Síndrome do ninho: o que é, como identificar e como lidar?
A síndrome do ninho deixa a gestante com muita energia para colocar a casa em ordem antes do dia do parto
Também conhecida como Síndrome do Ninho Arrumado — ou “Nesting”, em inglês — a síndrome do ninho é um fenômeno muito comum no final da gestação. Nessa fase, as gestantes têm uma vontade súbita de faxinar a casa. É um impulso muito forte e que afeta mais as mamães de primeira viagem, pois elas querem deixar “o ninho” arrumado para a chegada do bebê.
Muitas grávidas ficam mais ansiosas com a aproximação do dia do parto e querem limpar a casa e preparar bem o quartinho do pequeno e as coisinhas dele. Mas fique calma, pois preparamos este artigo para ajudar você a entender o que é a síndrome do ninho, ter mais cuidados dentro de casa e aprender a lidar melhor com essa condição.
Aproveite a leitura!
O que é a síndrome do ninho?
Esse impulso que acontece com muitas gestantes no último trimestre de gravidez é comparado à situação observada entre as aves. Assim como elas preparam o ninho para garantir um ambiente mais seguro, livre de predadores e confortável para seus ovos, as mamães também experimentam essas sensações.
Mesmo aquelas mulheres que antes da gravidez não eram muito habituadas a limpeza, passam a ter uma vontade praticamente incontrolável de limpar e organizar a casa, os objetos e roupas do novo membro que vai chegar. Às vezes, as coisinhas do bebê já foram arrumadas várias vezes, mas você sente que precisa reorganizar e dar mais uma conferida, não é?
Porém, não se preocupe, pois a síndrome do ninho acontece com muitas grávidas. Ela exige mais cuidados das gestantes no trabalho, principalmente em mulheres que esperam o primeiro filho. Como em tudo na vida, as primeiras experiências sempre geram alguma insegurança. Contudo, isso não deve ser motivo para preocupação em excesso.
No final da gravidez, o melhor a ser feito é compartilhar as expectativas, cuidar da saúde física e emocional e evitar riscos de incidentes que comprometem o bem-estar na gestação. Procure deixar esse impulso de limpeza um pouco de lado, separe mais tempo para descansar e relaxar a mente para estar pronta para receber o seu filho com alegria.
Como identificar a síndrome do ninho?
Alguns sinais podem ajudar as mamães ou os familiares da gestante na identificação da síndrome do ninho. Vale lembrar que os sintomas podem ocorrer em diferentes graus e variam muito de uma gestante para outra.
Também pode ser que alguma mulher tenha um ou outro sinal desse devido à personalidade dela. Nesse caso, não necessariamente significa que ela esteja com o problema. Geralmente, o diagnóstico da síndrome é definido quando há vários fatores em conjunto.
Observe, então, quais são as principais características observadas nas grávidas com síndrome do ninho:
- algumas grávidas passam a arrumar o quarto do bebê e a lavar as roupinhas muitas vezes na mesma semana;
- surge um ganho de energia extra para faxinar a casa todos os dias. Essa disposição é quase irreconhecível para quem já está com um grande barrigão;
- aparece uma vontade repentina de trocar a mobília de lugar ou de mudar a decoração da casa;
- algumas mulheres conseguem até faxinar em momentos incomuns como na madrugada, já que o sono, que geralmente aumenta na gravidez, desaparece devido à preocupação com a casa;
- surge uma necessidade incontrolável de tomar banho e lavar as mãos a todo momento;
- algumas mamães chegam a ter insônia pensando no que poderia ter limpado durante o dia, mas não deu conta;
- aparece uma vontade de juntar as tralhas ou objetos que não usa e jogar tudo no lixo;
- algumas deixam atividades importantes de lado para limpar novamente aquele cantinho que parece que não ficou bem limpo;
- sintomas de hiperatividade pode ocorrer, sem conseguir descansar enquanto tudo não estiver perfeitamente arrumado;
- desejo de afastar das pessoas e evitar receber visitas para não sujar a casa;
- nos casos mais graves, há mulheres que evitam receber até os parentes próximos porque têm medo de contaminar a casa e o bebê ficar doente depois;
Por que a síndrome do ninho acontece?
