Recém-nascido: o que é preciso saber sobre eles? Veja um guia completo!
O recém-nascido demanda dedicação e carinho; veja todos os cuidados de que ele precisa
A chegada de um bebê é motivo de muita alegria e felicidade. Porém, ao mesmo tempo, há a mistura desses sentimentos com insegurança e preocupações. Afinal, como cuidar de um recém-nascido? Se você também tem muitas dúvidas sobre o assunto, saiba que não está só.
Independentemente se são pais de primeira, segunda ou mais viagens, é sempre bom se manter informado, já que as orientações mudam de acordo com novos estudos e que cada criança é diferente uma da outra. Portanto, é necessário estar preparado para o que der e vier.
Pensando em ajudar nessa missão, trazemos este guia completo sobre o recém-nascido contendo informações e dicas importantes sobre os primeiros dias de vida do bebê. Para conferir, basta continuar a leitura. Vamos lá?
A importância do pré-natal
O pré-natal é o acompanhamento da gestação, a fim de garantir a saúde da mamãe e do bebê. Sendo assim, a melhor hora para iniciá-lo é no instante em que o teste der positivo. Aliás, você sabia que ele pode começar até mesmo antes disso?
Pois bem, em caso de gravidez planejada, é interessante buscar ajuda médica para iniciar os exames e os suplementos alimentares adequados. As primeiras semanas de gestação são muito delicadas e é durante esse período que alguns exames importantes são feitos, como o ultrassom de translucência nucal que detecta malformação no feto, incluindo a Síndrome de Down.
A OMS (Organização Mundial da Saúde), recomenda um mínimo de seis consultas ao longo dos nove meses. Entretanto, pode ser que esse número seja maior, como diz o ginecologista obstetra Sérgio Floriano Toledo, médico especialista da Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia:
O número ideal de consultas são seis, isto quando se trata de uma gestante de baixo risco. Porém, há casos tão complexos que fazem com que eu veja a paciente duas vezes por semana.
Nessas visitas médicas, o profissional fará todo o acompanhamento monitorando dados relevantes, como peso da mãe, medidas do bebê, taxas de glicose, entre outros. É durante o pré-natal que se pode diagnosticar problemas que afetam a saúde da mãe e do bebê, mas muitos deles têm tratamento. Por exemplo, a diabetes gestacional e a hipertensão são condições que, se não tratadas, põem a vida de mãe e filho em risco, mas que podem ser facilmente controladas.
Além disso, é possível identificar más-formações fetais que, muitas vezes, podem ser resolvidas até mesmo dentro do útero. Dessa maneira, o pré-natal é importantíssimo e deve ser feito com muito rigor.
Logo após o nascimento, também são feitos alguns exames a fim de saber se está tudo bem com o bebê, como o teste do pezinho e o da orelhinha. Geralmente, eles são realizados na maternidade, antes da alta hospitalar.
Os tipos de choro
O choro é a maneira que os bebês têm de se comunicar conosco. Toda vez que algo acontece e deixa o pequeno insatisfeito, ele vai chorar. Mas como saber do que ele precisa? Felizmente, os choros têm características diferentes conforme a necessidade do recém-nascido. Assim, se conseguirmos identificá-la, fica mais fácil ajudar.
Choro de fome
Esse tipo de choro é rítmico e repetitivo. O bebê movimenta a cabeça para procurar o peito da mãe e fica bastante irritado. Antes de oferecer a amamentação, é interessante acalmar o pequeno, pois, caso contrário, ele pode engolir ar e ter mais gases, que provocam as temidas cólicas.
Choro de dor
O choro de dor é bem angustiado e acompanhado de expressões de incômodo. Em recém-nascidos, logo desconfiamos de cólicas. Nesse caso, o bebê também levanta as perninhas, contraindo o abdômen. Se nenhuma das providências para aliviar as cólicas resolverem, procure medir a temperatura corporal, observar outros sintomas e procurar o pediatra, se for necessário.
Choro para sair do colo
Geralmente, os bebês choram no colo porque se sentem incomodados com o calor e querem se refrescar. O choro desse tipo é impaciente e o pequeno se expressa fazendo movimentos descoordenados, como se quisesse ganhar espaço.
Choro de sono
O choro de sono é aquele inconsolável, no qual o pequeno até perde o fôlego. Você já checou tudo quanto é condição que pode incomodar, como fome, dor, etiqueta espetando, mas nada resolve. Nessas horas, o melhor é procurar por um ambiente aconchegante e propício para o sono.
Um banho para relaxar, o quarto à meia-luz e músicas bem suaves podem ajudar na missão de fazer com que o bebê durma mais facilmente.
O primeiro cocô
O primeiro cocô do recém-nascido se chama mecônio e pode assustar os mais desavisados. Isso porque sua coloração pode ser bem escura, quase preta. “É um cocô formado por bílis, restos de células e líquido amniótico deglutido. Geralmente, é eliminado nos primeiros três dias de vida do bebê”, explica Vanessa Mouawad, pediatra neonatologista da Maternidade Pro Matre, Hospital Albert Einstein e Hospital São Luiz
Mas não se preocupe, em pouco tempo a coloração e a textura se modificam dando origem ao cocô feito a partir do leite, seja materno ou fórmula infantil. Aliás, há diferença nos tipos de cocôs dependendo de qual leite o bebê mama.
