Primeira gestação: o que uma mãe de primeira viagem precisa saber?
Mamães de primeira viagem costumam ter muitas dúvidas, confira as principais
A maternidade é realmente um misto de emoções. Ao mesmo tempo em que a vida se enche de alegria e felicidade desde o resultado positivo do teste de gravidez, surgem muitas dúvidas e incertezas, principalmente na mãe de primeira viagem. Esse é o seu caso?
Então, saiba que quanto mais você aprender sobre essa jornada, mais preparada estará para curtir todos os momentos e superar os desafios. Pensando em ajudá-la nessa missão, trouxemos este artigo que conta tudo o que você precisa saber sobre gestação e maternidade nos primeiros meses do bebê. Vamos lá?
Qual a importância do pré-natal na primeira gestação?
O pré-natal é o acompanhamento de toda a gestação, desde as primeiras semanas após a concepção até o nascimento. Durante esse período, a gestante passa por consultas, exames laboratoriais e de imagem a fim de saber se está tudo bem com a saúde dela e do bebê.
Nas consultas, a mamãe tem orientações sobre alimentação equilibrada, atividades físicas, manutenção de um peso saudável, etc. Além disso, recebe informações de profissionais de saúde que podem ser muito úteis durante a maternidade, como as relacionadas ao parto, à amamentação e ao pós-parto.
O cartão de vacinação da gestante também é atualizado no pré-natal, já que a gravidez é um período em que a mulher entra para o grupo de risco de doenças infecciosas, como a gripe. O acompanhamento é fundamental para garantir um bom desenvolvimento do bebê e para preservar a saúde da mãe.
Nele, é possível identificar doenças preexistentes, mas que não foram diagnosticadas antes, como hipertensão, diabetes, doenças do coração, anemia, entre outras. Assim, o médico pode entrar com tratamento o quanto antes para prevenir complicações durante e após a gestação.
Outra vantagem do pré-natal é detectar problemas fetais, como as más-formações. Existem algumas delas em que é viável realizar o tratamento dentro do útero, o que proporciona uma melhor qualidade de vida ao recém-nascido.
Também é possível identificar alguns problemas que afetam na hora do nascimento e, até mesmo, na via de parto. Por exemplo, a localização da placenta, que pode interferir em como é mais seguro trazer o bebê ao mundo. Ou, ainda, a pré-eclâmpsia, que é uma das maiores preocupações no momento do parto e que pode ser identificada no pré-natal.
Por isso o pré-natal é assunto importante para a Sociedade Brasileira de Pediatria e é recomendado por ela, em todos os casos, não somente nas gestações de alto-risco. O número de consultas pode variar de acordo com cada paciente, como diz o ginecologista obstetra Sérgio Floriano Toledo, médico especialista da Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia:
“O número ideal de consultas são seis, isto quando se trata de uma gestante de baixo risco. Afinal, há casos tão complexos que fazem com que eu veja a paciente duas vezes por semana”
Como são os trimestres da gestação?
No decorrer dos nove meses, ou 40 semanas, acontecem muitas transformações no corpo da mulher, que se prepara para a formação do bebê e para o parto. A gestação é dividida em três trimestres e cada período corresponde a transformações mais específicas:
- Primeiro trimestre: divisão celular que transforma o óvulo fecundado em um embrião;
- Segundo trimestre: toda a formação do bebê é concluída;
- Terceiro trimestre: os sistemas do bebê são amadurecidos, assim como há ganho de altura e de peso. O corpo da mãe se prepara para o parto e para a amamentação.
Cada trimestre tem suas características e peculiaridades. A seguir, confira um pouco mais sobre eles e entenda como funcionam.
Primeiro trimestre
Ele é contado a partir da fecundação e vai até a 13ª semana de gestação. É quando surgem os sintomas mais desconfortáveis, como enjoos, vômitos, dores de cabeça, cansaço e sono excessivo. Por ser um momento bem delicado, é comum que as gestantes aguardem até o fim do primeiro trimestre para contar a novidade às pessoas.
