Conheça trágica história deste menino que passou vida em uma bolha
Este menino passou a vida inteira dentro de uma bolha e sua história inspirou filmes e ganhou fama
Pouco após o menino David Phillip Vetter nascer no dia 21 de setembro de 1971 os médicos já notaram que havia algo errado. “Eu ouvi os primeiros sons da vida e ele foi colocado em uma bolha isolada ao meu lado, no começo nós achamos que o sistema imunológico dele só estava demorando para desenvolver”, relatou a mãe de David, Carol, em entrevista ao jornal The New York Times.
Contudo, o sistema imunológico de David não reagiu e nem iria reagir. Os médicos diagnosticaram que o pequeno sofria com imunodeficiência combinada grave (SCID). Esta doença faz com que seu corpo tenha baixos níveis de anticorpos (imunoglobulinas) e um número baixo ou ausente de células T (linfócitos). Resumindo: qualquer bactéria ou vírus presente no mundo exterior poderia ser fatal para David.
Para evitar o contato com o mundo exterior que poderia tirar sua vida, David passou a viver em uma bolha completamente esterilizada. “Foi difícil perceber que o sistema imunológico dele não ia funcionar, então eu confiei que a ciência ia encontrar uma cura para ele no ano seguinte, e no ano seguinte…”, contou a mãe.
Os anos foram passando e David foi vivendo dentro de uma bolha. Sua história atraiu a atenção da imprensa e da população. “David era único e as pessoas prestam atenção em pessoas que são únicas. Quando ele tinha 9 anos ele olhou para mim e falou: ‘eu sou uma estrela, eu não tenho que limpar minha bolha’. E eu pensei que ele estava falando sobre ser uma estrela no céu e eu respondi: ‘sim, você é, você ilumina meu mundo’. E ele respondeu: ‘bom não este tipo de estrela, eu sou famoso’”, relatou a mãe.
A história de David até inspirou um filme de 1976 chamado ‘O menino da bolha de plástico’ e estrelado pelo ator John Travolta.
David ainda pode começar a sair um pouco de casa graça ao uso de uma roupa parecida com as dos astronautas. Quando ele tinha 12 anos, os médicos estavam avançando no tratamento desta doença com o transplante de medula.
Ele realizou o transplante de medula aos 12 anos, a ideia é que com o transplante David poderia desenvolver um sistema imunológico, mas não foi o que aconteceu. David faleceu duas semanas após o transplante. “Não havia nada diferente até que no ano novo sua temperatura aumentou e no dia seguinte aumentou de novo. O que não estava previsto aconteceu e ele morreu”, contou a mãe.
Carol decidiu que a morte de seu filho não seria em vão. Ela passou a advogar por mais pesquisas sobre SCID. Atualmente, a ciência já avançou muito no tratamento desta doença por meio do transplante de medula. Agora, crianças que nascem com este problema podem ser salvas se tem o diagnóstico precoce e passam pelo transplante nos primeiros meses de vida, antes de contraírem uma infecção grave.