Quando se tem um bebê, qualquer tipo de nojo ao cocô deve ser superado. Ainda mais porque as fezes falam muito sobre a saúde da criança. Você pode perceber que algo não está certo quando o cocô está diferente do habitual. Sendo assim, não se esqueça de observar a fralda suja antes de jogá-la no lixo e de informar o pediatra se notar alguma alteração.
A lanugem no recém-nascido
A lanugem ou lanugo, como também é chamada, é um tipo de pelo bem fino e delicado que cobre todo o corpo do bebê ainda no útero. Ele não aparece apenas em lábios, palmas das mãos, solas dos pés e genitais. A sua função é fixar o vérnix, uma camada gordurosa que recobre a pele do bebê.
Os dois juntos, vérnix e lanugem, têm o papel de proteger a pele do pequeno dentro do líquido amniótico, fazendo uma barreira antimicrobiana. Pouco tempo antes do parto, o lanugo se desprende do corpo do bebê. Entretanto, algumas crianças nascem com essa penugem, principalmente as prematuras. Se o seu filho nascer assim, não se preocupe, logo os pelos cairão, ainda nos primeiros meses de vida.
A importância da amamentação
A amamentação é algo que causa muita preocupação e, até mesmo, frustração nas mamães que não conseguem amamentar logo no início. Primeiramente, é preciso reforçar que amamentar demanda paciência e persistência.
Ao contrário do que se pode pensar, a mulher não nasce sabendo amamentar, assim como o bebê não nasce sabendo mamar. É um aprendizado mútuo e que exige muito carinho e dedicação. Para algumas mamães, pode não ser algo fácil. Por isso, todo suporte e orientação são bem-vindos.
O leite materno é um alimento completo. Nele há todos os nutrientes que o bebê precisa pelos próximos seis meses de vida, incluindo vitaminas, minerais, anticorpos e água. Sendo assim, as crianças que mamam exclusivamente no peito não precisam de nenhum outro alimento ou líquido a não ser o leite materno.
Chás e sucos não são recomendados, pois o sistema digestório do bebê não está preparado para receber qualquer outro tipo de alimento, se não o leite materno. Além disso, essas bebidas, incluindo a água, ocupam espaço no estômago do bebê, reduzindo a ingestão de leite e, consequentemente, de nutrientes nas quantidades adequadas, o que pode resultar na perda de peso.
Os banhos de sol para o recém-nascido
Tomar um pouco de sol todos os dias é capaz de trazer muitos benefícios aos bebês. A vitamina D é uma substância que ajuda na absorção do cálcio pelo organismo e é sintetizada pelo próprio corpo quando exposto aos raios solares sem proteção.
Além disso, a exposição ao sol aumenta a produção de serotonina e de melatonina. Esses dois hormônios são muito importantes. O primeiro age no bom humor e no bem-estar, enquanto o segundo na regulação do sono.
Dessa maneira, os banhos de sol ajudam no bom desenvolvimento de ossos e dentes. Além de deixar o bebê mais bem-humorado e com um sono mais regulado. Para ter todos os benefícios dos banhos de sol, é necessário seguir algumas recomendações:
- o horário do banho de sol deve ser antes das 10 da manhã ou depois das 17 horas;
- de 5 a 10 minutos é o suficiente no verão. No inverno ou nos dias nublados, 15 minutos. Podendo se estender, no máximo, a 30 minutos;
- sempre que possível deixar o bebê apenas de fralda. Entretanto, se estiver frio ou ventando, pode vesti-lo deixando apenas braços e pernas de fora;
- o local do banho de sol não precisa, necessariamente, ser externo. Uma janela que tenha bastante claridade e que os raios possam incidir diretamente sobre a pele já está ótimo;
- os banhos de sol não são recomendados em bebês prematuros ou que têm a pele muito sensível.
Existem algumas controvérsias sobre os benefícios do banho de sol e se eles são suficientes para cobrir os riscos da exposição solar. Por conta do efeito cumulativo, parte dos especialistas não recomendam expor as crianças ao sol sem proteção. Dessa maneira, é interessante pedir a opinião de um pediatra de confiança.
“Já os recém-nascidos não devem ser expostos ao sol diretamente. Atualmente, a recomendação é de que isso seja feito indiretamente. Utilizando roupas, chapéus ou sombrinhas”, ensina a Dra. Vanessa Mouawad.
A icterícia normal e a preocupante
Provavelmente, você já ouviu falar no famoso “amarelão”, que é quando a pele e, até mesmo, o branco dos olhos ficam com tom amarelado ou alaranjado. O nome disso é icterícia neonatal e grande parte dos bebês podem apresentar, sem maiores problemas, se tratado adequadamente.
Essa condição aparece quando o organismo do bebê não consegue metabolizar adequadamente a bilirrubina, o que é muito comum, pois o fígado pode não dar conta do acúmulo dessa substância nos primeiros dias de vida. O amarelão aparece por volta do segundo ou terceiro dia e dura, mais ou menos, dez dias. Exceto prematuros, que podem apresentá-lo por mais tempo.