Em relação ao bebê, com quatro semanas ele é do tamanho de um grão de arroz, mas seu coração já começa a bater. Depois da 8ª semana, ele tem braços, pernas e a formação dos dedos. Até o final desse período, o rosto já está praticamente formado e as genitais definidas. Já é possível fazer a sexagem fetal para descobrir o sexo ou o médico pode dar um palpite pelo ultrassom.
Segundo trimestre
O segundo semestre vai da 14ª à 26ª semana de gestação. Tende a ser a fase mais tranquila e gostosa, pois os enjoos costumam passar e a mamãe já pode sentir o bebê se mexer. Há também a possibilidade de saber o sexo do bebê com maiores chances de acertos.
É nesse período que o pequeno já é capaz de sugar, engolir e piscar. Os cabelos, os cílios e as sobrancelhas começam a crescer e os chutes ficam tão intensos, provocando sustos na mamãe. Ao final, o bebê tem o tamanho de uma couve-flor e já pode ouvir sons. É uma ótima hora para conversar com ele e colocar música.
Terceiro trimestre
Ele começa na 27ª semana de gravidez e vai até o nascimento. É o momento em que a ansiedade surge, pois além de a barriga pesar e dificultar as tarefas do dia a dia, a mamãe não vê a hora de ter o bebê em seus braços. Vale lembrar que 40 semanas é o tempo considerado para a duração de uma gestação.
Entretanto, o bebê pode nascer antes, a partir da 38ª semana, ou depois, até 42 semanas, sem maiores problemas. Depois da 35ª semana, mais ou menos, o bebê já se prepara para o seu nascimento, girando para ficar com a cabeça para baixo esperando o momento do trabalho de parto.
Quais são os tipos de parto?
O parto é algo que preocupa muitas mamães. Afinal, muito se fala sobre esse momento, o que acaba confundindo as gestantes. Você também tem dúvidas? O ideal é procurar bastante informação e conversar com o seu obstetra para saber como agir quando entrar em trabalho de parto. Confira alguns tipos de partos que existem:
- parto normal ou vaginal;
- parto cesárea (cirurgia);
- parto na água;
- parto natural;
- parto Leboyer;
- parto de cócoras;
- parto humanizado.
Para que saia tudo como o desejado, na medida do possível, é interessante ter um plano de parto. Nesse documento, consta o que a mamãe gostaria ou não que fosse realizado durante o parto e logo após o nascimento do bebê. O ginecologista e obstetra Alberto Guimarães, defensor dos conceitos de Parto Humanizado e fundador da Parto Sem Medo, explica melhor:
A minha visão de plano de parto é que se trata de uma possibilidade da mulher contar o que ela gostaria que acontecesse na gestação e no trabalho de parto. Diante de um esclarecimento sobre o assunto, a mulher pode dizer que se tiver tudo bem não gostaria de uma cesárea, que gostaria de ser a primeira pessoa a receber o bebê, que não fizessem procedimentos desnecessários nela e no filho, entre outras especificações.
O que é preciso saber sobre puerpério?
O puerpério é o período logo após o parto e que pode durar entre 45 e 60 dias (ou mais). É o famoso resguardo ou quarentena, como diziam as pessoas mais antigas Nesses dias, o corpo da mãe sofre algumas transformações tentando voltar à sua constituição anterior à gravidez.
O útero se contrai até tomar a sua forma anterior. Para se ter uma ideia, no final da gestação, o órgão mede 32 cm e pesa 2,6 kg, aproximadamente. Quando o bebê nasce, ele volta ao seu estado original medindo 7 cm e pesando apenas 60 g.
Os órgãos digestórios também retornam ao lugar de origem. Durante a gestação, eles mudam de posição para que o bebê fique melhor acomodado. Não são apenas as transformações físicas que acontecem no puerpério. As mudanças hormonais e da rotina de ter um recém-nascido em casa também mexem com o emocional da mamãe. Nessa fase, pode acontecer o que chamam de baby blues.
Trata-se de um humor triste, a mulher fica com dúvidas se vai ser uma boa mãe, a diferença entre a depressão é que, no baby blues, o sofrimento não é tão grande, não há pensamentos suicidas ou homicidas e o quadro regride sozinho ao longo do primeiro mês de vida do bebê.
