dr. Cody Smith ao jornal.