A tão conhecida síndrome do ninho é um comportamento que surge em muitas gestantes no último trimestre de gravidez. Há vários fatores que influenciam essa condição na gravidez. As mulheres passam a ter sensações de que a casa ainda não está pronta para a chegada da criança.
Muitas são dominadas pelo sentimento de que é preciso se dedicar à faxina diária para que tudo esteja devidamente preparado antes do parto. É comum que gestantes com esse impulso tenha comportamentos extremos e até arriscado. Algumas, mesmo em estado adiantado de gravidez, sobem escadas para limpar luminárias ou mesmo alguma sujeirinha que percebeu no teto.
A principal questão que sustenta esse fenômeno é a ansiedade, principalmente quando é o primeiro filho. Por tal motivo, é comum que as mulheres que deveriam procurar tarefas e atividades mais leves se dediquem tanto a faxinar a casa. Elas querem ocupar o tempo, até mesmo com atividades perigosas para essa fase, para tentar aliviar a pressão da chegada do dia do parto.
Muitas grávidas alegam que aparece uma sensação descontrolada e que, por isso, elas não conseguem resistir ao impulso de limpar a casa. A justificativa é fazer o máximo para que o bebê encontre tudo arrumadinho e limpo. Afinal, após o parto, elas terão que se dedicar inteiramente ao filho e não poderão mais fazer esforço com limpeza.
Por isso, elas não conseguem vencer a ansiedade causada pela fase final da gestação. Muitas preferem se ocupar com essas tarefas para não ficar pensando em sentimentos negativos e que levam à insegurança de alguma coisa sair do controle no momento do parto. Entretanto, é preciso ter cuidado, já que esses esforços excessivos podem resultar em problemas ou complicações para a mulher e o feto.
Como lidar com a síndrome do ninho de forma saudável?
Aprender a lidar com a síndrome do ninho arrumado é muito importante para evitar que surjam problemas ou acidentes durante a fase final da gestação. Por essa razão, se esse comportamento for identificado, o ideal é entender que essa vontade maluca de pôr a mão na massa precisa encontrar um ponto de equilíbrio.
É certo que são momentos delicados da vida, mas que precisam ser bem administrados para tornar a experiência da maternidade mais positiva e feliz. Ou seja, se você não conseguir mesmo frear esses impulsos, a orientação é envolver-se em atividades alternativas como ioga, meditação e ouvir música para gestante para acalmar a mente e o coração.
É importante analisar a rotina para diferenciar se o comportamento é normal ou se já evoluiu para um quadro patológico e preocupante. O primeiro passo é conversar com o companheiro ou com algum membro da família. Ouça opiniões e tente se ajustar a um padrão de normalidade em sua rotina.
Isso não significa que você esteja em paranoia ou com características de loucura, muito pelo contrário! Ter a consciência da necessidade de buscar ajuda familiar ou mesmo de um profissional, demonstra bastante lucidez e responsabilidade materna. A maior prova de amor e carinho para o seu filho é adotar uma postura de proteção da sua saúde e da dele, concorda?
Mediante isso, para ajudar você a ter mais equilíbrio nessas situações, listamos algumas sugestões. Leia com atenção e veja se você consegue incluí-las em seu dia a dia para amenizar os sinais sugestivos da síndrome do ninho e ter um final de gravidez mais saudável. Confira:
- procure avaliar as tarefas que são realmente necessárias e faça apenas o básico;
- tente deixar a limpeza pesada para outras pessoas. Assim, você e o bebê não correm riscos;
- se achar necessário, contrate uma faxineira, diarista ou alguém que possa ajudá-la a retirar tudo o que incomoda você;
- em vez de realizar os trabalhos mais difíceis de limpeza, aceite ajuda. Muitas tarefas podem ser realizadas pelo pai ou por outras pessoas da casa;
- tenha cuidado para que a ansiedade não influencie o consumo de alimentos não recomendados para gestantes;
- evite, ao máximo, carregar peso e não se exponha ao contato com produtos químicos com cheiro muito forte. Eles podem provocar tontura, dores de cabeça e vômito;
- na hora de fazer as tarefas domésticas, procure usar roupas mais confortáveis e fresquinhas. Além do seu bem-estar, elas permitem maior liberdade para os movimentos.