Explica a psicóloga Vera Iaconelli, diretora do Instituto Gerar.
É nessa época que muitas mulheres desenvolvem depressão pós-parto e ansiedade. Por esse motivo, é importantíssimo prestar atenção às emoções e aos sentimentos e buscar ajuda profissional, caso seja necessário. Conversar com outras mães, ter apoio da família para cuidar do bebê e fazer atividades que possam distrair são algumas maneiras de evitar o problema.
Como é a amamentação?
O leite materno é um alimento completo para o bebê, pois tem tudo que o pequeno precisa para se desenvolver, como nutrientes e anticorpos. Por isso, ele é sempre priorizado, o que gera uma certa preocupação na mãe de primeira viagem.
Amamentar é o aprendizado de uma nova habilidade. Ao contrário do que se pode pensar, não é algo tão instintivo assim. Portanto, é preciso ter paciência e prática para que tudo dê certo. Se o leite não descer logo em um primeiro momento, pode-se levar alguns dias até que a produção esteja estabelecida, e isso é normal.
Existem mulheres que não têm problema algum para amamentar, já outras passam por dificuldades. O importante é se manter informada para ter acesso às técnicas que ajudam no aleitamento. Você pode procurar por banco de leite da maternidade para se orientar sobre o assunto.
Como deve ser a troca de fraldas?
Recém-nascidos precisam de muitas trocas de fraldas ao longo do dia. Pois, eles sujam de uma a quatro fraldas e molham cerca de seis ou mais! Sendo assim, é capaz de você precisar trocar de sete a 14 fraldas diariamente. Se a escolha for por fraldas descartáveis, é interessante experimentar diversas marcas para encontrar quais o bebê se adapta melhor.
Se a ideia é usar fraldas convencionais, de pano, o ideal é ter todo dia pelo menos 12 fraldas limpas. É de extrema importância trocar as fraldas assim que você notar que elas estão sujas ou molhadas. Para isso, faça uma checagem de tempos em tempos, pois nem sempre o bebê demonstrará irritação quando a fralda estiver cheia.
Deixar a fralda suja ou molhada por muito tempo pode irritar a pele do bebê formando as terríveis assaduras, que são lesões muito doloridas na genitália e no bumbum. Para evitá-las, é interessante usar pomada para assaduras a cada troca e depois do banho, como um preventivo. Tal uso deve acontecer com orientação médica.
Como identificar se o bebê está com cólicas?
As cólicas são motivo de muita preocupação, principalmente para as mães de primeira viagem. Isso porque resultam em noites em claro tentando acalmar e consolar o recém-nascido. Elas são muito comuns e acontecem porque o sistema digestório do bebê não está totalmente amadurecido.
Os episódios podem perdurar durante os três primeiros meses de vida. Alguns bebês apresentam sintomas mais amenos, enquanto outros podem passar horas chorando com dor. Por isso, quanto mais cedo identificar as cólicas, mais fácil será lidar com elas. Veja quais são os sinais:
- bebê aparentando muito desconforto;
- choro inconsolável mesmo com todas as necessidades atendidas;
- expressão de dor e sofrimento;
- contorcionismo com os braços e as pernas.
Quais os cuidados no banho do bebê?
O banho do bebê é um momento muito gostoso de conexão e carinho. No entanto, nos primeiros banhos, podem haver inseguranças, o que é totalmente normal. Por isso, é importante saber como se preparar e quais são os cuidados nessa hora para sentir mais confiança. Veja algumas dicas:
- utilize um suporte para banheira a fim de que esteja em uma altura confortável;
- tenha um termômetro para verificar a temperatura da água, que deve ser em torno de 36 e 37 ºC;
- use sabonete neutro apropriado para a pele delicada do bebê;
- ensaboe e enxágue o corpo do bebê por partes, assim você evita que ele escorregue;
- mantenha a maior parte do corpo do bebê fora da água. Para evitar que ele sinta frio, molhe-o constantemente ou o mantenha enrolado em uma fraldinha;
- use uma toalha macia para secar o bebê;
- enquanto houver cotoco umbilical, higienize-o com álcool 70º.
