Casal adota bebê de 11 meses que teve 15 ossos fraturados
O bebê nascido em uma reserva de nativos americanos foi hospitalizado com apenas 5 meses
Kain tinha apenas 5 meses quando foi vítima da Síndrome do Bebê Sacudido, uma lesão cerebral grave, decorrente do balanço agressivo de crianças pequenas. Aquele trauma que fez com que o pequeno fosse socorrido às pressas, deixaria sequelas em sua vida para sempre.
O pequeno nasceu Montana, em uma reserva de nativos americanos. Chegou ao hospital de avião e em um estado de emergência, com hemorragia nos dois olhos e o cérebro sangrando. Quando foi tirado dos pais biológicos, passou a viver com uma tia. Mas devido a uma nova série de agressões, foi parar em um abrigo. O garotinho chegou para a fila de adoção com apenas 10 meses de vida, pesando 8 quilos, com 15 ossos quebrados, além de marcas de mordidas e estrangulamentos.
“Ele tinha onze meses quando entrou em nossa família. Brincamos que tivemos nosso filho no estacionamento do hospital, porque foi lá que o entregaram para nós”, relembra Hayley Munroe Blevins, mãe adotiva de Kain. Foi então que os pais começaram uma incessante jornada de consultas médicas. Os pediatras logo perceberam um grande atraso mental que fazia o menino se comportar como uma criança de três meses.
O pequeno também apresentava uma miopia muito alta, que exigia monitoramento constante e possivelmente resultaria na perda total da visão. “Nos disseram que ele não poderia andar, falar e que provavelmente teria que ser alimentado por alguém pelo resto da vida. Como pais isso era algo horrível de se ouvir”, afirma Hayley.
A família proporcionou ao filho muitos tratamentos de saúde, incluindo fisioterapia, fonoaudiologia e outros recurso existentes. Isso significava três consultas diferentes a cada semana. Além de repetidas visitas de assistentes sociais até que a adoção legal fosse concluída.
Kain virou oficialmente filho dos Blevins em agosto de 2019 e o processo não foi nada fácil. Por ter nascido em uma reserva de nativos americanos, a prioridade era que ele permanecesse com membros de sua tribo. Apenas depois da mãe biológica e de parentes próximos rejeitarem ficar com o menino, a adoção foi encaminhada. “Ainda mantemos o contato com eles, incluindo com a irmãzinha de Kain. Sempre que possível vamos encontrá-los”, diz Hayley.
Mesmo com todos os esforços, o garotinho perdeu a audição de um ouvido devido a uma forte infecção e ficou doente muitas vezes, já que seu sistema imunológico é baixo. Mas, contrariando todos os prognósticos médicos iniciais, meses depois ele passou a engatinhar. E aos 16 meses Kain conseguiu andar! “Ele não era muito bom nisso, mas podia fazer!”, alegra-se a mãe. O pequeno ainda pode dizer suas primeiras palavras com 15 meses e, hoje, aos 3 anos de idade não tem atrasos extremos em nenhuma área.
“Ainda estamos lidando com as lutas que o futuro nos reserva. Ele provavelmente terá muitas consultas médicas ao longo de sua vida e precisará de educação especial. Sempre nos preocupamos quando ele cai ou se vai bater a cabeça. Teremos que lidar com isso todos os dias, mas Kain venceu todos os objetivos que estabelecemos para ele. Sabemos que fará grandes coisas”, conclui a mãe orgulhosa.