Por que a ajuda psicológica é importante na gestação?
Quem já passou pela experiência de gerar um filho sabe que isso traz inúmeras mudanças ao corpo e à mente. Além disso, a gravidez é um fenômeno que resulta em necessidade de transformações não somente na rotina da casa, mas também na vida pessoal. Assim, esse período da vida traz mudanças que requerem um suporte de um profissional especializado.
A ajuda terapêutica é essencial para auxiliar o casal no enfrentamento de situações que geram insegurança durante a gestação. Por tal razão, atualmente é aconselhável fazer também o pré-natal psicológico. Enquanto o ginecologista obstetra acompanha as condições de saúde física da mãe e do feto, o terapeuta ajuda no cuidado emocional.
Esse acompanhamento psicoterapêutico pode ser mensal ou de acordo com a necessidade da gestante. Se houver situações em que a presença do companheiro seja importante, isso deve ser combinado com o profissional. O mais importante é contar com esse apoio para lidar melhor com as emoções e esclarecer as dúvidas comuns como sobre o sexo na gravidez, por exemplo.
Além dessas, listamos outras situações em que a busca de ajuda psicológica é recomendada. Veja quais são!
Sentimentos de medo e insegurança
Para ser uma boa mãe é preciso estar disposta a buscar ajuda quando necessário e ter a consciência da necessidade de aprender sempre. Não existem fórmulas prontas sobre como criar ou educar filhos. Ainda mais em uma sociedade em que os valores mudam rapidamente e influenciam o comportamento de todos.
Assim, a insegurança e o medo de não saber criar o filho é muito comum entre os casais, principalmente entre os mais jovens. Nesse sentido, a ajuda profissional é muito importante, já que é necessário saber lidar com situações diversas e que envolvem condição social e problemas comuns entre mães e pais solteiros, por exemplo.
Risco de depressão pós-parto
Por razões culturais, a gravidez é uma condição muito romantizada pela mídia. Isso leva à ansiedade e aos desequilíbrios emocionais que podem aumentar o risco de depressão pós-parto. Muitas mamães preferem esconder suas angústias porque têm medo de julgamentos alheios ou vergonha de pedir ajuda. Porém, buscar apoio psicológico faz toda a diferença nesses momentos.
Cuidados com a saúde mental
O atendimento psicológico durante a gestação é fundamental para ajudar a lidar melhor com questões mentais e emocionais que podem atrapalhar a relação conjugal. Ter boa condição emocional é essencial para cumprir as responsabilidades exigidas pela maternidade e paternidade e tornar a gestação mais saudável.
Quando buscar uma ajuda profissional para lidar com a síndrome do ninho?
A síndrome do ninho é mais comum do que se imagina e exige atenção especial quando os sinais e sintomas se tornam muito difíceis de serem controlados. Nessas circunstâncias, há necessidade de buscar ajuda profissional para ajudar a mulher no alívio da carga emocional negativa que está sobre ela.
Quando o nível de sintomas ultrapassam os limites normais e a gestante não consegue perceber que o seu comportamento é arriscado para ela e o filho, o caminho mais indicado é a psicoterapia. Por meio de um profissional é possível ajudar a mulher a compreender que de nada adianta “preparar o ninho” e não se preocupar com a saúde do filhote.
Por fim, vale lembrar sobre a importância da terapia para a mulher entender que nas semanas mais próximas do parto, há riscos de rotura de bolsa e de parto prematuro, caso seja feito muito esforço. Além do mais, o repouso é aconselhado por ser uma forma de poupar energia para ser utilizada no momento do parto, principalmente se for parto normal.
Portanto, saber lidar com a síndrome do ninho nem sempre é fácil e, por isso, o final da gravidez é uma fase delicada e que exige atenção e cuidados com a saúde. Isso torna fundamental conhecer os sinais que indicam esse fenômeno e buscar ajuda profissional quanto antes para proteger a vitalidade da mãe e do filho.
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