Quais são os tipos de choro?
A maneira que o bebê tem para comunicar a sua insatisfação é chorando. Por isso, cada tipo de choro tem um significado diferente sobre o que ele está sentido. Sendo assim, é importante saber como detectar os diferentes tipos de choro, como:
- choro de fome: é rítmico e repetitivo, acompanhado de movimentos com a cabeça procurando pelo peito da mãe;
- choro de dor: há expressão de sofrimento no rosto. Se for cólica, o bebê levanta as perninhas e contrai o abdômen;
- choro de sono: choro quase inconsolável, em que o bebê até perde o fôlego;
- choro para chamar atenção: alternando choramingos e gritos intensos;
- choro de desconforto: a irritação é visível. Pode ser causado por calor, frio, etiqueta da roupa, etc.
Como deve ser o sono da criança
O bebê passa a maior parte do tempo dormindo. O sono dele é mais curto que o dos adultos, por esse motivo que eles dormem e acordam várias vezes no dia e na noite. Cada pequeno tem um padrão de sono diferente, alguns são mais dorminhocos, outros não.
Independentemente de como seja, é interessante estabelecer uma rotina de sono para o bebê. Procure colocá-lo para dormir sempre no mesmo horário, após um momento bem relaxante, como o banho. Deixe as luzes mais baixas e o ambiente calmo e aconchegante.
O lugar em que o bebê dorme deve ser uma superfície firme. Colocar o pequeno em cima de almofadas e travesseiros muito fofos é perigoso, pois há o risco de sufocamento. Ainda sobre isso, é importante que no berço não tenha objetos, como bichos de pelúcia, edredons, cobertores, etc.
No inverno, em vez de várias mantas, é preferível colocar roupas mais quentinhas. Os protetores de berço almofadados e cheios de detalhes também devem ser evitados, pelo mesmo risco. Sendo assim, opte pelos de espuma ou rolos, ambos mais firmes.
Os bebês devem ser colocados para dormir sempre de barriga para cima a fim de prevenir o risco de morte súbita. Dessa maneira, nunca deixe que o bebê durma de barriga para baixo ou de lado até o 6º mês de vida, pelo menos.
Como é a introdução alimentar?
A introdução alimentar é uma das fases mais esperadas pelos pais. Afinal, é muito gostoso ver a reação dos pequenos ao experimentar os alimentos pela primeira vez. Entretanto, também pode ser motivo de preocupação, principalmente quando o bebê não aceita a alimentação.
De acordo com as recomendações da Sociedade Brasileira de Pediatria, o aleitamento deve ser mantido exclusivamente até os seis meses de vida do bebê, independentemente se é feito com leite materno ou com fórmula infantil.
A partir daí, já podem ser inseridos alguns alimentos. Geralmente, as frutas são as primeiras a serem oferecidas e, gradativamente, outras variedades são incluídas no cardápio.
Se o bebê mais brincar do que comer, não há motivos para desespero. Até um ano de idade, o leite ainda é o seu principal alimento. Como o próprio nome já diz, a introdução alimentar é a apresentação dos sólidos para a criança, mas não há uma regra para que a papinha esteja em todas as refeições.
Além das papinhas, existe outra forma de introdução alimentar: o método BLW, Baby-Led Weaning. A pediatra Virginia Weffort explica o que é:
A tradução do inglês significa o desmame guiado pelo bebê. Consiste em oferecer a comida em pedações e deixar que a criança coma sozinha.
Nele, os alimentos são oferecidos em pedaços para que os pequenos possam comer com as próprias mãos. No mais, é importante buscar ajuda de um nutricionista infantil. Assim, é mais fácil garantir todas as orientações sobre alimentação para que o bebê tenha um desenvolvimento saudável.
A mãe de primeira viagem sempre tem muitas dúvidas e incertezas, o que é absolutamente natural. Para que você se sinta mais segura é imprescindível buscar informações, orientações e dicas que ajudem a ter uma maternidade mais tranquila e saudável com o novo integrante da família.
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