Atitudes que pioram a dor de parto
Conheça os procedimentos desnecessários que acabam piorando a dor do parto normal
Algumas atitudes podem aumentar a dor de parto normal consideravelmente e também são consideradas violências obstétricas. Saiba quais são elas e entenda por que pioram o desconforto.
Ocitocina sintética
A ocitocina sintética é utilizada para acelerar o nascimento. Então, enquanto em um trabalho de parto sem interferências as contrações se tornam intensas aos poucos, fazendo com que a parturiente consiga se adaptar e tolerar as mudanças. Em um parto no qual a ocitocina sintética é aplicada as contrações ficam muito mais fortes em um pequeno período de tempo. “Ela transforma uma dor intensa em insuportável. É preciso saber quando utilizá-la, o uso do medicamento não deve ser rotineiro”, alerta a médica Carmen Simone Grilo, professora do Departamento de Saúde Materno-Infantil da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo.
É importante sempre informar a mulher informar sobre a aplicação da ocitocina e que ela seja utilizada apenas quando realmente for necessária, caso contrário trata-se de uma violência obstétrica.
Episiotomia de rotina
A episiotomia, corte do períneo, não deve ser realizada como um procedimento de rotina, mas sim, quando realmente houver necessidade. “Primeiramente porque se você corta a vagina da mulher aumenta a dor, no Brasil o tratamento dado ao períneo é muito agressivo”, constata Grilo. O procedimento ainda aumenta o risco de infecções, hematomas, desconforto durante o sexo, entre outras complicações. Caso a episiotomia tenha sido feito sem o consentimento da parturiente ou real necessidade trata-se de uma violência no parto.
Obrigar a mulher a ficar em uma posição
É importante que durante o parto a mulher tenha liberdade para ficar na posição que preferir. Infelizmente, alguns profissionais de saúde obrigam a parturiente a ficar deitada de barriga para cima. “Esta posição é ruim porque só aumenta a dor de parto”, conta Grilo. Ao forçar a mulher a ficar em uma posição, o profissional também está cometendo uma violência obstétrica.
Lavagem intestinal
A lavagem intestinal era realizada para evitar que a mulher fizesse cocô durante o parto. Porém, atualmente sabe-se que este método não é eficaz, causa desconforto e problemas para a saúde. “A lavagem intestinal não é mais válida, aumenta o risco de infecções, é incômoda, constrangedora e não previne a liberação das fezes”, constata Grilo. A realização da lavagem pode ser considerada uma violência contra a parturiente. A tricotomia, raspagem dos pelos, apesar de não causar dor, não é mais recomendada. Isto porque não proporciona nenhum benefício para a parturiente e ainda pode aumentar o risco de infecção.
Manobras de parto desnecessárias
A manobra de Kristeller, na qual uma pessoa empurra a barriga da mulher durante o trabalho de parto, é dolorida, desnecessária e perigosa. O método causa uma forte pressão na região do períneo o que pode levar a sua ruptura. Além disso, há o risco de ele reduzir a oxigenação do bebê. A realização desta manobra em qualquer situação é uma violência.
Ruptura da bolsa
A ruptura da bolsa feita pelos profissionais de saúde não deve ser um procedimento de rotina, principalmente se o parto estiver evoluindo bem. Quando isto é feito, ocorre um aumento considerável das contrações e também há mais chances de infecção.
Exames de toque em excesso
O exame de toque causa desconforto, porém é importante realizá-lo algumas vezes para saber como o parto está evoluindo. Em uma gravidez saudável não é preciso fazer o exame de toque várias vezes e também não é necessário realizá-lo por diversas pessoas, isto aumenta a dor de parto, o risco de infecção e ainda é constrangedor.