O tratamento da icterícia é feito com banhos de luz, como explica o o pediatra Marun David Cury:
Trata-se de uma fototerapia com uma luz fluorescente especializada. É esperado que com o tratamento a cada 24 horas haja uma determinada diminuição e após chegar a um índice certo o bebê pode ir para casa.
Quando a coloração amarela surge depois desse período e dura mais que o esperado, pode estar associada a algum problema de saúde, como infecção urinária ou doenças congênitas. Nesse caso, é importante buscar ajuda médica para fazer o diagnóstico e receber o tratamento adequado.
As principais dicas de higiene para o recém-nascido
Manter a higiene do recém-nascido é imprescindível para evitar doenças. Afinal, o sistema imunológico do pequeno ainda está se fortalecendo, e todo cuidado é pouco para evitar problemas de saúde. A seguir, confira algumas dicas de como manter o bebê sempre limpo e protegido:
- troque a fralda a cada cocô ou xixi. Fralda molhada ou suja favorece as infecções e as assaduras;
- utilize algodão molhado em água morna para fazer a higiene do bumbum e da genitália, trocando de algodão a cada passada;
- nunca introduza as hastes de algodão dentro do ouvido do bebê, passe apenas por fora;
- para limpar o cotoco umbilical até que ele caia, por volta dos 15 dias de vida, aplique álcool 70º após o banho;
- mantenha as unhas do bebê aparadas para evitar arranhões.
Banho
A hora do banho no recém-nascido pode assustar os pais de primeira viagem. O bebê é tão delicado e pequeno que temos medo de acontecer algo. Mas não se preocupe, é bem tranquilo dar um banho relaxante. Veja as dicas:
- utilize banheira com suporte, pois facilita para você dar o banho;
- meça a temperatura da água com um termômetro, ela deve estar por volta de 36 °C;
- ensaboe e enxágue pequenas partes do corpo do bebê de cada vez, para que não escorregue;
- utilize sabonete líquido neutro;
- seque com uma toalha macia, de preferência que tenha uma fraldinha dentro, que ajuda a secar entre as dobrinhas e os dedos.
A alimentação nos primeiros meses de vida
Até os seis meses de vida, o único alimento do bebê deve ser o leite materno ou a fórmula infantil, para os casos em que, por algum motivo, a mãe não consiga amamentar no peito. A amamentação deve ser em livre demanda. Isso significa que o pequeno não deve ter horário para mamar, sendo amamentado sempre que quiser.
Como dissemos em outro tópico, no caso do aleitamento materno, não é necessário oferecer água ao bebê. No entanto, se o bebê mamar fórmula infantil, deverá receber água nos intervalos da mamada, de acordo com orientação do pediatra ou do nutricionista.
Com seis meses do bebê já pode ser iniciada a introdução alimentar, que é o período em que os alimentos sólidos serão apresentados ao pequeno. Tenha em mente que até um ano de vida o principal alimento do bebê é o leite, o restante é complemento. Depois dessa idade, se inverte as prioridades na alimentação.
Geralmente, as primeiras papinhas são as de frutas. Por serem agradáveis e palatáveis, é mais fácil aceitação por parte dos bebês, que até então só conheciam o leite. A partir daí, as papinhas salgadas são inseridas no cardápio até que o pequeno possa consumir a comida de toda a família.
Além das papinhas, existe o método BLW, Baby-Led Weaning, em que o bebê come com as próprias mãos os pedaços de frutas e de legumes cozidos. A pediatra Virginia Weffort explica:
A tradução do inglês significa o desmame guiado pelo bebê. Consiste em oferecer a comida em pedações e deixar que a criança coma sozinha.
É uma técnica eficiente para ensinar o gosto pelos vegetais, mas deve ser feita com cuidado. Sempre com acompanhamento de um adulto e com a orientação do nutricionista.
Os cuidados essenciais com o recém-nascido
Ter um recém-nascido em casa é ter uma rotina de cuidados que não podem ser deixados de lado. Eles garantem o bem-estar e a saúde do pequeno, sendo fundamentais para o bom desenvolvimento infantil. Veja mais algumas dicas finais:
- as visitas ao pediatra devem ser regulares: com cinco e 30 dias de vida. Depois, uma vez ao mês até um ano. Posteriormente, uma vez a cada três meses até dois anos e uma vez a cada seis meses até os sete anos. Além de, é claro, quando estiver doente ou apresentando algum sintoma;
- manter a carteira de vacinação em dia, pois garante que o pequeno fique protegido de diversas doenças que acometem as crianças;
- peça indicação ao pediatra sobre os medicamentos para ter na farmacinha, que possam ajudar em casos de dores, cólicas e gases; inclua também um bom termômetro.
O recém-nascido demanda de muito carinho e atenção. Ele tem necessidades que devem ser prontamente atendidas para assegurar o seu bem-estar. Por isso, mantenha-se sempre informado e orientado para oferecer os melhores cuidados ao seu filho.
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