Gêmeas, unidas pela cabeça, são separadas em cirurgia histórica
As gêmeas nasceram com uma anomalia muito rara e conectadas pela cabeça
Abigail e Micaela são gêmeas que nasceram com uma doença rara. Porém, as duas passaram por uma cirurgia que entrou para a história da medicina. Aos 9 meses de vida, as irmãs que eram unidas pela cabeça foram separadas.
A cirurgia realizada no Hospital Infantil UC Davis, em Sacramento, nos Estados Unidos, durou cerca de 24 horas. E foi um verdadeiro sucesso! “Tudo correu muito bem. A princípio, parecia quase impossível separá-las. Contudo, Deus, os médicos e as enfermeiras tornaram isso possível. Estamos muito gratos”, afirmou Liliya Miroshnik, mãe das bebês, em entrevista à People.
O hospital, inclusive, acompanha o caso das garotinhas antes mesmo delas nascerem. De acordo com um comunicado, os pais descobriram as condições das filhas desde a 11ª semana de gestação. Ao mesmo tempo em que ficaram surpresos com o diagnóstico, a mãe começou um acompanhamento de pré-natal mais detalhado.
Miroshnik e o marido, Anatoliy Bachinskiy, já eram pais de três meninos, quando engravidaram novamente. “À primeira vista, eu não conseguia processar. Quando cheguei em casa, meu esposo me disse que tudo iria ficar bem. Afinal, são nossas filhas e as amamos”, relembra a mãe.
Ao passo que o tempo foi passando, os riscos de as meninas ficarem unidas aumentaram. Por isso, os médicos decidiram prepara-las para a cirurgia. Do contrário, órgãos compartilhados poderiam se tornar maiores ou mais entrelaçados, o que inviabilizaria o procedimento.
Nesse meio tempo, a equipe do hospital estudou a fundo cada detalhe do caso. Eles ainda fizeram modelos 3D dos crânios das meninas. Além de estimularem o crescimento da pele da cabeça das siamesas. Justamente para que depois de separadas, existisse tecido suficiente para cobrir a área exposta.
“É uma anomalia rara. Existem pouquíssimas crianças nascidas com ela. Todavia, existe um número ainda menor que são capazes de aguentar a separação. E, com sorte, sair dois bebês saudáveis”, explica o Dr. Michael Edwards, um dos responsáveis pela cirurgia.
Ao longo do procedimento, mais de 30 profissionais foram acionados. Cada “equipe” utilizou toucas de cores diferentes que designavam suas respectivas funções. “Foi como um balé coreografado. Por fim, todos nós fomos tomados por muita emoção e alegria. Nunca mais vou ver 3:28 (horário em que a cirurgia terminou) em um relógio e não me lembrar do momento que Abi e Mica se tornaram dois bebês”, garante Aida Benitez, chefe da enfermagem.