Vacinação em prematuros: quais vacinas eles podem tomar?
Com apenas uma exceção, a vacinação em prematuros segue o mesmo calendário que os bebês nascidos a termo
Prestar atenção ao calendário de vacinas é fundamental para garantir a saúde do bebê. Isso não é exceção quando se trata da vacinação em prematuros, ou seja, bebês que nasceram antes de a gestação completar 37 semanas. Afinal, independentemente de quando vieram ao mundo, eles devem ser imunizados de acordo com a mesma programação dos bebês nascidos a termo.
Neste artigo, vamos esclarecer como funciona a vacinação para os bebês prematuros e quais são as que eles devem ou não tomar. Por isso, não deixe de ler até o fim para se informar sobre esse assunto tão importante para a saúde do seu pequeno. Boa leitura!
Como funciona a vacinação em prematuros?
Quando o bebê nasce prematuro, é bastante comum a dúvida em relação à sua vacinação. Porém, ela não é muito diferente do calendário de vacinas. Com isso, desde que o recém-nascido esteja em condições clínicas estáveis e não esteja passando por um processo infeccioso, não há contraindicações.
De acordo com o Departamento Científico de Neonatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), não é preciso adiar ou deixar de vacinar bebês nascidos prematuros. Afinal, apesar de sua imunidade ser deficiente ao nascer, isso acaba se revertendo com o passar das semanas. Assim, a proteção imunológica que as vacinas oferecem não é alterada de modo significante.
Uma das diferenças em relação ao bebê nascido a termo é a necessidade de o prematuro ser imunizado contra o vírus sindical respiratório (VSR), que o protege da bronquite. Além disso, ele deve alcançar dois quilos antes de receber a vacina BCG, importante para evitar que ele tenha uma forma grave de tuberculose.
Vale ressaltar que é fundamental que os pais observem o bebê de perto, após ele ser imunizado. Dessa forma, é possível identificar o surgimento de alguma reação adversa. Também é interessante lembrar que, em vez da idade corrigida (idade que a criança teria caso nascesse no tempo normal de uma gestação), é considerada a idade cronológica.
Qual a real importância das vacinas nessa fase?
O cuidado em seguir o calendário de vacinação é muito importante para proteger a saúde dos bebês, sendo maior ainda no caso de prematuros. Afinal, quando o parto acontece antes do tempo previsto, o sistema imunológico do pequeno é menos desenvolvido, abrindo as portas para uma série de processos infecciosos.
Assim, o risco de infecções para bebês nascidos com menos de 28 semanas é até dez vezes maior do que o nascido a termo. Entre os fatores que aumentam as chances dessas doenças em prematuros, podemos citar:
- órgãos e sistema imunológico imaturos;
- desmame precoce;
- infecções urinárias;
- anemia;
- doença pulmonar crônica;
- necessidade de punções e cateteres;
- internação por tempo prolongado;
- vias aéreas em desenvolvimento, deixando o bebê vulnerável a infecções respiratórias.
Apesar da importância da vacinação em prematuros, muitas vezes, ocorre o atraso ou até o adiamento. Isso acontece devido ao desconhecimento a respeito de como funciona a resposta imunológica desses bebês. Porém, de acordo com a SBP, a administração das vacinas contribui para estimular a imunidade por meio dos anticorpos.
Quando a vacina está em dia, a criança fica protegida de diversos tipos de doenças, reduzindo as chances de morte nos primeiros anos de vida das que nasceram prematuras. Lembrando que também é importante que as pessoas que convivem com o bebê estejam com a vacinação em dia. Sendo as principais a vacina contra gripe, sarampo, caxumba, rubéola, varicela e coqueluche, por exemplo.
Quais vacinas os bebês prematuros podem tomar?
Nos tópicos anteriores, você entendeu como funciona a vacinação em prematuros e sua importância. O próximo passo é conhecer as vacinas que são indicadas para eles, como mostraremos a seguir.
Hepatite B
Essa é a primeira vacina que o bebê deve tomar logo após o nascimento, sendo indicado recebê-la nas primeiras 12 horas de vida. O recém-nascido prematuro recebe quatro doses, em vez de três, como acontece com os bebês nascidos a termo. A vacina é dada com 0, 1, 2 e 6 meses de vida.
Caso o bebê tenha menos de dois quilos ou a mãe seja HBsAg negativa, a primeira dose pode ser administrada com a idade cronológica de 1 mês. Outra opção é na alta hospitalar, se o bebê ainda não completou o primeiro mês de vida.
Rotavírus
A vacinação contra o rotavírus tem início quando o bebê atinge a idade cronológica de 2 meses. Por se tratar de uma vacina que contém o vírus vivo atenuado e administrado via oral, o indicado é que seja dada no momento da alta (caso a criança esteja hospitalizada). Isso porque, teoricamente, há o risco de transmissão do vírus para as crianças que estão internadas na mesma unidade.
BCG
Administrada em dose única, a vacina BCG deve ser aplicada ainda na maternidade em todos os recém-nascidos com peso igual ou maior que dois quilos. Se for inferior, é necessário aguardar até que ele atinja o peso ideal para ser imunizado.
Poliomielite inativada
Também é conhecida como vacina contra a paralisia infantil. A aplicação das doses começa aos 2 meses de vida do bebê. Já as doses seguintes são dadas quando ele tem 4 e 6 meses na idade cronológica.
Influenza
A vacina de influenza (gripe) deve ser dada de acordo com a sazonalidade da circulação do vírus. A primeira dose acontece a partir dos 6 meses de vida, respeitando a idade cronológica do bebê. Já a segunda dose deve ser oferecida com intervalo de 30 dias da primeira.
Tríplice bacteriana
A aplicação é feita em recém-nascidos prematuros que estejam ou não hospitalizados, com início aos 2 meses de vida. As próximas doses são aos 4 e 6 meses, sendo os reforços aos 15 meses e quando a criança estiver com idade entre 4 e 6 anos.
Para reduzir o risco de reações em prematuros, o indicado é que eles recebam a vacina tríplice acelular. Esta não apresenta células inteiras, mas apenas proteínas em sua composição.
Palivizumabe
Essa importante imunização faz parte apenas do calendário de vacinação em prematuros, apesar de não ser propriamente uma vacina. Ela os protege contra o VSR (vírus sincicial respiratório). O vírus é responsável pela bronquite, que pode ser grave nesses bebês com o organismo ainda imaturo. São até cinco doses, que devem ser tomadas mensalmente, de acordo com os meses em que o vírus apresenta maior circulação na região em que o recém-nascido reside.
Agora que você está por dentro da importância da vacinação em prematuros, não deixe de tomar os devidos cuidados. Lembrando que algumas contraindicações podem existir. É o caso da BCG, por exemplo, que não é indicada ao suspeitar que o bebê tenha imunodeficiência ou se a mãe fez uso de drogas imunossupressoras na gravidez. Em caso de dúvidas, consulte sempre o pediatra.
Gostou da leitura? Aproveite para conferir o que é considerado prematuridade e suas principais características.